O volante Rhaldney abriu o placar com apenas um minuto. Foto: Tiago Caldas/Náutico.
Mantendo o perfil arrasador no primeiro tempo, o Náutico venceu o Santa Cruz por 2 x 1 e chegou a sete vitórias em sete rodadas no Campeonato Pernambucano de 2021, uma marca histórica. Já é a melhor largada do clube em 106 participações na competição. Igualou as campanhas de 1959, 1982, 1998 e 2002, com a chance de superá-las no dia 26 de abril, diante do Afogados, também nos Aflitos.
Como consequência deste alto rendimento, a vaga automática para a semifinal sendo obtida por antecipação – e falta pouco para a liderança geral, que vale vaga na Copa do Brasil de 2022. O triunfo no Clássico das Emoções veio num gramado encharcado, que atrapalhou em alguns momentos o bom toque de bola dos alvirrubros, mas mesmo assim o time marcou duas vezes trabalhando a bola em velocidade, uma característica do setor ofensivo desta equipe comandada por Hélio.
O primeiro gol do timbu saiu logo no primeiro minuto, com o volante Rhaldney concluindo de peixinho o cruzamento de Kieza. Aos 26 foi vez de Vinícius, que concluiu o passe de Jean Carlos – o atacante chegou a 4 gols, já sendo o seu melhor momento em oito anos. No geral, o Náutico marcou 18 dos 22 gols ainda no 1T. É um padrão de jogo, sem dúvida alguma.
Quanto ao Santa, é preciso pontuar que Alexandro Gallo teve apenas dois dias de trabalho para esta estreia. Porém, optou pelo caminho mais difícil. Afinal, barrou o meia Chiquinho, numa decisão difícil de justificar. A escolha foi desfeita ainda no 1T, mas com o estrago já feito no placar – tendo ainda a bola na trave de Pipico quando estava 1 x 0, em seu único lance no domingo. Sem surpresa, Chiquinho entrou e melhorou a equipe, que reagiu e quase empatou no fim, ficando a reclamação justamente num dia com VAR.
Curiosidades sobre a invencibilidade
Com a vitória, o Náutico segue ao alcance de duas marcas expressivas. Em relação à invencibilidade, o timbu tenta o 4º título invicto de sua história – conseguiu em 1952, 1964 e 1967. Ao todo, já tivemos 12 campeões invictos em PE. Sobre a campanha perfeita, com 100%, aí só aconteceu uma vez, com o Santa Cruz vencendo os 12 jogos da campanha em 1932. É possível?
O 1º Clássico das Emoções com o VAR (com polêmica)
O clássico marcou, também, a estreia de Náutico e Santa Cruz em jogos com a utilização do árbitro de vídeo. Em caráter experimental, nesta fase classificatória do Estadual, a partida contou com o VAR operado de forma “remota”. Ou seja, com a cabine na sede da CBF. O recurso foi utilizado em dois lances de gol, anulando o gol de Kieza aos 14/1T (impedido) e validando o gol de Léo Gaúcho aos 4/2T (em posição legal). Na reta final, aos 39 minutos, Madson foi derrubado por Hereda, mas nem o árbitro nem o VAR sinalizaram (o que você achou?).
Escalação do Náutico (melhores: Vinícius, Kieza e Djavan)
Alex Alves; Hereda, Ronaldo Alves, Camutanga e Rafinha (Wagner, 36/2T); Djavan, Rhaldney (Giovanny, 33/2T) e Jean Carlos (MarcIel, 29/2T); Bryan (Matheus Trindade, 33/2T), Kieza e Vinícius (Luiz Henrique, 36/2T). Técnico: Hélio dos Anjos
Escalação do Santa Cruz (melhores: Chiquinho e Madson; piores: Pipico e Caetano)
Jordan; Derley, William Alves, Júnior Sergipano e Alan Cardoso; Elicarlos (Karl, 31/2T), Caetano (Péricles, intervalo) e Ítalo Henrique (Chiquinho, 32/1T); Marcel (Maxwell, 12/2T), Pipico (Léo Gaúcho, intervalo) e Madson. Técnico: Gallo
Histórico geral do Clássico das Emoções (todos os mandos)
530 jogos
203 vitórias do Santa (38,3%)
156 empates (29,4%)
170 vitórias do Náutico (32,0%)
1 placar desconhecido (em 1931)
A análise do Podcast 45 Minutos (Camila Sousa, Filipe Assis, João de Andrade e Lucas Liausu):