O volante tricolor Zé Welison, ex-rubro-negro, foi o melhor em campo. Foto: Marlon Costa/CBF.
O empate em 1 x 1, com o Sport igualando o marcador aos 46 minutos, basicamente no primeiro toque na bola do estreante Bill, foi um golpe duro no Fortaleza, que por muito pouco não dobrou o seu favoritismo nesta decisão da Copa do Nordeste. Em campo, mesmo diante de 42 mil torcedores, no novo recorde da Arena Pernambuco, o time cearense não saiu do prumo.
Apresentou linhas bem definidas, com e sem a bola, impôs uma marcação forte e constante na saída de bola do adversário, por vezes já dentro da área de ataque. Na defesa, a consciência sobre a necessidade de verticalizar o jogo, com Vojvoda dando a sua cara ao melhor time da região na atualidade, que estreia na Libertadores em uma semana. A diferença na qualidade técnica, na organização e na confiança foi evidente, mas não resultou num “domínio absoluto”, pois o Sport, vindo de uma atuação dinâmica contra o CRB, ao menos no 1º tempo, também se comportou como a decisão pedia. Esta decisão, especificamente.
Não houve pressão inicial do Sport, mesmo com a empolgação da torcida. Nem 5 minutos de abafa. Nada. Bastou o apito inicial para o leão se encaixotar, com o bote no adversário já no campo defensivo – até em demasia, na minha opinião. O objetivo era evitar infiltrações do tricolor, a partir da capacidade de boas tramas do visitante. E isso não aconteceu mesmo. Tirando as poucas oportunidades de ambos os lados, mais por falhas do que por construção, o empate sem gols se arrastou por quase toda a noite em São Lourenço. Até o Fortaleza resolver arriscar de fora da área, já que dentro não estava conseguindo – pecou mesmo.
Liberdade para Zé e golaço
Com bastante liberdade na partida, a verdade é que Zé Welison até arriscou pouco em relação às finalizações de longe, faceta que o torcedor leonino já conhecia. Só que aos 39 ele recebeu, bateu e fez um golaço. Apesar do baque, surpreendentemente a torcida pernambucana assimilou o lance de uma forma que o Sport seguiu jogando sem tanta pressão – talvez pela diferença poucas vezes vista neste clássico regional. Numa rara bola parada cobrada com perigo, neste jogo, o ovacionado Juba, até então bem apagado, mandou para o atacante Bill cabecear mesmo com quatro marcadores por perto.
Um gol para explodir a arena e fazer o torcedor do Sport ligar a tevê no domingo ainda com esperança de título, de ao menos levar para os pênaltis, e também para fazer o torcedor do Fortaleza ter plena consciência que agora é com ele no Castelão, devolvendo a atmosfera – e já são 55 mil com ingresso garantido por lá. Numa atuação de pouco brilho, isso ajudou o Leão da Ilha. É difícil achar que não acontecerá o mesmo com o Leão do Pici…
Escalação do Sport (melhores: Thyere, Sabino Bruno; pior: Jáderson)
Mailson; Ewerthon, Rafael Thyere, Sabino e Sander; William Oliveira (Bill), Bruno Matias (Ronaldo) e Denner (Blas Cáceres); Jáderson (Ray Vanegas), Luciano Juba e Búfalo. Técnico: Gilmar Dal Pozzo
Escalação do Fortaleza (melhores: Zé Welison e Lucas Lima; pio: Renato Kayzer)
Max Wallef; Landázuri, Ceballos e Titi; Yago Pikachu, Matheus Jussa, Zé Welison (Ronald), Lucas Lima (Romarinho) e Juninho Capixaba; Robson (Moisés) e Renato Kayzer (Silvio Romero). Técnico: Juan Pablo Vojvoda
As campanhas atualizada dos finalistas (após 11 jogos)
23 pontos – Fortaleza (6V, 5E e 0D; 25 GP e 8 GC; +17)
19 pontos – Sport (5V, 4E e 2D; 14 GP e 8 GC; +6)
Histórico geral de Sport x Fortaleza (todos os mandos)
45 jogos
21 vitórias rubro-negras (46,6%)
14 empates (31,1%)
10 vitórias tricolores (22,2%)
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Abaixo, assista aos gols e aos melhores momentos da final, num vídeo da Copa do Nordeste.