A festa do elenco alvirrubro após o acesso, com direito à faixa. Falta uma. Foto: Léo Lemos/Náutico.
Após um empate agônico, o Náutico venceu o Paysandu nos pênaltis e obteve o acesso à segunda divisão nacional. Um resultado transformador para o calendário do alvirrubro em 2020. Na Série C, a tabela varia de 18 (1ª fase) a 24 jogos (final). Já na Série B o formato é o mesmo desde 2006, com pontos corridos e 38 rodadas.
Além da renda, o ganho real, com a cota de transmissão, da DAZN para a Globo – cujo valor mínimo será R$ 8 milhões. Em processo de reestruturação, com fim do jejum estadual (em 2018), estádio reformado (16.948 lugares) e quadro social em ascensão (10 mil titulares), o Náutico passa a projetar desde já numa participação mais robusta na Série B. Como já ocorreu outras vezes. Até hoje foram quatro acessos à elite nacional, três deles após a implantação sistema de acesso e descenso, em 1988, com dois já nos pontos corridos, com o estádio dos Aflitos jogando a favor. Relembre e veja os motivos para acreditar.
1981 (11º lugar; 11 jogos; 5V, 6E e 0D)
Na segunda divisão de 1981, chamada de “Taça de Prata”, o Náutico foi o único invicto entre 48 times. Apesar da ótima campanha, ficou em 11º lugar, mesmo liderando o seu grupo tanto na 1ª fase quanto na 2ª. Estranho, não? Pois era o sistema da época, com o acesso no mesmo ano. Naquele ano, os líderes dos quatro grupos da segunda etapa foram direto para a primeira divisão, a “Taça de Ouro” – e o timbu seguiu bem, ficando em 15º entre 44 clubes. Já os eliminados disputaram o título da B (deu Guarani).
1988 (vice; 29 jogos, 15V, 8E e 6D)
Após o Brasileiro de 1987, o Náutico foi um dos oito clubes que sobraram na transição de 32 para 24 participantes na primeira divisão de 1988. Seria a estreia do formato com acesso e descenso – ainda vigente. Na “Divisão Especial”, o nome daquela Série B, o timbu fez uma excelente campanha, garantindo o acesso ao lado da Internacional de Limeira. No quadrangular final, o timbu ficou à frente da Ponte no número de vitórias em toda a competição (15 x 12), avançando à final em jogo único. Porém, o time acabou derrotado no interior de São Paulo, diante de 12.325 pessoas.
2006 (3º lugar; 38 jogos, 18V, 10E e 10D)
Foi a volta por cima. Um ano após a tragédia nos Aflitos, o Náutico construiu uma campanha sólida na Série B, sobretudo como mandante, através dos atacantes Felipe e Kuki. O jogo do acesso aconteceu novamente nos Aflitos, tomado por 20.669 pessoas. Com gols de Luis Carlos Capixaba e Felipe, o Náutico venceu o Ituano por 2 x 0 e garantiu a volta à elite após 12 anos. O resultado? Outro filme: “A Batalha dos Aflitos – Parte II”.
2011 (vice; 38 jogos, 17V, 13E e 8D)
Com Kieza em grande fase, marcando 21 gols na competição, o Náutico subiu com segurança em 2011. Basta dizer que o time terminou invicto como mandante, com 13 vitórias e 6 empates. Então comandado por Waldemar Lemos, o time ainda proporcionou uma cena bonita na última rodada, com a festa da torcida alvirrubra no gramado dos Aflitos, após o empate em 2 x 2 com a Ponte – cena repetida no acesso da Série C, após o triunfo sobre o papão
Os 5 acessos nacionais do Náutico
1981 – B pra A (11º lugar de 48 times; 4 vagas*)
1988 – B pra A (2º lugar de 24 times; 2 vagas)
2006 – B pra A (3º lugar de 20 times; 4 vagas)
2011 – B pra A (2º lugar de 20 times; 4 vagas)
2019 – C pra B (G4 entre 20 times; 4 vagas)
* Num sistema diferente, jogou a B até a 2ª fase, obtendo a classificação à elite do mesmo ano
Náutico na Série B
536 jogos (738 GP e 669 GC, +69)
225 vitórias (41,9%)
121 empates (22,5%)
190 derrotas (35,4%)
21 participações: 71 (19º), 81 (11º), 88 (2º), 95 (19º), 96 (3º), 97 (3º), 98 (21º), 00 (6º), 01 (5º), 02 (20º), 03 (7º), 04 (5º), 05 (3º), 06 (3º), 10 (13º), 11 (2º), 14 (13º), 15 (5º), 16 (5º), 17 (20º) e 20 (a disputar)
Participações nas divisões entre 1971 e 2020*
Série A – 27x (54%)
Série B – 21x (42%)
Série C – 3x (6%)
Série D – 0x (0%)
* O clube disputou as séries A e B em 1981