A classificação coral definiu a composição do G4 do PE de 2021. Foto: Rafael Melo/Santa Cruz.
Num jogo no qual o adversário tentou apenas se defender, o goleiro Jordan foi quase um espectador no Arruda, nas quartas de final do Estadual. Destaque do Santa no ano, apesar dos resultados ruins do time, o goleiro não fez uma defesa sequer no tempo normal.
Ainda assim, acabou como herói, ao defender a cobrança de Índio e encerrar a disputa de pênaltis. Assim como no Sertão, Santa Cruz e Afogados empataram novamente em 0 x 0. Pragmático, o time de Sérgio de China começou o jogo num 3-5-2 e acabou com quatro zagueiros. E dá pra dizer que o perfil funcionou, pois foram quatro empates contra os grandes da capital nesta edição.
Quanto ao time coral, embora tenha tido o controle da bola, com quase 70%, e tenha trocado muito mais passes (quase 600, quatro vezes mais que o visitante), a atuação foi fraca. Lembrou mais o período de crise do que a reação vista contra o Retrô. Faltou movimentação, faltou articulação, faltou conclusão. O empate sem gols diz o que foi a noite, com o adversário bem fechado. Assim, a disputa acabou lembrando o confronto de 2019, também no Mundão, quando a coruja avançou nos pênaltis. Naquela vez, os corais só fizeram um gol.
Desta vez, apenas Augusto César desperdiçou, com Chiquinho, Karl, França, Léo Gaúcho e Adriano Michael Jackson convertendo. Com isso, o Santa está na semifinal pela 10ª vez em 12 edições com o formato de mata-mata no Pernambucano. E pela 5ª vez irá encarar o Náutico nesta fase, desta vez em jogo único nos Aflitos – na outra chave, Sport x Salgueiro. Sobre o próximo confronto, o Santa vem se dando bem em disputas eliminatórias. O tricolor eliminou o rival nos últimos cinco duelos, sendo quatro no Estadual e um pela Copa do Brasil. A última classificação alvirrubra foi na semifinal de 2010. Retrospecto à parte, o time de Bolívar (apenas em seu segundo jogo) ainda carece de um futebol mais competitivo.
Na disputa pelas vagas nas Copas do BR e do NE de 2022
Com a ida à semi, o Santa mantém a possibilidade de classificação às próximas copas. Para a Copa do Brasil, o tricolor precisa ir à final – caso não, dependerá do ranking, num cenário difícil. Já sobre a Lampions, a única chance de participação é ganhando o Campeonato Pernambucano, uma vez que a FPF agora só tem duas vagas, com o tricolor não tendo chance via ranking.
Escalação do Santa Cruz (melhores: Jordan, Chiquinho e Eduardo; pior: Bustamante)
Jordan; Digão (Karl, 28/2T), William Alves, Júnior Sergipano e Eduardo; Derley, Elicarlos (Augusto César, 18/2T) e Chiquinho; Madson (França, 18/2T), Pipico (Léo Gaúcho, 26/2T) e Bustamante (Adriano Michael Jackson). Técnico: Bolívar
Escalação do Afogados (melhores: Léo e Gabriel; piores: Filipe e Índio)
Léo; Arlan, Heverton e Gabriel Gonçalves; Jordan, Thalison (Wendel, 23/2T), Dim (Luquinhas, 14/2T), Arez e Vinícius Vargas (Cal, 33/2T); Filipe Eduardo (Índio, 23/2T) e Bravo (Janelson, 33/2T). Técnico: Sérgio China
Os seis duelos na história, todos pelo Estadual (3V dos corais e 3E)
1º) 14/02/2018 – Afogados 0 x 1 Santa Cruz (Vianão)
2º) 20/01/2019 – Santa Cruz 4 x 1 Afogados (Arena PE)
3º) 27/03/2019 – Santa Cruz (1) 1 x 1 (3) Afogados (Arruda), quartas
4º) 19/02/2020 – Afogados 0 x 2 Santa Cruz (Vianão)
5º) 02/05/2021 – Afogados 0 x 0 Santa Cruz (Vianão)
6º) 05/05/2021 – Santa Cruz (5) 0 x 0 (4) Afogados (Arruda), quartas
Santa Cruz no Estadual na era do mata-mata
2010 – Semifinal (3º lugar)
2011 – Final (campeão)
2012 – Final (campeão)
2013 – Final (campeão)
2014 – Semifinal (4º lugar)
2015 – Final (campeão)
2016 – Final (campeão)
2017 – Semifinal (3º lugar)
2018 – Quartas (6º lugar)
2019 – Quartas (5º lugar)
2020 – Final (vice)
2021 – Semifinal (vs Náutico), passou com 3V, 5E e 2D
Desempenho: 18 duelos, com 66% de aproveitamento (12 classificações e 6 eliminações)
A análise do Podcast 45 Minutos sobre o jogo (a partir do min 75):