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Estádio dos Aflitos em 2024

A proposta também contempla obras no estádio e na sede. Foto: Náutico/Twitter.

O Náutico confirmou a assinatura de uma proposta não vinculante com um investidor interessado na SAF, sendo o primeiro passo concreto, em termos de negociação, para a constituição da Sociedade Anônima do Futebol no clube. Firmado em 5 de dezembro, o acordo impõe um prazo de 30 dias de exclusividade na negociação, prorrogável por mais 30, entre a direção do Náutico e o “Consórcio Timbu”, o grupo cuja aproximação foi mediada pela Pluri Consultoria, com reuniões periódicas nas últimas semanas. Até 3 de fevereiro de 2025, portanto, o alvirrubro irá “se aprofundar sobre os termos da proposta apresentada”, além de debater internamente. Entenda como alinhamento com o Conselho Deliberativo.

Dez anos de investimentos no futebol

De acordo com a nota oficial do clube, o modelo proposto envolve investimentos no futebol pelo menos até 2035, além de melhorias no Centro de Treinamento Wilson Campos e de uma reforma tanto do estádio dos Aflitos quanto da sede social, para o melhor uso da área em termos comerciais. Os valores totais não foram revelados. Na vez anterior sobre um projeto voltado pra SAF, em setembro de 2023, uma sondagem de R$ 980 milhões chegou a ser debatida. Contudo, não avançou para a proposta não vinculante, como agora.

Hoje, os três grandes clubes do Recife convivem com a Recuperação Judicial, visando o equacionamento e pagamento de dívidas milionárias, e com a intenção de constituir uma SAF com capital externo. Dos três rivais centenários, o Náutico foi o primeiro a caminhar de fato no assunto. O próximo passo, caso a gestão de Bruno Becker consiga o aval interno, seria a proposta vinculante. Indo para a terceira temporada seguida na terceira divisão do Campeonato Brasileiro, o Náutico sobrevive há dez anos com receitas anuais entre R$ 14 milhões e R$ 26 milhões. Neste período foram sete participações na Série B e três na Série C.

São cifras muito abaixo dos rivais regionais, ainda mais num momento em que cinco (Bahia, Ceará, Fortaleza, Sport e Vitória) estão garantidos na Série A de 2025. Além disso, o clube de Rosa e Silva vem tendo resultados negativos consecutivos na balança entre receitas e despesas. Já são 13 anos seguidos tendo déficit – veja abaixo. Não por acaso, o último demonstrativo contábil do Náutico, de 2023, apresentou um passivo de R$ 258 milhões, o maior da sua história. E a resolução deste passivo está nesta proposta apresentada. Ou seja, é algo que pode mesmo mudar o Náutico, acabando com folhas paralelas de débitos antigos.

Patrimônio permaneceria com a associação

Vale destacar que o patrimônio físico do Náutico não entra nesta negociação, apenas os direitos do futebol, tanto o profissional quanto a base, como diz a Lei 14.193/2021. Os acionistas da SAF podem adquirir até 90% dos direitos do time, mas 0% do patrimônio. A área do clube, com 41 mil metros quadrados, incluindo estádio, sede, ginásio e parque aquático, permanecerá com o Clube Náutico Capibaribe, a “associação”, que por sua vez pode alugar o espaço para o Náutico SAF, o time de futebol. De acordo com a última reavaliação feita pelo clube alvirrubro, em 2018, este patrimônio valeria R$ 326 milhões.

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Receita total do Náutico

2011 (Série B): R$ 19,23 milhões
2012 (Série A): R$ 41,08 milhões (+113%)
2013 (Série A): R$ 48,10 milhões (+17%)
2014 (Série B): R$ 15,95 milhões (-66%)
2015 (Série B): R$ 18,36 milhões (+15%)
2016 (Série B): R$ 16,72 milhões (-8%)
2017 (Série B): R$ 19,82 milhões (+18%)
2018 (Série C): R$ 14,32 milhões (-27%)
2019 (Série C): R$ 17,52 milhões (+22%)
2020 (Série B): R$ 17,04 milhões (-2%)
2021 (Série B): R$ 20,09 milhões (+17%)
2022 (Série B): R$ 26,54 milhões (+32%)
2023 (Série C): R$ 22,82 milhões (-14%)

Resultado do exercício (superávit/déficit)

2011 (Série B): -1.643.179
2012 (Série A): -392.993
2013 (Série A): -721.320
2014 (Série B): -13.346.684
2015 (Série B): -10.839.793
2016 (Série B): -4.608.166
2017 (Série B): -41.040
2018 (Série C): -2.302.666
2019 (Série C): -1.722.733
2020 (Série B): -4.651.752
2021 (Série B): -4.852.790
2022 (Série B): -2.912.894
2023 (Série C): -6.232.599*
* O saldo da subtração da receita líquida pela despesa anual


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