A taxa fixa do Estadual, em vigor pelo 3º ano seguido. Terá um novo dono. Foto: Rafael Vieira/FPF.
Os dois melhores times da 1ª fase do Campeonato Pernambucano exerceram o mando de campo na semifinal, sem muitas dificuldades, e avançaram para uma decisão inédita em 109 anos de história. O Sport eliminou o Petrolina, fazendo 2 x 0, e chega invicto, com 84,6% de aproveitamento. Já o Retrô venceu o Salgueiro por 3 x 1 e se classificou com 76,9%, tendo apenas uma derrota na campanha. E esse jogo foi em 28 de janeiro diante do próprio rubro-negro, que mesmo com um jogador a mais só conseguiu marcar aos 44 do 2º tempo.
De lá pra cá, o time de Luciano Juba e Vagner Love evoluiu e realmente vive ótima fase, classificado também à decisão da Copa do Nordeste, contra o Ceará, e com 55 gols marcados em 23 jogos oficiais na temporada. Ainda assim, há um cenário de disputa bem interessante para a final do PE 2023. No caso do leão, valeria o fim do hiato já incômodo de quatro anos sem conquistas e, sobretudo, a ampliação do recorde. Seria a 43º taça do clube da Ilha, o que corresponderia a 39,4% de todos os títulos oficiais da competição local.
Mando de campo da FPF
Quanto ao clube-empresa de Camaragibe, que chega à decisão pela 2ª vez seguida, seria uma conquista inédita, fazendo do clube o 9º campeão pernambucano na história. Há molho. As finais serão nos dois próximos sábados, provavelmente na Arena PE, valendo o artigo 16 do regulamento oficial do Estadual, que dá à FPF o poder de escolha. Antes mesmo das quartas de final, o presidente da federação, Evandro Carvalho, já havia definido o estádio.
Portanto, serão dois jogos com 45 mil lugares à disposição em cada, com a certeza quase absoluta de que a torcida rubro-negra será plena maioria, como foi a do Náutico em 2022. Claro, valerá a qualidade apresentada em campo. Aqui, enxergo isso nos dois times.
Atualização em 10/04: apesar da vontade de Evandro Carvalho, a FPF atendeu ao pedido do Sport, com a concordância do Retrô, e marcou o jogo de volta para a Ilha do Retiro.
A tabela da final do Pernambucano 2023
15/04 (16h30) – Retrô x Sport (Arena Pernambuco), Globo e DAZN
22/04 (16h30) – Sport x Retrô (Ilha do Retiro), Globo e DAZN
As campanhas dos finalistas
1º) 33 pontos – Sport (13 jogos; 10V, 3E e 0D; 31 GP e 6 GC; +25)
2º) 30 pontos – Retrô (13 jogos; 9V, 3E e 1D; 27 GP e 6 GC; +21)
5 finais inéditas em 10 anos
Partindo da pioneira edição em 1915, esta é a 75ª final na história do Pernambucano, sendo a 16ª composição diferente. A conta sobre o total de finais não bate? Isso ocorre porque outras 34 edições tiveram um campeão direto, através de regulamentos diferentes, com a disputa de turnos. Com a consolidação da era profissional no trio de ferro, a partir da década de 1950, ocorreu apenas uma final inédita em 50 anos, com a presença do Porto em 1998.
Porém, com a implantação do formato com semifinal e final, forçando a necessidade de uma decisão a partir de 2010, já surgiram cinco novas decisões, sendo duas formações com o Retrô, duas com o Salgueiro e uma com o Central – veja a cronologia abaixo. Neste formato, porém, ainda não aconteceu uma decisão sem representação do trio de ferro. Em tempo: apesar das campanhas parecidas, vejo o Sport com muito mais chances em 180 minutos.
Cronologia das finais inéditas no Pernambucano
1º) Flamengo x Torre (1915; ocorreu só 1 vez)
2º) Sport x Santa Cruz (1916; ocorreu 24 vezes)
3º) América x Santa Cruz (1921; 2 vezes)
4º) Santa Cruz x Íris (1932; 1 vez)
5º) Santa Cruz x Varzeano (1933; 1 vez)
6º) Náutico x Santa Cruz (1934; 16 vezes)
7º) Santa Cruz x Tramways (1935; 1 vez)
8º) América x Náutico (1944; 2 vezes)
9º) Sport x América (1948; 1 vez)
10º) Náutico x Sport (1951; 19 vezes)
11º) Sport x Porto (1998; 1 vez)
12º) Santa Cruz x Salgueiro (2015; 2 vezes)
13º) Sport x Salgueiro (2017; 1 vez)
14º) Náutico x Central (2018; 1 vez)
15º) Náutico x Retrô (2022; 1 vez)
16º) Sport x Retrô (2023; 1 vez)
* Das 16 finais, 6 já tiveram repeteco, com o Clássico das Multidões liderando com 24.
Nº de finais no Estadual de 2010 a 2023
1º) 10 vezes – Sport (4 títulos)
2º) 6 vezes – Santa Cruz (5) e Náutico (3)
4º) 3 vezes – Salgueiro (1)
5º) 2 vezes – Retrô (0)
6º) 1 vez – Central (0)
* Ao todo foram 28 vagas na final, com 6 clubes diferentes na era do mata-mata.
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