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Sede do Ceará

A sede alvinegra em Porangabuçu, onde ocorreu a decisão do CD. Foto: Ceará/divulgação.

Até o dia 7 de abril, a previsão é que 24 clubes aprovem, através de seus respectivos conselhos deliberativos, a entrada na Liga Forte Futebol (LFF), um dos dois grupos que vem articulando a venda dos direitos de transmissão do Brasileirão a partir de 2025. Até o momento, 20 clubes da LFF já aprovaram o “Term Sheet”, o termo contratual no qual concordam em ceder 20% dos direitos ao fundo de investimentos formado pela Serengeti Asset Management e pela Life Capital Partners, que estimam captar R$ 4,8 bilhões.

Pelo acordo com a Forte Futebol, então, o fundo irá adquirir 20% dos direitos dos clubes filiados à liga durante 50 anos. Ou seja, a cada contrato, de 2025 até 2075, o investidor ficará com 20% da receita e o clube com 80%, voltando a ter a totalidade do dinheiro da televisão somente após o fim deste acordo. Por isso, claro, o investidor fará um aporte inicial aos filiados. E aí vem o grande diferencial no anúncio sobre a adesão do Ceará, com a nota oficial do clube, em 22 de março, revelando o repasse proposto para a assinatura.

Luvas milionárias

Até então, esse detalhamento, por parte dos clubes, não vinha sendo algo público de fato. O Náutico aderiu em 08/03 e o Sport aderiu em 16/03, ratificando a decisão dos respectivos presidentes executivos, mas ambos os clubes não trataram de valores específicos. Apenas citaram os percentuais sobre a futura divisão, daqui a dois anos, com 45% de maneira igualitária, 30% pela performance esportiva e 25% pelo apelo comercial. No caso do vozão, a cifra pelas “luvas” é de R$ 118,5 milhões, com o pagamento em até 18 meses.

Nos bastidores, a tendência é que o Ceará receba o dinheiro em três momentos: 50% (R$ 59 mi) em até 3 meses, mais 25% (R$ 29 mi) em até 12 meses e os outros 25% (R$ 29 mi) em até 18 meses. Ou seja, aportes em junho de 2023, março de 2024 e setembro de 2024. O valor absoluto de cada clube, nesta largada, não será necessariamente idêntico, mas este dado do Ceará serve como uma boa base para clubes deste porte, incluindo a própria dupla do Recife. Em tese, o valor também pode ser visto como uma “antecipação” do próximo contrato de transmissão na tevê, como uma forma de capitalizar os clubes filiados até lá.

A responsabilidade sobre o recurso

No alvinegro, por exemplo, esse repasse da liga já em 2023 faria a previsão de receita na temporada, na qual disputará a Série B, saltar de R$ 89 milhões para R$ 148 milhões. Neste ponto, creio, valerá bastante o modelo de gestão de cada clube. Que essa verba sirva para a reestruturação financeira, com extrema responsabilidade, e não apenas em reforços de qualidade duvidosa e rendimento efêmero. Até porque, lembrando mais uma vez, o contrato com fundo valerá por cinco décadas. Haja tempo para se manter competitivo…

FILIADOS À LIGA FORTE FUTEBOL (26 ao todo):
9 na Série A de 2023: Athletico (PR), Atlético (MG), América (MG), Coritiba (PR), Cuiabá (MT), Fluminense (RJ), Fortaleza (CE), Goiás (GO) e Internacional (RS); 12 na Série B: ABC (RN), Atlético (GO), Avaí (SC), Chapecoense (SC), Ceará (CE), Criciúma (SC), CRB (AL), Juventude (RS), Londrina (PR), Sport (PE), Vila Nova (GO) e Tombense (MG); 5 na Série C: Brusque (SC), CSA (AL), Figueirense (SC), Náutico (PE) e Operário (PR)

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