Anúncio da Betnacional
Compartilhe!

Reunião do futebol pernambucano na CBF

Bruno (Santa), Ednaldo (CBF), Evandro (FPF), Yuri (Sport) e Bruno (Náutico). Foto: Leandro Lopes.

Em 23 de janeiro, o debate sobre o futebol de Pernambuco teve vários temas, como o veto da FPF à torcida visitante nos clássicos da capital, a mudança de data de Santa x Retrô por falta de laudo no Arruda, as queixas de Náutico e Central por causa deste adiamento, a polêmica inversão do mando dos times do interior diante do Sport e a restrição do trabalho da imprensa nos jogos do Estadual. Eis que, já às 21h, a comunicação da FPF informou sobre a “reunião estratégica” com a cúpula do futebol pernambucano no Rio de Janeiro.

Na sede da CBF, o presidente da confederação brasileira, Ednaldo Rodrigues, recebeu os presidentes da FPF (Evandro Carvalho), do Náutico (Bruno Becker), do Santa Cruz (Bruno Rodrigues) e do Sport (Yuri Romão). Esta viagem, segundo a federação, foi articulada para “apresentar a situação dos clubes e as demandas do estado para o crescimento do futebol pernambucano”. A única aspa presente no site da FPF foi de Evandro Carvalho: “A federação faz o seu papel de ajudar os clubes em todos os aspectos, inclusive na questão financeira. Continuamos trabalhando incansavelmente para o engrandecimento dos nossos clubes”.

Federação é credora dos clubes

Perceba que o dirigente, ciente de sua força política, logo expõe a dependência financeira dos seus filiados. De acordo com o último demonstrativo contábil divulgado pela entidade, o patrimônio líquido da FPF chegou a R$ 30,5 milhões. E a maior parte disso está em “créditos a receber de clubes”, que, segundo o documento, se refere aos “adiantamentos concedidos a clubes filiados da federação”. Os valores “não possuem prazos de vencimentos definidos”. Ou seja, não só gere o campeonato estadual como é credora na maior parte do tempo.

Na última temporada, o acumulado em empréstimos juntos à FPF subiu 16%, totalizando R$ 15.953.193. O valor é superior ao faturamento anual da própria FPF. Hoje, os três grandes clubes do Recife estão em Recuperação Judicial. Considerando os seus documentos apresentados à justiça e os seus últimos balanços financeiros, o trio de ferro deve R$ 11,3 milhões, ou 70% do total empenhado. Somando empréstimos e receitas antecipadas, eis a divisão: R$ 7,25 milhões no Náutico, R$ 2,20 mi no Santa Cruz e R$ 1,85 mi no Sport.

As vozes que destoam da opinião pública

Não por acaso, as queixas públicas dos clubes, com direção à entidade sediada na Rua Dom Bosco, costumam ser comedidas ou mesmo ditas por diretores abaixo da presidência executiva. Ainda que exista uma insatisfação sobre a gestão de Evandro Carvalho, à frente da FPF desde 2011 e com mandato até 2026, é preciso destacar que na última eleição, em 18 de setembro de 2022, os três clubes silenciaram sobre seus votos durante a cobertura do pleito. Evandro foi reeleito com uma vitória de lavada, com 75 dos 90 votos computados. Uma oposição em conjunto com Náutico, Santa e Sport sequer teria feito diferença desta vez.

A hipotética oposição seria apenas para marcar território. Por sinal, mesmo entendendo que a votação é secreta, acho que os dirigentes do trio devem satisfação às suas torcidas neste assunto. Ou não? No fim das contas, o Campeonato Pernambucano de 2024 segue acumulando polêmicas com apenas duas semanas de bola rolando, e a verdade é que de portas fechadas, distante da opinião pública, sem torcida ou imprensa, o entendimento entre os cartolas segue sendo elevado. E nem precisa esperar tanto para comprovar isso – inclusive, estratégica mesmo foi esta foto hoje. Reforçando: tudo aconteceu no mesmo dia.

Por fim, fica a expectativa sobre o ganho prático deste encontro para o decorrer do ano.

Leia mais sobre o assunto
Oca, medida de torcida única nos clássicos é refeita pela FPF. Usou o exemplo perto do fim


Compartilhe!