Kieza passou em branco, mas se apresentou bem no Eládio. Foto: Caio Falcão/Náutico.
Com desfalques pela Covid-19 e pressionado pela tabela, o Náutico tinha um compromisso duríssimo nos Aflitos diante do América Mineiro, que havia somado 22 dos últimos 24 pontos, com 7V e 1E. E veio ao Recife com a chance de confirmar matematicamente o acesso, embora desde a última rodada as projeções já indicassem “100%”. Era algo “virtual”. Com o empate nesta terça-feira, e a derrota do Juventude num duelo gaúcho, o coelho abriu 15 pontos sobre o 5º colocado e não pode mais se alcançado, com a Série B a 4 rodadas do fim. Ou seja, 100% na “prática”.
E o empate, diga-se, não foi algo defendido pelo alvirrubro numa luta para sair com um ponto. Pelo roteiro do jogo, poderia ser assim e seria bem aceitável, com um ponto valioso. O ponto segue valioso, mas o time pernambucano teve bem mais perto da vitória. No scout de finalizações, entre certas e erradas, 14 x 8 para o Náutico, com o mandante à frente nos dois tempos, assim como a posse de bola, que terminou em 55%, segundo o SofaScore.
Além disso, o timbu criou boas chances, com Kieza se movimentando bastante. Numa delas, logo no comecinho, o atacante acabou fazendo algo que não costuma. Preferiu o passe ao chute. Estava livre e dava para finalizar. Na sequência, Jean Caros foi travado. O Náutico foi realmente melhor só no 1T, é verdade, com o 2T mais estudado, com o resultado agradando aos dois times – à parte de reclamações de penalidades não marcadas em ambos os lados. Ainda assim, no finzinho, já aos 47, veio a última chance do jogo. De quem buscou mais. Numa boa trama entre Kieza, Ruy e Jorge Henrique, os nomes mais experiente do timbu naquele momento, o chute de JH acabou indo no meio do gol, apesar da ótima condição na área.
Com o 0 x 0, acabou a sequência de vitórias do Náutico em casa – foram 5. Porém, este ponto não estava na conta de uma equipe que segue no limite. Quanto ao América de Lisca, parabéns pela temporada. Em 2019 vacilou na última rodada e perdeu um acesso certo. Mantendo a concentração, conseguiu a liderança da segundona de 2020 e chegou à semifinal da Copa do Brasil, somando R$ 17,6 milhões em cotas, com caixa já para o Brasileirão de 2021.
Náutico em 34 rodadas na Série B de 2020
Mandante (17 jogos, 29 pts e 56.8%): 7V, 8E e 2D
Visitante (17 jogos, 10 pts e 19.6%): 2V, 4E e 11D
Escalação do Náutico (melhores: Kieza, Camutanga e Rhaldney)
Anderson; Bryan, Rafael Ribeiro, Camutanga e Kevyn; Rhaldney, Renan Foguinho (Jhonnatan, 15/2T) e Jean Carlos (Ruy, 43/2T); Dadá Belmonte (Jorge Henrique, 9/2T), Kieza e Erick. Técnico: Hélio dos Anjos
Escalação do América-MG (melhores: Cavichioli e Juninho)
Matheus Cavichioli; Daniel Borges (Joseph, intervalo), Messias, Anderson Jesus e João Paulo (Lucas Luan, 29/2T); Zé Ricardo, Juninho (Marcelo Toscano, 29/2T) e Alê; Ademir (Léo Passos, 40/2T), Rodolfo e Felipe Augusto (Neto Berola, 18/2T). Técnico: Lisca
Histórico geral de Náutico x América-MG (todos os mandos)
24 jogos
11 vitórias alvirrubras (45,8%)
4 empates (16,6%)
9 vitórias mineiras (37,5%)
A análise do Podcast 45 Minutos (Cassio Zirpoli, João de Andrade e Rodolpho Moreira):