Com 17 clubes, o torneio foi realizado em apenas 26 dias. Foto: Jorge Luís Totti/Paysandu.
O roteiro da conquista do Paysandu na Copa Verde de 2022 foi impressionante. Na decisão, após um empate sem gols na Curuzu, viajou até Goiânia para tentar superar o favoritismo do Vila Nova. O clube goiano havia terminando a Série B muito bem, com a 5ª melhor campanha do returno, escapando do descenso. Já o Papão havia fracassado logo no quadrangular do acesso na Série C, com o interregional sendo encarado como um prêmio de consolação. Acabou sendo bem mais do que isso, porque ganhar desta forma cria casca no time, na torcida e no clube.
Na volta, diante de 24 mil torcedores alvirrubros no Serra Dourada, viu o Vila abrir 1 x 0 ainda no primeiro tempo. E o mandante seguiu melhor, acertando a trave e controlando o jogo. Só não matou o jogo. Deu campo e tempo, ainda que mínimo, para uma reação. Por volta dos 50 minutos, o bicolor conseguiu uma falta próxima à área. Não tanto assim, tanto que cabia até o cruzamento no bololô para buscar um finalizador no último lance. Porém, João Vieira surpreendeu e bateu direto, golaço. O grito de gol num estádio enorme e emudecido foi seguido do apito final, com a disputa se estendendo às penalidades.
O maior campeão da Amazônia
Com a óbvia inversão na confiança, o Paysandu venceu mesmo sem o seu goleiro fazer uma defesa sequer, com o Vila acertando a trave numa cobrança e mandando pra fora em outra. Na cobrança decisiva, para fazer 4 x 3, Patrick Brey deslocou o goleiro alvirrubro e definiu o tricampeonato do Paysandu na Copa Verde. Em 9 edições, o clube de Belém foi finalista em 6, chegando agora ao status de maior vencedor, dando sequência às outras taças importantes de sua galeria, com a Copa Norte de 2002, o bi da Série B em 1991 e 2001 e a principal, a Copa dos Campeões de 2002. Ao todo, sete títulos à parte do Paraense.
Apesar do drama na final, a campanha foi invicta, com 3 vitórias e 3 empates, com 11 gols marcados e 3 sofridos. Na caminhada, também eliminou Humaitá (AC), Tocantinópolis (TO) e São Raimundo (AM). Quanto ao Vila, a enorme frustração resultou no bi-vice, com duas derrotas nos pênaltis para dupla Re-Pa. E assim manteve o estado de Goiás sem este título. Apesar de a federação goiana ser a melhor colocada no Ranking da CBF entre as 12 do torneio, aparecendo em 7º na lista de 2023, o estado nunca conquistou a Copa Verde. Nos cinco primeiros anos só participou em 2016. Regular desde 2019, vem batendo na trave.
Nº de títulos da Copa Verde (9 edições)
3 vezes – Paysandu-PA (2016, 2018 e 2022)
2 vezes – Cuiabá-MT (2015 e 2019)
1 vez – Brasília-DF (2014), Luverdense-MT (2017), Brasiliense-DF (2020) e Remo-PA (2021)
A “premiação” via Copa do Brasil
A disputa pra lá de curta se deveu, também, à necessidade de rapidez na indicação do campeão à Copa do Brasil de 2023, com mudança dupla. Campeão, o Paysandu agora entrará na 3ª fase do torneio nacional, que corresponde aos 16 avos de final. As cotas da próxima Copa do Brasil ainda não foram divulgadas, mas o valor da edição deste ano foi de R$ 1,9 milhão. Na prática, é a “premiação” pelo título da Copa Verde. O resultado ainda beneficiou o Águia de Marabá, que herdou a vaga do estado para a 1ª fase da copa.
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