O atacante de 35 anos marcou 2x e chegou a 6 gols na competição. Fotos: Rafael Melo/Santa Cruz.
No Arruda desde 2018, o centroavante Pipico enfrentou o Sport pela primeira vez. E deixou a sua marca. Batendo de chapa, no 1T, e marcando de cabeça, no último lance do 2T, o atacante foi o nome da vitória do Santa Cruz na Ilha do Retiro, no clássico que marcou a volta do futebol pernambucano após quatro meses de paralisação, devido à crise do Coronavírus. O triunfo por 2 x 1, arrancado aos 50 minutos, confirmou a ótima campanha coral na primeira fase do campeonato estadual, com 8 vitórias e 1 empate em nove rodadas. Somou nove pontos a mais que o segundo colocado, o Salgueiro. Além disso, o gostinho especial do domingo. De cara, o tricolor eliminou o arquirrival ainda na primeira fase.
Pressionado pela má campanha, na qual o time mesclado não deu conta (e deveria), o leão precisava vencer para não depender de outros resultados na rodada – que não vieram, diga-se, pois os quatro concorrentes ganharam. Não só não ficou em vantagem em momento algum, como ainda viu o Brocador perder um gol incrível aos 42 da segunda etapa, que seria o da virada, para tomar outro logo depois. Com 2V, 5E e 2D, o atual campeão acabou em 7º lugar numa edição na qual seis dos dez participantes avançavam ao mata-mata. Se o torcedor leonino puxar pela memória, é improvável que lembre da última vez em que o time não acabou ao menos no G4. Pois é, faz muito tempo.
A última vez em que o rubro-negro ficara abaixo das quatro primeiras colocações do Estadual havia sido em 1978. E olhe que o time nem participou daquela edição, após uma cisão com a FPF. Em campo, a última vez fora do G4 havia sido em 1936! Ou seja, há 42 anos de forma efetiva e há 84 anos de forma prática. Vale destacar que 1936 foi o último ano da era amadora do torneio. Logo, esta é a pior campanha profissional do Sport. No mau sentido, o leão já fez história em 2020. Quanto ao Santa, uma volta revigorada, onde tanto festejou nesta década.
Sobre o jogo
Nesta volta, com direito a cinco substituições para cada time, o Sport teve mais volume nos dois tempos, sobretudo no 1T, com o estreante Patric pela direita, mas de uma maneira geral ocorreu de forma afobada, como se viu também antes da paralisação. No caso do Santa, a tranquilidade na partida (pontuada pela tabela) foi visível, tendo ainda o jovem goleiro Maycon Cleiton fazendo três boas defesas. A definição do “camisa 9” foi um grande diferencial na tarde. Mesmo marcando o gol leonino, o Brocador fez quase sem querer, numa tarde para (ele) esquecer. Já Pipico mostrou a força na grande área.
O andamento do campeonato
Líder disparado, o Santa “pula” uma fase. O time já está na semifinal e só volta a jogar, pelo Pernambucano, dia 29, na Arena PE. Pegará o vencedor de Náutico x Central. Já o Sport, mesmo eliminado da disputa pelo título, ainda terá que jogar. O time disputará o “quadrangular do rebaixamento”, criado neste ano. Neste vexame, tentando evitar a queda à Série A2, enfrentará Vitória (26/07), Decisão (29/07) e Petrolina (02/08).
Escalação do Sport (melhor: Jonatan; piores: 1 Brocador, 2 Luciano, 3 Chico)
Luan Polli; Patric, Maidana, Chico e Luciano; Willian Farias, João Igor (Lucas Mugni, 13/2T) e Jonatan Gomez (Bruninho, 13/2T); Barcia (Elton, 37/2T), Brocador e Rafael (Marquinhos, 26/2T). Técnico: Daniel Paulista
Escalação do Santa (melhores: 1 Pipico, 2 Didira, 3 Maycon; pior: William)
Maycon Cleiton; Toty, William Alves (Célio Santos, intervalo), Danny Morais e Fabiano; André (Bileu, 29/2T), Paulinho (Tinga, 40/2T) e Didira; Augusto Potiguar (Jeremias, 36/2T), Pipico e Victor Rangel (Victor Rangel, 36/2T). Técnico: Itamar Schulle
Histórico de Sport x Santa Cruz na Ilha do Retiro
273 jogos
124 vitórias rubro-negras (45,4%)
72 empates (26,3%)
77 vitórias tricolores (28,2%)
Geral: 561 jogos, 233V do Sport, 159E e 169V do Santa
A análise do Podcast 45 Minutos (Diego Borges, Fred Figueiroa, João Pereira e Lucas Liausu):