Anúncio da Betnacional
Compartilhe!

Os presidentes da FPF, Náutico, Santa Cruz e Sport

Evandro, Diógenes, Antônio e Yuri, os nomes à frente do futebol de PE em 2022. Fotos: divulgação.

O desempenho do futebol pernambucano nas competições nacionais de 2022 foi um fiasco. Após a tripla eliminação logo na 1ª fase da Copa do Brasil, no primeiro semestre, veio o engodo no Campeonato Brasileiro. Sem representante na elite, o estado viu o Sport perder a disputa pelo acesso para os favoritos da edição na última rodada – foi a campo só com 0,05% de chance. Quanto ao Náutico, apesar do bi no Estadual, o sistema defensivo inviável o levou à terceira divisão mais uma vez. Pulando pra quarta divisão, os três times locais caíram antes da reta final.

Assim, sem acesso e com um rebaixamento, Pernambuco terá a seguinte representatividade no Brasileirão em 2023: nenhum time na Série A, 1 time na Série B (Sport), 1 time na Série C (Náutico) e 2 times na Série D (Retrô e Santa Cruz). Considerando a estrutura divisional do futebol brasileiro, iniciada em 1971, a próxima temporada marcará a pior representatividade pernambucana em todos os tempos. O levantamento do blog sobre os 53 anos contabilizou 145 competições, sendo 53 na primeira (regular desde 1971), 43 na segunda (intermitente desde 1971), 34 na terceira (intermitente desde 1981) e 15 na quarta (regular desde 2009) – veja abaixo. Até então, a pior composição era a de 2019, com 1 na B, 2 na C e 4 na D. Já era ruim, mas vendo agora era um cenário bem melhor, inclusive no número de times, 7 x 4.

Auge ocorreu há quase 40 anos

Ao todo, Pernambuco já teve 25 times diferentes no Campeonato Brasileiro, alguns deles já esquecidos, como o Ferroviário do Recife nos primeiros anos da Série B, em 71 e 72. O ponto mais alto do estado, neste contexto, foi contar com quatro clubes na 1ª divisão em 1979, ano em que só houve uma divisão, com 94 times, e em 1986, com o Central obtendo o acesso na segundona daquele mesmo ano e se juntando ao trio de ferro na fase final. Sobre os três grandes, a última vez que estiveram juntos na elite foi em 1993. Um jejum de 30 anos. Sem transformar o post num estudo sobre a derrocada, que começa de vez nos pontos corridos, na A e na B, é preciso pontuar os caminhos distintos que levaram ao colapso em 2023.

Os principais nomes no cenário caótico

Na FPF, Evandro Carvalho vem há algum tempo sendo um opositor ao formato da Copa do Nordeste, o que leva o Campeonato Pernambucano a um formato mais extenso, tecnicamente nivelado por baixo. No Náutico, Diógenes Braga viveu o primeiro ano de sua gestão, vendo a diferença em ter a caneta, com a necessidade de respostas rápidas – o que não aconteceu na remontagem do elenco. No Santa Cruz, Antônio Luiz Neto não foi o ponto de mudança após a ridícula passagem do Pró-Santa, falhando até na captação de receitas de menor porte, algo que havia conseguido no trabalho anterior no Arruda.

Já no Sport, Yuri Romão acumula o 2º ano de decepção no futebol, somando o rebaixamento na A e a permanência na B – o vice do Nordestão foi o ponto fora da curva. O dirigente rubro-negro é o único que ainda enfrentará uma eleição para seguir no próximo ano, com os outros três dando sequência ao mandato. E o que muda neste momento de PE? Apesar do encolhimento esportivo, econômico e administrativo, ainda não vejo nada muito diferente…

Leia mais sobre o assunto
Transmissão do Pernambucano segue com a Globo em 2023; será o 24º ano seguido

A seguir, o levantamento de todas as composições de clubes pernambucanos a cada ano no Brasileirão desde 1971. Antes disso, na Taça Brasil (de 1959 a 1968) e no Robertão (de 1968 e 1970), valia apenas a classificação pelo Estadual, com apenas uma vaga em disputa. No Nacional, com diversos regulamentos sobre classificação e fórmula de disputa, já foram 36 composições diferentes de PE, do auge em 1979 e 1986 ao atual fundo do poço em 2023. Por ordenamento, todos os anos contam a quantidade de representantes em cada divisão, mas em vários casos nem era possível preencher todas as 4 séries. A última, por exemplo, só foi criada há 13 anos.

Pernambuco no Campeonato Brasileiro

1º) 4 na A, 0 na B, 0 na C e 0 na D: 1979 e 1986
3º) 3 na A, 2 na B, 1 na C e 0 na D: 1981
4º) 3 na A, 1 na B, 0 na C e 0 na D: 1980, 1985 e 1987
7º) 3 na A, 0 na B, 0 na C e 0 na D: 1973, 1974, 1975, 1976, 1977, 1978 e 1993
14º) 2 na A, 4 na B, 0 na C e 0 na D: 1991
15º) 2 na A, 3 na B, 0 na C e 0 na D: 1972 e 1989
17º) 2 na A, 2 na B, 2 na C e 0 na D: 1994
18º) 2 na A, 2 na B, 1 na C e 0 na D: 1988 e 1992
20º) 2 na A, 2 na B, 0 na C e 0 na D: 1971, 1982, 1983 e 1984
24º) 2 na A, 1 na B, 3 na C e 0 na D: 2007
25º) 2 na A, 1 na B, 2 na C e 0 na D: 2000
26º) 2 na A, 1 na B, 1 na C e 3 na D: 2016
27º) 2 na A, 1 na B, 1 na C e 0 na D: 2001
28º) 2 na A, 0 na B, 4 na C e 0 na D: 2008
29º) 2 na A, 0 na B, 2 na C e 2 na D: 2012
30º) 2 na A, 0 na B, 1 na C e 2 na D: 2009
31º) 1 na A, 3 na B, 4 na C e 0 na D: 1997
32º) 1 na A, 3 na B, 3 na C e 0 na D: 1995
33º) 1 na A, 3 na B, 2 na C e 0 na D: 1990
34º) 1 na A, 3 na B, 1 na C e 0 na D: 1996
35º) 1 na A, 2 na B, 2 na C e 0 na D: 2006
36º) 1 na A, 2 na B, 1 na C e 3 na D: 2017
37º) 1 na A, 2 na B, 1 na C e 2 na D: 2014 e 2015
39º) 1 na A, 2 na B, 0 na C e 0 na D: 1998
40º) 1 na A, 1 na B, 2 na C e 0 na D: 1999
41º) 1 na A, 1 na B, 1 na C e 3 na D: 2013 e 2020
43º) 1 na A, 1 na B, 1 na C e 2 na D: 2021
44º) 1 na A, 0 na B, 3 na C e 3 na D: 2018
45º) 0 na A, 3 na B, 2 na C e 0 na D: 2004 e 2005
47º) 0 na A, 3 na B, 1 na C e 0 na D: 2003
48º) 0 na A, 3 na B, 0 na C e 2 na D: 2011
49º) 0 na A, 3 na B, 0 na C e 0 na D: 2002
50º) 0 na A, 2 na B, 1 na C e 2 na D: 2010
51º) 0 na A, 2 na B, 0 na C e 3 na D: 2022
52º) 0 na A, 1 na B, 2 na C e 4 na D: 2019
53º) 0 na A, 1 na B, 1 na C e 2 na D: 2023

Agora, o ranking de participações pernambucanas no Campeonato Brasileiro, ordenada a partir do número de vezes na A. Em caso de empate, vale o maior número de vezes na B. E assim por diante, nas séries C e D. Você pode estranhar o Náutico com 54 presenças em 53 anos, mas é porque o timbu jogou a B e a A em 81, obtendo o acesso no mesmo ano – para a pesquisa acima valeu só a divisão mais alta. O Sport passou pelo mesmo em 80, mas a conta do leão dá 53 porque o clube não quis participar da Série B de 72, ficando ausente naquele ano.

Nº de participações nas Séries A, B, C e D (1971-2023)

1º) 39A, 14B, 0C e 0D- Sport (53x)
2º) 27A, 23B, 4C e 0D – Náutico (54x)
3º) 21A, 20B, 7C e 5D – Santa Cruz (53x)
4º) 2A, 18B, 5C e 11D – Central (36x)
5º) 0A, 4B, 1C e 3D – América (8x)
6º) 0A, 2B, 0C e 0D – Ferroviário do Recife (2x)
7º) 0A, 1B, 9C e 3D – Salgueiro (13x)
8º) 0A, 1B, 1C e 0D – Estudantes (2x)
9º) 0A, 0B, 8C e 2D – Porto (10x)
10º) 0A, 0B, 5C e 1D – Vitória (6x)
11º) 0A, 0B, 2C e 2D – Ypiranga (4x)
12º) 0A, 0B, 1C e 1D – Flamengo de Arcoverde (2x) e Petrolina (2x)
14º) 0A, 0B, 1C e 0D – Centro Limoeirense (1x), Itacuruba (1x), Manchete (1x), Paulistano (1x), Serrano (1x), Unibol (1x) e Vera Cruz (1x)
21º) 0A, 0B, 0C e 3D – Retro (3x)
22º) 0A, 0B, 0C e 2D – Afogados (2x) e Serra Talhada (2x)
24º) 0A, 0B, 0C e 1D – Atlético (1x) e Belo Jardim (1x)


Compartilhe!