Palco da pioneira final, o estádio vai celebrar o campeão pela segunda vez. Foto: Selaj-AL.
O dia 9 de junho de 2024 marca a volta da decisão da Copa do Nordeste ao Rei Pelé após 30 anos. Curiosamente, o estádio de Maceió abrigou a primeira final da história, em 1994. Aquela edição, inteiramente realizada em Alagoas, foi definida em jogo único, com o Sport batendo o CRB nos pênaltis. Por sinal, isso só aconteceu três vezes. As outras finais únicas foram em 2001 e 2010. Voltando a ser finalista nesta temporada, tendo a melhor campanha entre os dois classificados, o CRB ganhou o direito de fazer o jogo de volta em casa. Apesar desta nova chance, o visitante chega numa condição bem melhor. Na Arena Castelão, o Fortaleza se impôs e venceu o jogo de ida por 2 x 0, abrindo uma vantagem jamais desfeita.
Apenas duas reversões na história
Esta é a 21ª final na história. Nas 20 anteriores, 17 foram no sistema de ida e volta, como agora. Em apenas duas um time perdeu o primeiro jogo e ainda assim terminou campeão. Em 1998, o América de Natal perdeu do Vitória no Barradão por 2 x 1, mas venceu no antigo Machadão por 3 x 1, obtendo o único título do Rio Grande do Norte. A outra demorou. Em 2021, o Bahia perdeu do Ceará por 1 x 0 como mandante, em Pituaçu, mas venceu por 2 x 1 no Castelão, faturando o tetracampeonato na disputa de pênaltis.
Nota-se que o Fortaleza está mesmo pertinho do tri. Pois até existem brechas históricas para uma reviravolta, mas não após um clube ficar dois gols atrás no primeiro confronto. E este é o tamanho da missão do CRB, que precisará superar um time indiscutivelmente mais técnico para ficar com a primeira taça de seu estado. O Galo da Pajuçara tentará usar o mando de campo liberado atualmente para apenas 17.263 torcedores. Inaugurado em 1970, o Rei Pelé tinha capacidade estimada em 45 mil pessoas. A inauguração teve 42.326 espectadores, com o Santos goleando a Seleção de Alagoas por 5 x 0, com direito a dois gols do próprio Pelé.
Decisão tem média de 35 mil pessoas
Embora não tenha sido remodelado, o Rei Pelé passou por algumas reduções por questão de segurança. Assim, o local deverá receber o menor público numa final nordestina em 15 anos – obviamente, relevando as duas edições com portões fechados devido à pandemia da Covid-19. Em 2010 foram 13 mil torcedores no Frasqueirão, no menor público presente até hoje.
Já o recorde foi na final de 2001, com 65.924 pagantes para Bahia x Sport na Fonte Nova. Naquela tarde, o público total foi de 69 mil torcedores. Considerando as 18 decisões com público liberado, foram 630.657 torcedores no “jogo do título”, que soma o “jogo de volta” e a “final única”. A média na finalíssima é de 35.036, dado que irá diminuir com a última partida da Copa do Nordeste de 2024. Abaixo, relembre as finais intermitentes em 30 anos. Até hoje, os títulos ficaram com 9 mandantes e com 11 visitantes – caso de 2023, com o Ceará na Ilha.
Capacidade quase no limite do regulamento
De acordo com o regulamento do Nordestão 2024, os jogos da final precisam ser em estádios a partir de 15 mil lugares. Ou seja, o Rei Pelé ficou pertinho do limite. Inclusive, o CRB precisou renovar os laudos para confirmar o número necessário. Eis o trecho do Artigo 31 do regulamento: “4ª Fase: os estádios deverão ter capacidade mínima de 15.000 (quinze mil) espectadores sentados, com gramados atendendo aos padrões pré-estabelecidos pela CBF e sistema de iluminação adequado para partidas noturnas e transmissões”.
As 21 decisões da Copa do Nordeste
1994 – CRB (2) 0 x 0 (4) Sport (Rei Pelé, 15.798 pessoas)
1997 – Vitória 1 x 2 Bahia (Fonte Nova, 40.111)
1998 – América-RN 3 x 1 Vitória (Machadão, 24.431)
1999 – Bahia 1 x 0 Vitória (Fonte Nova, 40.359)
2000 – Sport 2 x 2 Vitória (Ilha do Retiro, 33.392)
2001 – Bahia 3 x 1 Sport (Fonte Nova, 65.924)
2002 – Vitória 2 x 2 Bahia (Barradão, 23.120)
2003 – Vitória 0 x 0 Fluminense de Feira (Barradão, 22.220)
2010 – ABC 1 x 2 Vitória (Frasqueirão, 13.130)
2013 – Campinense 2 x 0 ASA (Amigão, 19.650)
2014 – Ceará 1 x 1 Sport (Castelão, 61.240)
2015 – Ceará 2 x 1 Bahia (Castelão, 63.399)
2016 – Campinense 1 x 1 Santa Cruz (Amigão, 17.859)
2017 – Bahia 1 x 0 Sport (Fonte Nova, 40.738)
2018 – Bahia 0 x 0 Sampaio Corrêa (Fonte Nova, 45.378)
2019 – Botafogo-PB 0 x 1 Fortaleza (Almeidão, 17.518)
2020 – Bahia 0 x 1 Ceará (Pituaçu, portões fechados)
2021 – Ceará (2) 1 x 2 (4) Bahia (Castelão, portões fechados)
2022 – Fortaleza 1 x 0 Sport (Castelão, 60.045)
2023 – Sport (2) 1 x 0 (4) Ceará (Ilha do Retiro, 26.345)
2024 – CRB x Fortaleza (Rei Pelé), a disputar
* Campeões em negrito
Ranking de cidades na finalíssima do NE (7 locais)
1º) 8 vezes – Salvador (BA)
2º) 4 vezes – Fortaleza (CE)
3º) 2 vezes – Natal (RN), Campina Grande (PB), Maceió (AL) e Recife (PE)
7º) 1 vez – João Pessoa (PB)
Ranking de estádios na finalíssima do NE (10 palcos)
1º) 5 vezes – Fonte Nova (BA)
2º) 4 vezes – Castelão (CE)
3º) 2 vezes – Barradão (BA), Amigão (PB), Ilha do Retiro (PE) e Rei Pelé (AL)
7º) 1 vez – Machadão (RN), Frasqueirão (RN), Almeidão (PB) e Pituaçu (BA)
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