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Bruno Becker, o presidente do Náutico

Com a desistência, o Timbu terá que avaliar novas propostas. Foto: Gabriel França/Náutico.

Em 28 de fevereiro, o Náutico anunciou o recebimento da proposta vinculante para venda de 90% das ações da sua futura SAF. Na ocasião, o clube comunicou nas redes sociais que caberia ao Conselho Deliberativo a análise para posterior aprovação e, em seguida, o envio para uma assembleia geral de sócios. O presidente alvirrubro, Bruno Becker, disse o seguinte sobre o tamanho do negócio articulado: “envolve valores que ultrapassarão a casa de R$ 1 bilhão”. Entretanto, ainda que a proposta tenha sido competitiva, as nuances acabaram gerando dúvidas após a apresentação oficial aos conselheiros.

Entre alvirrubros com dúvidas reais e outros contrários à ideia de conversão em Sociedade Anônima do Futebol, cerca de 300 questionamentos foram enviados ao Consórcio Timbu, nome dado ao grupo que de investidores e gestores interessados na aquisição da SAF. Trata-se de um trâmite regular num processo complexo como esse. Ainda mais quando parte do patrimônio entraria na jogada, com a cessão de 39 hectares do enorme terreno na Guabiraba, onde existe o CT do Náutico – que usa apenas uma fração da área.

Questionamentos esfriaram acordo

Dito isso, o negócio acabou sendo desfeito após exatos dois meses. Na vez anterior, Bruno Becker gravou um vídeo de um minuto celebrado a assinatura da vinculante. Agora, em 28 de abril, foi marcada uma entrevista coletiva nos Aflitos, contando também com o advogado Roberto Pimentel, outro que participou diretamente das tratativas. O pronunciamento foi aberto com a leitura da carta do Consórcio Timbu, que desistiu. Destaco o seguinte trecho: “(…) diante dos relevantes questionamentos suscitados pelo Conselho Deliberativo, tornou-se latente a necessidade de alterações estruturais substanciais na proposta originalmente apresentada. O que, infelizmente, inviabiliza a manutenção do formato atual”.

Ainda que esse anúncio esfrie bastante a implantação da SAF ainda em 2025, embora a direção alvirrubra tenha dito que o “processo de instituição da SAF continuará com a volta do clube ao mercado, incluindo a negociação com parte dos integrantes do próprio Consórcio”, esse passo atrás sinaliza também uma nova onda sobre essas sociedades anônimas no futebol brasileiros. Após vários acordos firmados após promessas de milhões de reais de investimento, com parte disso sendo gerada pelo próprio clube no futuro, chegou o momento de uma maior cobrança interna sobre cláusulas e ajustes. Afinal, estamos falando de uma venda definitiva de um clube de futebol, que no exemplo do Náutico aponta uma dívida milionária (R$ 258 mi) e um patrimônio ainda maior (R$ 326 mi).

Investimento, passivo quitado e volta à Série A

A proposta agora descontinuada em Rosa e Silva previa R$ 400 milhões no futebol pelos próximos dez anos, entre investimentos do consórcio e faturamento gerado pelo próprio Náutico após a implantação da SAF. Além disso, havia um projeto de modernização do estádio alvirrubro, mas sem valor definido, e um plano para o pagamento integral do passivo do clube. Ou seja, seriam três frentes de investimentos no contrato final.

Em termos de expectativa de resultados, o Consórcio Timbu havia estimado três cenários interessantes: voltar à Série A do Brasileirão até 2029 (hoje o time está na Série C), virar um dos cinco melhores nordestinos no Ranking da CBF (hoje é o 10º da região) e virar uma das 20 melhores bases do Brasil (hoje, segundo o site DaBase, está em 34º). Entre valores e metas, essa é a base de comparação no mercado para o próximo interessado no Náutico.

Previsão de orçamento do Náutico

2018 (Série C): R$ 14,6 milhões
2019 (Série C): R$ 14,9 milhões (+2%)
2020 (Série B): R$ 20,0 milhões (+33%)
2021 (Série B): R$ 12,2 milhões (-39%)
2022 (Série B): R$ 21,0 milhões (+72%)
2023 (Série C): R$ 18,4 milhões (-12%)
2024 (Série C): R$ 19,4 milhões (+5%)
2025 (Série C): R$ 24,7 milhões (+27%)

Receita total realizada pelo Náutico

2018 (Série C): R$ 14,3 milhões
2019 (Série C): R$ 17,5 milhões (+22%)
2020 (Série B): R$ 17,0 milhões (-2%)
2021 (Série B): R$ 20,0 milhões (+17%)
2022 (Série B): R$ 26,5 milhões (+32%)
2023 (Série C): R$ 22,8 milhões (-14%)
2024 (Série C): Clube pode divulgar até 30/04/2025

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