O leão só venceu 3 dos últimos 14 jogos. Todos contra times do Z4. Foto: Rafael Bandeira/Sport.
Num confronto direto nesta reta final da Série B, o Sport precisava vencer o Atlético Goianiense, na Ilha do Retiro, para voltar ao G4 e seguir dependendo apenas de seus resultados nos dois jogos finais. Entretanto, esbarrou em sua incapacidade técnica e tática atual, corroída nos últimos meses por uma direção passiva e por um técnico que demorou além da conta para tentar algo diferente. Sob pressão, até fez nesta noite, trocando o goleiro Dênis, que havia sofrido 12 gols em 6 jogos, e montando a equipe com três volantes.
Num jogo duro, diante do melhor time do returno, o leão terminou o 1º tempo sem sofrer gols após seis partidas tendo sempre que reagir devido aos erros defensivos. Lá na frente ainda teve duas boas chances, mas parou no goleiro Ronaldo, um dos pilares do time de Jair Ventura. No 2º tempo, numa trégua, a torcida pediu a entrada de Vagner Love, que foi acionado no lugar de Diego Souza. Enderson Moreira fez todas as trocas, terminando com apenas um volante e tentando impor volume no ataque. Só que o Sport não se transformou naquele time realmente competitivo do primeiro semestre.
Leão estava com a pontaria descalibrada
Das 16 finalizações do leão, apenas 5 foram na barra. As carências apontadas durante a campanha, renegadas com veemência, brecando a performance. O estádio recebeu 26.345 torcedores, a capacidade máxima permitida hoje pelo Corpo de Bombeiros, com um comportamento de apoio até o apito final. Até as atuações abaixo receberam aplausos, como Diego Souza e Edinho. Afinal, de todos os elementos que compõem o Sport, este – o seu torcedor – é o único indissolúvel. O textão do treinador em seu Instagram, admitindo a incerteza sobre o acesso, e o vídeo pouco efusivo de Yuri Romão ainda conseguiram isso.
É preciso reconhecer que houve luta, mas faltou futebol num jogo pesado como esse, cujo resultado, em tese, seria normal. O empate em 0 x 0, enfim com vaias na Ilha, mantém o Atlético no grupo de acesso e o Sport fora dele. Caso vença os dois jogos restantes, a chance de subir com 66 ainda é grande – embora o próximo seja contra o líder Vitória, lá. Matematicamente, por outro lado, já passa a depender de tropeços de concorrentes, como Atlético-GO, Juventude, Criciúma e Novorizontino. E é aí que os tropeços em jogos mais acessíveis custam caro. Um acesso extremamente palpável em 2023 saiu do controle. O reconhecimento dos erros, de quem faz o clube nesta temporada, pode ter sido tardio…
Escalação do Sport, 0 (melhor: Thyere; piores: Diego, Edinho e Nathan)
Jordan; Rosales, Rafael Thyere, Chico e Felipinho (Nathan); Fabio Matheus (Wanderson), Fabinho, Felipe (Fabricio Daniel) e Jorginho; Edinho (Labandeira) e Diego Souza (Vagner Love). Técnico: Enderson Moreira
Escalação do Atlético-GO, 0 (melhores: Ronaldo e Luiz Felipe; pior: Coutinho)
Ronaldo; Bruno Tubarão, Luiz Felipe, Alix e Lucas Esteves; Matheus Sales, Baralhas e Shaylon; Luiz Fernando (Matheus Regis), Airton (Rhaldney) e Gustavo Coutinho (Matheus Peixoto). Técnico: Jair Ventura
Histórico geral de Sport x Atlético-GO
15 jogos (todos os mandos)
4 vitórias pernambucanas (26,6%)
7 empates (46,6%)
4 vitórias goianas (26,6%)
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A tabela do Sport na Série B do Brasileirão 2023, com 38 jogos e transmissões na TV