O Brasil teve uma atuação digna contra a França. Diante do país-sede, que havia vencido as três partidas na 1ª fase, as brasileiras ficaram pertinho da vitória. Levaram a disputa à prorrogação, mas deficiências conhecidas findaram as chances, com o revés por 2 x 1.
Diante de 23 mil pessoas, com lotação máxima no Stade Océane, as francesas tentaram impor o favoritismo desde os primeiros instantes. De forma quase monotemática, através da bola aérea – ponto forte delas, com uma zagueira, a Renard, de 1,87m, e ponto fraco (e recorrente) do time verde a amarelo.
É preciso destacar que o jogo se desenvolveu bem, para as duas equipes, pelo lado esquerdo do ataque. Por lá a França abriu o placar e teve um gol anulado pelo VAR – nos dois lances, Thamires não acompanhou bem, com Bárbara insegura no gol. Já no Brasil, o gol saiu de forma semelhante, com o empate aos 17 do 2T. Após boa trama, Thaísa finalizou firme, marcando pela primeira vez pela Seleção. O VAR, tão utilizado no jogo, ainda anulou, de forma correta, o gol de Thamires, aos 41 – uma pena, mas ela estava mesmo à frente.
O Brasil terminou o jogo fisicamente bem, o que não aconteceu nos principais duelos até então, contra Austrália e Itália. Entretanto, logo no comecinho do tempo extra, Cristiane sentiu, sendo substituída por Geyse – que entrou mal, sem tocar e sem infiltração. Ainda assim, o jogo seguiu equilibrado, com o Brasil tendo “a” bola do jogo. Num contragolpe, Debinha foi lançada em velocidade, mas bateu fraco com a zagueira tirando quase em cima da linha. Àquela altura, o jogo já estava imprevisível, o que para o Brasil era lucro, considerando o favoritismo francês no pré-jogo. Só que a bola aérea foi fatal. Numa cobrança de falta, Henry marcou (como não lembrar de 2006?). Ainda havia 14 minutos de jogo, mas o time sentiu.
Para quem chegou com 9 derrotas seguidas, o desempenho do Brasil acabou de forma digna. Mas nunca é demais lembrar que isso ocorreu nas mãos de um técnico com 9 derrotas seguidas na preparação. Nenhum outro teria tanto tempo. E nem Vadão fazia por merecer isso. Enfim, em 2023 tem mais. Tomara, com um planejamento melhor. Com Marta? Tomara.
Escalação da Seleção (melhor: Thaísa; piores: 1 Ludmila, 2 Thamires, 3 Geyse)
Bárbara; Letícia (Daiane, 43/2T), Mônica, Kathellen e Tamires; Formiga (Andressinha, 29/2T), Thaísa, Ludmila (Beatriz, 26/2T) e Debinha; Cristiane (Geyse, 5/1T extra) e Marta. Técnico: Vadão
A campanha da Seleção na edição de 2019
09/06 – Brasil 3 x 0 Jamaica (Cristiane 3x)
13/06 – Brasil 2 x 3 Austrália (Marta 1x e Cristiane 1x)
18/06 – Brasil 1 x 0 Itália (Marta 1x)
23/06 – Brasil 1 x 2 França (Thaísa 1x)
As campanhas da Seleção Feminina no Mundial
1991 – 1ª fase (1V, 0E e 2D)
1995 – 1ª fase (1V, 0E e 2D)
1999 – Semifinal, 3º (3V, 2E e 1D)
2003 – Quartas (2V, 1E e 1D)
2007 – Vice (5V, 0E e 1D)
2011 – Quartas (3V, 1E e 0D)
2015 – Oitavas (3V, 0E e 1D)
2019 – Oitavas (2V, 0E e 2D)
Histórico do Brasil no Mundial Feminino
34 jogos em 8 participações
20 vitórias (58,8%)
4 empates (11,7%)
10 derrotas (29,4%)
A análise do Podcast 45 Minutos com as convidadas Camila Aveiro e Juliana Lisboa):
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