O “passaporte” para a participação na primeira divisão nacional. Arte: Série B/Twitter.
O rebaixamento do Atlético-GO na 38ª rodada, fechando o Z4 do Brasileirão de 2022, definiu de uma vez as composições da Série A de 2023 e da Série B de 2023. A próxima edição da segundona, a 18ª na era dos pontos corridos, terá uma cara bem diferente. Desta vez, nada de “A Maior Série B de todos os tempos”.
Mesmo após os esperados acessos de Cruzeiro, Grêmio, Vasco e Bahia, a Série B segue contando com campeões nacionais (Sport, Guarani, Criciúma e Juventude), mas agora num cenário futebolístico de maior equilíbrio e imprevisibilidade. Por sinal, o G4 de 2022 contou justamente com os quatro maiores orçamentos, com larga diferença do 4º (Bahia, R$ 95 milhões) para o 5º (Sport, R$ 59 milhões). Em 2023 é possível que todos os vinte times projetem as suas receitas anuais abaixo de R$ 100 milhões.
E esta nova lista conta com 6 clubes do Nordeste em busca do “passaporte” para a elite. Um rebaixado (Ceará), três remanescentes (Sampaio, Sport e CRB) e dois promovidos (ABC e Vitória). Com a queda, o vozão deverá conviver com a redução brusca do seu faturamento, cuja estimativa para este ano foi de R$ 163 milhões. O impacto é direto na cota da TV.
O novo contrato de transmissão da segunda divisão
Em vez de uma “cota mediana” de R$ 40/50 milhões, dependendo da classificação final na Série A, entre 13º e 16º, a Série B vinha oferecendo apenas R$ 8 milhões aos clubes – ou R$ 6,5 mi após os descontos. Na última edição da segundona, apenas os três clubes de maior torcida ganharam mais ao optar pelo dinheiro gerado pelo pay-per-view – ou seja, os assinantes de Cruzeiro, Vasco e Grêmio renderam mais que a cota fixa. Para a próxima edição do BR, contudo, há chance desta cota fixa ser um pouco maior. Isso porque acabou o contrato de exclusividade com a Rede Globo, que detinha todos os sinais até 2022.
Assim, a competição passará por uma licitação para a venda dos direitos de transmissão, e com pacotes diferenciados. Ou seja, pode ter TV aberta numa empresa (SBT interessado) e TV fechada noutra (ESPN interessada). O novo acordo deverá durar até 2024, pois a ideia é implantar a liga nacional em 2025, com acordos válidos para as Séries A e B. Segundo a informação apurada pelo site Notícias da TV, a própria Globo pode manter o Premiere. Além disso, também pode firmar acordos especiais com Sport e Vitória, por exemplo.
Futuro sem surpresa no caixa
Sendo assim, salvo um acerto multimilionário já agora, a grana da tevê para a segunda divisão seguirá enxuta, com a organização dos clubes nos 5 meses que a antecedem sendo essenciais para uma campanha sólida. Neste caso, numa leitura óbvia visando o acesso. As 38 rodadas da próxima Série B vão ocorrer entre 15 de abril e 25 de novembro.
Os vinte participantes da Série A de 2023
17º na A – Ceará (CE)
18º na A – Atlético (GO)
19º na A – Avaí (SC)
20º na A – Juventude (RS)
5º na B – Sampaio Corrêa (MA)
6º na B – Ituano (SP)
7º na B – Sport (PE)
8º na B – Criciúma (SC)
9º na B – Londrina (PR)
10º na B – Guarani (SP)
11º na B – CRB (AL)
12º na B – Ponte Preta (SP)
13º na B – Vila Nova (GO)
14º na B – Chapecoense (SC)
15º na B – Tombense (MG)
16º na B – Novorizontino (SP)
1º na C – Mirassol (SP)
2º na C – ABC (RN)
3º na C – Botafogo (SP)
4º na C – Vitória (BA)
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