Com o triunfo, o Sport chegou 8 jogos pontuando, com 5V e 3E. Foto: Paulo Paiva/Sport.
A volta pra casa pedia um roteiro assim. Após quase um ano, o Sport voltou a jogar na Ilha do Retiro, com gramado novo, iluminação nova e a aura de sempre. Os ingressos esgotados no primeiro dia sinalizaram a ansiedade da massa. No dia da partida contra o Ceará, a torcida foi ocupando a arquibancada pintada a as novas cadeiras logo cedo. Até o apito inicial, às 21h, o “cazá cazá” já tinha sido gritado em uníssono algumas vezes.
Clássico equilibrado do início ao fim
Nos últimos meses o time rubro-negro foi mandante na Arena Pernambuco, onde chegou a quebrar o recorde de público duas vezes, passando de 45 mil pessoas. Na Ilha, ainda com capacidade limitada por questões de segurança, foram 26.345 torcedores, o máximo autorizado nesta volta. Menos gente, sim. Entretanto, a atmosfera foi realmente diferente. Joga mais a favor do Sport e pressiona mais o adversário. E isso foi essencial para empurrar o time num jogo tão difícil como foi esse que encerrou a 30ª rodada da Série B.
Foi, literalmente, um confronto direto pelo G4. Ao Sport, vitória ou empate manteriam o time por mais uma rodada. Ao Ceará, só a vitória recolocaria o time no grupo de acesso após bastante tempo. O equilíbrio se fez presente desde as primeiras disputas pela bola, com os cartões amarelos surgindo rapidamente. A expectativa não era essa, mas sim a força ofensiva de ambos, com o Vozão tendo o ataque mais positivo, então com 46 gols, e o Leão numa fase ascendente, então com sete jogos seguidos pontuando. Foi o verdadeiro encaixe.
No limite, o roteiro dos sonhos
No 1º tempo, esse viés ofensivo resultou em dois gols anulados dos pernambucanos, ambos por impedimento, e duas chances cara a cara dos cearenses, uma com Caíque salvando e outra com Erick Pulga mandando rente à trave. No 2º tempo, a partida começou mais travada, mas o placar mudou bastante. Foram três gols em jogadas bem trabalhadas. O Sport abriu o placar com Barletta, após Lucas Lima passar por três antes do passe, o Ceará empatou após bom cruzamento na área e muito oportunismo de Pulga para pegar a sobra e fazer o seu 10º gol no BR, e por fim, o lance definitivo. Aos 48 minutos, Lucas Lima, o melhor em campo, avançou mais uma vez e rolou a bola para Di Plácido, que voltou de lesão. O lateral cruzou rasteiro para Wellington Silva marcar e subir o som.
A participação direta de dois jogadores que entraram no decorrer acabou definindo o 2 x 1 numa grande vitória do Sport no clássico nordestinos. Tendo ainda a ressalva que o Ceará acertou o travessão aos 52 e o apito final aconteceu só aos 54, após mais duas bolas paradas para o visitante. Esse nível tensão foi o último trecho de um roteiro azeitado, daqueles que todo torcedor sonha em viver. É verdade que não gosta tanto do momento em si, porque é base do sofrimento, mas o pós-jogo acaba sendo uma sensação de que tudo valeu a pena. Os meses sem o estádio, a dificuldade para conseguir ingresso, o aperto de sempre para entrar, e, claro, a alegria que, para os rubro-negros, para ser única quando está em casa. Como se tudo só pudesse acontecer desse jeito só ali, na Ilha véia de guerra.
Olhando pra cima na tabela
Para completar uma noite daquelas, a rodada foi excelente para o Sport. Em relação ao G4 da Segundona, o bicampeão pernambucano se manteve em 3º lugar, agora com 50 pontos. Só que o time abriu 3 pontos sobre o 5º lugar, o América. Na prática, abriu “4 pontos”, já que o clube mineiro ficará atrás no critério de vitórias caso alcance a pontuação do Sport – há está 14 x 12. Ou seja, o Leão estabeleceu uma rodada de vantagem.
Tem mais. Olhando pra cima, Novorizontino (1º) e Santos (2º) perderam e permaneceram com 54 e 53 pontos, respectivamente. Como o Sport ainda tem um jogo a menos, e será em casa, há chance de chegar a 53 pontos com os mesmos 30 jogos dos dois paulistas e entrar na briga pelo título. Inclusive, fará três dos próximos quatro jogos em casa. É pensar um passo de cada vez, claro. O primeiro foi dado, ao reabrir a Ilha do Retiro.
Escalação do Sport, 2 (melhores: Lucas Lima; Caíque e Ortiz; pior: Dalbert)
Caíque França; Igor Cariús (Di Plácido), Chico, Rafael Thyere e Dalbert (Felipinho); Felipe, Fabricio Domínguez (Lenny Lobato) e Lucas Lima; Tití Ortiz, Chrystian Barletta (Wellington Silva) e Zé Roberto (Gustavo Coutinho). Técnico: Pepa
Escalação do Ceará, 1 (melhor: Erick Palga)
Bruno Ferreira; João Pedro, Rafael Lemos, De Lucca (Richardson) e Aylon (Lucas Rian); Erick Pulga, Jorge Recalde (Barceló) e Matheus Felipe; Saulo Mineiro (Jean Irmer), Matheus Bahia e Lourenço. Técnico: Léo Condé
Histórico geral de Sport x Ceará
71 jogos (todos os mandos)
31 vitórias rubro-negras (43,6%)
20 empates (28,1%)
20 vitórias alvinegras (28,1%)
Leia mais sobre o assunto
A tabela do Sport na Série B do Brasileirão 2024, com 38 jogos e transmissões na TV
A tabela do Ceará na Série B do Brasileirão 2024, com 38 jogos e transmissões na TV
Abaixo, assista ao gol da vitória do Sport, já nos acréscimos do segundo tempo.