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Estádio dos Aflitos em 2025

O Estádio dos Aflitos está presente na planilha de investimentos. Foto: Thiago Lemos/Náutico.

Após alguns ajustes de última, finalmente foi formalizada a proposta vinculante para a compra de 90% das ações da futura SAF do Náutico. O grupo de investidores, que formou o “Consórcio Timbu”, deverá investir mais de R$ 1 bilhão, com a divisão deste recurso em várias áreas do clube. O futebol, que é o carro-chefe, receberá um investimento mínimo de R$ 400 milhões em dez anos. Isso inclui o futebol profissional, a base, o futebol feminino e o futsal. Em tese, os investidores, entre eles o pentacampeão mundial Cafu, se comprometem a ter R$ 40 milhões por temporada. À parte de outras receitas do clube? Ainda sem detalhes.

Além disso, a proposta visa a modernização dos Aflitos, que hoje tem capacidade para 18.694 torcedores, e do CT Wilson Campos, na Guabiraba. Ainda não foram apresentados detalhes dessas reformas. Esse viés estrutural também chegará na sede administrativa e social na Avenida Rosa e Silva. Ainda que o patrimônio siga com o Clube Náutico Capibaribe, pois o patrimônio físico não será vendido neste negócio, o “Náutico SAF” será o responsável pelo uso e gestão desta estrutura em relação ao futebol. De acordo com a última reavaliação encomendada pelo clube alvirrubro, em 2018, esse patrimônio valeria R$ 326 milhões.

Por fim, o pagamento do passivo do Náutico. Hoje, chega a R$ 250 milhões. Até a implantação da Sociedade Anônima do Futebol, caso a proposta passe pelos trâmites internos, a dívida tende a ser reduzida através da Recuperação Judicial, que já está em andamento – esse meio também foi adotado pelos rivais Santa e Sport. Essa proposta vinculante para adquirir a SAF chegou ao clube em 28 de fevereiro, sendo apresentada ao torcedor pelo presidente do clube, Bruno Becker – abaixo, assista ao pronunciamento. Agora, o documento será apreciado pelo Conselho Deliberativo. Em caso de aprovação, ainda precisará passar por uma assembleia geral com os sócios.

Dois anos de sondagens até a proposta concreta

Em termos absolutos, essa proposta, que teve intermediação da Pluri Consultoria, supera a primeira sondagem feita ao Náutico. Em setembro de 2023, um outro grupo projetou um investimento de R$ 980 milhões, mas não passou disso – sequer chegou à proposta não vinculante. Agora “envolve valores que ultrapassarão a casa de R$ 1 bilhão”, nas palavras do próprio mandatário timbu. Indo para o terceiro ano seguido na Série C do Brasileirão, o Náutico sobrevive há dez anos com receitas anuais entre R$ 14 milhões e R$ 26 milhões.

Neste período, de pouco sucesso fora do estado, foram sete participações na Série B e três na Série C. São cifras muito abaixo dos rivais regionais, ainda mais num momento em que cinco deles (Bahia, Ceará, Fortaleza, Sport e Vitória) estão garantidos na Série A de 2025. Além disso, o clube vem tendo resultados negativos consecutivos na balança entre receitas e despesas. Já são 13 anos seguidos tendo déficit. Tendo no momento o maior passivo de sua história, o clube precisava mesmo encontrar uma solução. Zerar esse processo significaria o fim das “folhas paralelas” para pagamento de débitos antigos.

Mínimo garantido já supera patamar financeiro

A seguir, confira a receita total do Náutico nas últimas 13 temporadas, o período à disposição na web. Este recorte tem dois anos na Série A, oito na Série B e três na Série C. Além do valor nominal de cada ano, trago a correção monetária dos valores através da calculadora do Banco Central, com a utilização do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). No período, o Timbu teve R$ 297,1 milhões. Considerando os valores corrigidos, entre parênteses, o faturamento foi de R$ 465,7 milhões. Vamos focar neste cenário.

Então, o pico do clube foi no Campeonato Brasileiro de 2013, com R$ 90,4 milhões. Ainda assim, abaixo de quase todos os concorrentes naquele campeonato, que marcou a última presença alvirrubra na elite. Já a média de receita de 2011 a 2023 foi de R$ 35,8 milhões. Ou seja, o “Náutico SAF” deverá superar isso só com o mínimo garantido de investimentos para o futebol, como diz a proposta. Seria, de fato, uma nova realidade econômica.

2011 (Série B): R$ 19,2 milhões (R$ 40,3 mi)
2012 (Série A): R$ 41,0 milhões (R$ 81,7 mi)
2013 (Série A): R$ 48,1 milhões (R$ 90,4 mi)
2014 (Série B): R$ 15,9 milhões (R$ 28,1 mi)
2015 (Série B): R$ 18,3 milhões (R$ 29,3 mi)
2016 (Série B): R$ 16,7 milhões (R$ 24,9 mi)
2017 (Série B): R$ 19,8 milhões (R$ 28,7 mi)
2018 (Série C): R$ 14,3 milhões (R$ 19,9 mi)
2019 (Série C): R$ 17,5 milhões (R$ 23,6 mi)
2020 (Série B): R$ 17,0 milhões (R$ 22,0 mi)
2021 (Série B): R$ 20,0 milhões (R$ 23,5 mi)
2022 (Série B): R$ 26,5 milhões (R$ 29,3 mi)
2023 (Série C): R$ 22,8 milhões (R$ 24,0 mi)

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