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EUA 1 x 0 Brasil na final olímpica

Com a medalha de prata no peito, o time entendeu o tamanho do feito. Foto: Rafael Ribeiro/CBF.

Foi uma derrota do futebol. O Brasil foi superior aos Estados Unidos no primeiro tempo. Tendo a segurança da goleira Lorena e sendo puxado no ataque por Ludmila, tendo ainda a arisca Gabi Portilho, o time criou boas oportunidades e ficou pertinho do gol. Já no segundo tempo, o adversário cresceu de produção, sendo puxado por Swanson, e também criou as suas chances. Neste jogo com dois retratos definidos, os EUA acabaram sendo mais eficientes, com um gol solitário definindo mais uma medalha de ouro. A quinta do país.

Terceira prata na mesma final

Nesta categoria, o time dos States impôs o terceiro vice-campeonato olímpico à Seleção Brasileira Feminina. Em 2004 e 2008 as derrotas aconteceram na prorrogação, em jogos nos quais o time verde e amarelo jogou muita bola, até o fim. Desta vez, infelizmente, não foi o mesmo cenário. O time norte-americano era favorito e, com bastante suor, confirmou isso. Ainda assim, o sentimento de “quase” existe, claro. A dor também. Mas aquelas medalhas prateadas em Atenas e Beijing doeram mais. Marta estava no seu auge técnico, sendo eleita a melhor do mundo, e o adversário ainda estava construindo sua imagem de bicho-papão.

Desta vez, a Seleção viajou para Paris sob desconfiança, a partir do último Mundial, quando caiu na primeira fase, e do sorteio do grupo nos Jogos Olímpicos, caindo com Japão e Espanha, países com títulos mundiais. Mesmo jogando mal, passou de fase, até que veio a grande transformação. Nas quartas de final, o time venceu a França, o país-sede. Na semifinal, fez 4 x 2 na Espanha, a atual campeã mundial! Foram apresentações de muita intensidade física, hora com marcação alta, hora com bolas esticadas em contragolpes perigosos. Dois jogos sem Marta, suspensa após a expulsão na primeira fase.

Três anos até a Copa do Mundo no Brasil

Com isso, veio a dúvida natural sobre a utilização da Rainha na decisão. Aos 38 anos, ela teria dificuldades para seguir o rigor físico das duas vitórias, as maiores da Canarinha nos últimos tempos. No sábado, o técnico Arthur Elias optou por deixá-la no banco, o que considero um acerto. O seu uso no decorrer era certo, diria essencial. No segundo tempo no Parque dos Príncipes, após o gol sofrido, o técnico acionou Marta. Só que a meia-atacante teve poucas oportunidades, numa partida na qual o Brasil já vinha tendo dificuldades.

O apito final, com a terceira prata, acabou vindo com uma sensação diferente, mais consciente. A reação de Marta diz bastante. Ela, que chorou copiosamente em outros jogos, agora foi uma figura mais experiente, entendendo o choro das jovens companheiras. Triste ela estava, mas certamente também orgulhosa por voltar ao pódio olímpico depois de 16 longos anos. O esboço de sorriso alguns minutos depois mostrava, creio, que ela sabia que este dia já marcava o reinício desta geração. Promissora, necessária e que terá três anos até o próximo torneio de primeira linha no futebol feminino. No caso, a Copa do Mundo de 2027, no próprio Brasil. Marta estará lá. Seja jogando ou, o mais provável, torcendo.

O papel de Marta ontem, hoje e amanhã

Nome mais importante para o desenvolvimento da modalidade no país, com futebol e posicionamentos por duas décadas, Marta deverá ver uma Seleção Brasileira com explosão no ataque, com garra na defesa, com leitura tática e com a confiança refeita após alguns anos de insucesso. A prata em Paris, encerrando uma jornada daquelas nas Olimpíadas, foi um prêmio para este time, para estas mulheres, todas já profissionais, num sinal de evolução organizacional, e, sobretudo, para Marta. Disputou títulos do início ao fim.

Finais olímpicas do futebol feminino

1996 – Estados Unidos 2 x 1 China
2000 – Noruega 3 x 2 Estados Unidos
2004 – Estados Unidos 2 x 1 Brasil
2008 – Estados Unidos 1 x 0 Brasil
2012 – Estados Unidos 2 x 1 Japão
2016 – Alemanha 2 x 1 Suécia
2020 – Canadá (3) 1 x 1 (2) Suécia
2024 – Estados Unidos 1 x 0 Brasil

Quadro de medalhas do futebol feminino

1º) Estados Unidos: 5 ouros, 1 prata e 1 bronze (7 pódios)
2º) Alemanha: 1 ouro e 4 bronzes (5)
3º) Canadá: 1 ouro e 2 bronzes (3)
4º) Noruega: 1 ouro e 1 bronze (2)
5º) Brasil: 3 pratas (3)
6º) China: 1 prata (1)
6º) Japão: 1 prata (1)

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Abaixo, a publicação do perfil oficial da CBF sobre a importância da campanha.


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