Principal reforço no ano, Gustavo Coutinho custou R$ 7 milhões. Foto: Paulo Paiva/Sport.
Em sua terceira temporada consecutiva na Série B, o Sport projeta uma receita de R$ 69.347.000 em 2024. Este valor é o maior neste período na segunda divisão nacional, com o clube em busca do acesso após duas campanhas em 7º lugar. Em relação a 2023, o aumento absoluto é de R$ 12,4 milhões. Porém, o orçamento montado pela direção executiva de Yuri Romão, e que já foi apresentado ao Conselho Deliberativo, tem uma particularidade. Na prática, a receita total à disposição neste ano deve ser bem maior, pois a previsão não considera os repasses da Liga Forte União (LFU). O primeiro foi em novembro de 2023.
Na ocasião, foram R$ 33 milhões do futuro contrato da liga, válido de 2025 até 2075. O depósito correspondeu a 1/4 dos R$ 135 milhões que o clube receberá por ter vendido 20% dos seus direitos comerciais no Brasileirão ao fundo investidor da liga. Ainda que a utilização esteja acontecendo “agora”, trata-se de uma receita do ano passado. Só que o clube deverá receber mais R$ 33 milhões em setembro. Para não ficar refém de qualquer reviravolta relacionada a esta verba, a direção não somou ao orçamento. Caso tivesse contabilizado, o orçamento total seria de R$ 102 milhões. Já o Ceará, também na Série B, considerou o recebimento de R$ 55 milhões, através da liga, dentro da sua previsão para 2024.
Em relação à receita efetivamente gerada neste ano, o Sport espera bastante dos borderôs nos jogos na Arena Pernambuco, enquanto a Ilha do Retiro passa por reforma. Afinal, este foi o maior segmento apontado no relatório – excetuando a liga, claro. O leão projetou nada menos que R$ 15,4 milhões em bilheteria. Na sequência vem direitos de transmissão e sócios. Em 2023 o clube teve uma média de 17.147 sócios ativos, com mensalidade média de R$ 59,20. A meta é, pelo menos, seguir neste patamar no quadro adimplente.
As cinco principais fontes de Sport em 2024 (% sobre o total)
1º) R$ 15,41 milhões (22%): Bilheteria
2º) R$ 12,92 milhões (18%): Direitos de transmissão na TV
3º) R$ 11,87 milhões (17%): Sócios
4º) R$ 9,84 milhões (14%): Patrocínio/Marketing
5º) R$ 7,35 milhões (10%): Premiações em competições
Investimentos, salários maiores e déficit
Mesmo sem ser listado em “2024”, o recurso da liga vem sendo aplicado em frentes como compra de jogadores e reforma estrutural. No primeiro ponto, o leão adquiriu os direitos econômicos de quatro atletas: Gustavo Coutinho, Romarinho, Thiago Couto e Felipinho. Só em janeiro foram RS 11,7 milhões. Produzido antes, o orçamento dizia: “planeja-se a destinação de R$ 5 milhões para montagem do elenco”. Passou com sobras.
Sobre as obras, haverá a troca do sistema de refletores, da drenagem e do gramado no estádio rubro-negro, enquanto o Centro de Treinamento em Paratibe terá um novo sistema de irrigação e melhorias nos alojamentos. Estima-se um investimento de R$ 8 milhões.
Naturalmente também existem os gastos ordinários, esses presentes de fato no orçamento que o blog teve acesso. Ao todo, o Sport prevê um custo operacional de R5 69,87 milhões em 2024, superando a receita líquida. O déficit deverá ser de R$ 4,2 mi. Só o futebol profissional deverá consumir R$ 50,4 milhões, tendo ainda R$ 5,7 mi para a base e o futebol feminino e mais R$ 13,6 milhões em despesas administrativas. O clube também poderá começar a pagar os credores após a Recuperação Judicial, mas esse processo ainda não foi finalizado.
Os objetivos do Sport nos campeonatos
Por fim, vale dizer que o documento, que até esta publicação ainda não havia sido publicado no site oficial do Sport, também estipulou “metas orçamentárias” para as campanhas nas competições oficiais do time principal nesta temporada. No caso, o Sport deve buscar, no mínimo, o acesso em 4º lugar na Série B e as classificações à 3ª fase da Copa do Brasil, à semifinal da Copa do Nordeste e à final do Pernambucano. Daí há uma diferença para as “metas esportivas”, cuja ideia inicial do clube é ser finalista do Nordestão pela 3ª vez seguida.
Previsão de orçamento do Sport
2017 (Série A): R$ 76,00 milhões
2018 (Série A): R$ 108,38 milhões (+42%)
2019 (Série B): R$ 60,00 milhões (-44%)
2020 (Série A): R$ 77,50 milhões (+29%)
2021 (Série A): R$ 79,52 milhões (+2%)
2022 (Série B): R$ 59,49 milhões (-25%)
2023 (Série B): R$ 56,91 milhões (-4%)
2024 (Série B): R$ 69,34 milhões (+21%)
Os maiores orçamentos do NE na Série B (+50 mi)
1º) R$ 149,3 milhões – Ceará (2024)
2º) R$ 95,6 milhões – Bahia (2022), subiu
3º) R$ 89,1 milhões – Ceará (2023)
4º) R$ 83,0 milhões – Bahia (2016), subiu
5º) R$ 69,3 milhões – Sport (2024)
6º) R$ 61,0 milhões – Vitória (2023), subiu
7º) R$ 60,0 milhões – Sport (2019), subiu
8º) R$ 59,4 milhões – Sport (2022)
9º) R$ 56,9 milhões – Sport (2023)
10º) R$ 52,0 milhões – Vitória (2020)
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