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Santa Cruz 0 x 0 Retrô na Série D

A torcida coral foi em peso na no primeiro jogo. No segundo será difícil. Foto: José Ewerton/cortesia.

Com quase 20 mil pessoas no Arruda, o Santa Cruz ficou num empate em 0 x 0 com o Retrô no jogo de ida da 2ª fase da Série D. Além do placar, o scout da InStat também apresentou equilíbrio, com 50% x 50% em posse de bola e vantagem mínima para o visitante nas finalizações, 8 x 7. Coletivamente, porém, achei que houve uma diferença até óbvia sobre desempenho, com a fênix atacando de forma mais organizada e recorrente, partindo de erros pontuais dos corais.

Nada realmente surpreendente, considerando a diferença entre as campanhas, com 14 pontos a mais para o Retrô (33 x 19). De toda forma, mesmo com o ataque tricolor desperdiçando as poucas chances, sobretudo na bola aérea, com Hugo Cabral (1T) e Furtado (2T), o resultado deixa o mata-mata bem aberto. Tanto que a torcida, após a pressão da arquibancada para forçar a busca por um gol nos acréscimos, aplaudiu a equipe no apito final. Agoaa, a definição do classificado à 3ª fase segue para a Arena Pernambuco, em 1º de agosto, numa noite de segunda-feira. E já há polêmica fora de campo – dentro, o jogo já foi nervoso.

O ingresso mais caro num jogo de clubes em PE

Antes de a bola rolar no Mundão, o presidente do Retrô, Laércio Guerra, afirmou em entrevista ao repórter João Victor Amorim, da Rádio Jornal, que os ingressos para a torcida coral no jogo de volta custarão R$ 300 (inteira) e R$ 150 (meia), com uma carga de 10%, ou 4 mil bilhetes. Na final do Campeonato Pernambucano de 2022, diante do Náutico, o Retrô fez algo semelhante sobre os alvirrubros, com R$ 100 e R$ 50, respectivamente.

Considerando ingressos de arquibancada, à parte de camarotes, esse valor na 4ª divisão é o mais caro já visto num jogo de clubes em Pernambuco – e acima até da Seleção Brasileira. Supondo que todas as entradas para os corais sejam vendidas como meia, o que não ocorre, frisando, a renda com a torcida visitante chegaria a R$ 600 mil. Até aqui, em oito jogos como mandante no Brasileiro, o Santa tem uma renda média de R$ 290 mil, disparada a maior da competição, que começou com 64 clubes. Mas, ainda assim, nem metade da projeção.

Liberdade de precificação e bom senso

Na atual campanha, o tíquete médio para os tricolores, em casa, vem sendo de R$ 19,29. Ainda que o Retrô tenha, de fato, a liberdade para precificar o jogo com o seu mando, como Laércio disse na entrevista, os valores estipulados podem gerar, creio, um questionamento de “abuso do poder econômico”, algo previsto na lei federal desde 1962. Como exemplo, o Item 2 do Artigo 2º, que trata, também, da elevação dos preços sem justa causa. Caberia bom senso.

Enquanto isso, a torcida do Retrô terá direito a ingressos promocionais via Todos com a Nota, com a carga mínima de 1.000 bilhetes. Assim, a turma do mandante não precisará comprar ingressos por R$ 300 no setor oposto aos corais, que deverá ser colocado à disposição só para seguir o protocolo do Estatuto do Torcedor. Por fim, eis um trecho da fala do mandatário da fênix à rádio: “Todo mundo fala que eu tenho muito dinheiro, mas eu preciso de dinheiro”.

Escalação do Santa Cruz (piores: Alemão e Macena)
Kléver; Jefferson Feijão, Alemão, Luan Bueno e Ítalo Silva; Daniel Pereira, Arthur (João Erick) e Wescley (Chiquinho); Matheuzinho, Hugo Cabral (Lucas Silva) e Raphael Macena (Rafael Furtado). Técnico: Marcelo Martelotte

Escalação do Retrô (melhores: Gelson e Pedro Costa; pior Fumaça)
Jean; Felipinho (Pedro Costa), Renan Dutra (Yuri Bigode), Guilherme Paraíba e Mayk; Charles, Gelson, Matheus Serafim (Rodrigo Fumaça) e Radsley (Giva); Gustavo Ermel (Diego Cardoso) e Franklin Mascote. Técnico: Dico Wolley

Maiores públicos do Santa Cruz na Série D de 2022 (e as rendas)
1º) 20.000 – Santa Cruz 0 x 2 Jacuipense, 19/06 (R$ 412.350)
2º) 19.999 – Santa Cruz 1 x 0 Sergipe, 05/06 (R$ 372.155)
3º) 19.811 – Santa Cruz 0 x 0 Retrô, 24/07 (R$ 436.990)
4º) 19.491 – Santa Cruz 1 x 2 ASA, 23/04 (R$ 359.955)
5º) 14.896 – Santa Cruz 1 x 0 Juazeirense, 03/07 (R$ 292.780)
6º) 14.275 – Santa Cruz 1 x 1 Lagarto, 16/07 (R$ 267.150)
7º) 7.036 – Santa Cruz 2 x 1 CSE, 22/05 (R$ 115.975)
8º) 4.951 – Santa Cruz 3 x 2 Atlético de Alagoinhas, 08/05 (R$ 66.650)
Total: 120.459 pessoas em 8 jogos, com média de 15.057. Renda acumulada de R$ 2.324.005

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A tabela de jogos do Santa Cruz no Campeonato Brasileiro da Série D de 2022


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