Apesar das últimas mudanças, o cronograma coral em 2025 segue intacto. Foto: divulgação.
A “Cobra Coral Participações S/A”, o consórcio responsável pela gestão da futura Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Santa Cruz, anunciou a entrada da ESB Corp como investidora na nova estrutura societária do clube pernambucano. O site oficial ESB Corp a descreve como uma “holding estratégica de investimentos especializada na criação, aquisição e gestão de empresas”. Ainda que a nota sobre esta nova modelagem econômica não tenha feito qualquer relação, é difícil desconsiderar esta movimentação como uma reposição necessária após a saída do empresário mineiro Márcio Cadar, no início deste mês.
Em 13 de janeiro, quando houve a assinatura da proposta de venda da SAF, num negócio com previsão de R$ 1 bilhão em 15 anos, somando investimentos e recursos gerados, Márcio Cadar apareceu como o principal interlocutor do grupo de investidores interessados.
Valores devem aparecer em breve
Naquela ocasião, num evento no Recife, os interessados na SAF do Santa foram representados por ele e por Vinícius Diniz, que já vinha trabalhando diretamente com o futebol, tanto na Futbraz, uma empresa de gestão, quanto no Athletic, clube mineiro onde chegou a ser um dos acionistas da SAF. Em 5 de maio, porém, Cadar acabou sendo retirado da articulação, numa saída sem maiores detalhes por parte do presidente coral, Bruno Rodrigues – que garantiu que isso não afetaria a SAF. Agora, 18 dias depois, uma nova foto com os novos parceiros num jantar celebrou o realinhamento financeiro, embora as cifras específicas sigam sob sigilo. Será assim até a apresentação do contrato aos conselheiros.
De acordo com o cronograma oficial do Tricolor, o trâmite para a constituição da SAF, com a apreciação de órgãos internos e, por último, a validação dos sócios, deverá acabar entre julho e agosto. A tendência é que a aprovação ocorra sem maiores problemas, ao contrário do que houve no Náutico, por exemplo. No Timbu, a negociação desandou após a falta de ajustes. Em caso de aval dos tricolores, o consórcio irá adquirir 90% das ações da SAF do Santa Cruz, com o clube mantendo 10% para ter o controle institucional. Segundo a nota sobre a entrada da ESB Corp, “essa composição assegura um equilíbrio entre modernização empresarial e preservação da identidade histórica da Cobra Coral”.
Futebol já vem recebendo investimentos
Para bancar o investimento, a ESB Corp irá utilizar a ONMED Assistência Médica, uma operadora de planos de saúde sob sua bandeira – ao todo, a ESB atua em 15 empresas. Essa empresa de saúde tem cerca de 50 mil beneficiários, com sua base de atuação sendo no Rio Grande do Sul. Um dos pontos destacados nesta escolha é justamente a ideia de expandir a sua atuação ao Nordeste, a partir de um reconhecimento não apenas como operadora, “mas como uma marca de cuida, que se envolve e que gera impacto positivo na vida das pessoas”.
Vale pontuar que mesmo antes da criação oficial da SAF, já há uma injeção de investimentos do futuro grupo no futebol coral. As contratações do atacante Thiago Galhardo e do goleiro Felipe Alves são os principais exemplos, com ambos num patamar salarial bem acima da Série D. Segundo o mandatário tricolor, a folha do elenco no Campeonato Brasileiro de 2025 já é de R$ 1 milhão, disparada a maior do Santa Cruz desde a queda na Série B em 2017.
Cronograma para a SAF do Santa Cruz
Até 30 de maio: prazo para finalização dos contratos de venda da SAF
Em 2 de junho: apresentação ao Conselho Deliberativo e à Comissão Fiscal
Entre 2 e 16 de junho: análise do Conselho Deliberativo e da Comissão Fiscal
Entre 16 e 30 de junho: reunião do Conselho Deliberativo (CD)
45 dias após a reunião do CD: assembleia geral de sócios para decidir a aprovação
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