A empresa de consultoria SportsValue analisou os balanços dos 20 clubes brasileiros de maior faturamento em 2017. No quadro geral, esses times, incluindo três nordestinos (Sport, Bahia e Vitóra), ultrapassaram a barreira R$ 5 bilhões em receitas operacionais, contabilizando todas as fontes possíveis, como cotas de tevê, sócios, venda de jogadores e patrocínios.
Em relação ao balanço anterior, o crescimento geral foi de 4% – curioso, pois a maioria contabilizou as ‘luvas’ dos acordos com a Globo para 2019-2024 nos relatórios de 2016. Neste post, o foco é justamente a participação do carro-chefe deste bolo, a TV (gráfico acima, em milhões de reais). Em 12 times, a cota – somando torneios estaduais, regionais e nacionais – representou ao menos 40% do total, com o Goiás, na Série B, chegando a 71%, numa dependência sem escape.
Na lista sobre os percentuais surpreende a colocação do Flamengo, em 18º. Afinal, o clube recebe a maior cota de transmissão, com quase R$ 200 milhões, o que já é superior à receita total do rival Vasco. Porém, o rubro-negro carioca se capitalizou em outras frentes, sobretudo na venda de atletas, com R$ 183 mi (82% via Vinícius Júnior, para o Real Madrid).
Essa estruturação – também baseada no longo uso da verba televisiva, como outros – deverá deixar o Fla, já a curto prazo, numa condição plena no mercado nacional, na dianteira também em outras fontes tradicionais. No ranking de TV também chama a atenção as posições de Cruzeiro e Galo, à frente do Corinthians – outro campeão de audiência. A dupla provavelmente se beneficiou das luvas, embora os balanços não tenham detalhado as subidas fora da curva.
Vale lembrar que 2018 é a última temporada de exclusividade da Rede Globo em termos de Campeonato Brasileiro. De 2019 a 2024 o grupo – que detinha os direitos de todas as plataformas – terá a concorrência do Esporte Interativo na tevê por assinatura (vs SporTV). No caso da Globo, entre os clubes que assinaram com a empresa, um bolo de R$ 1,1 bilhão, colocando em prática pela primeira vez um sistema de distribuição, com 40% em parcelas iguais, 30% por colocação na competição e 30% pelo número de jogos exibidos.
O percentual da cota de TV na receita operacional em 2017
1º) 71,8% – Goiás
2º) 61,7% – Ponte Preta
3º) 61,5% – Bahia
4º) 56,6% – Vitória
5º) 55,3% – Atlético-MG
6º) 52,3% – Sport
7º) 51,4% – Cruzeiro
8º) 50,7% – Vasco
9º) 47,0% – Coritiba
10º) 45,3% – Botafogo
11º) 44,8% – Fluminense
12º) 44,0% – Internacional
13º) 38,3% – Chapecoense
14º) 37,9% – Santos
15º) 37,5% – Corinthians
16º) 36,9% – Grêmio
17º) 34,7% – Atlético-PR
18º) 30,7% – Flamengo
19º) 27,2% – Palmeiras
20º) 26,0% – São Paulo
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