A Arena da Baixada recebeu 40.263 torcedores, estabelecendo o novo recorde de público. Um dado para ilustrar a noite que mudou o patamar do Atlético-PR. Na véspera da decisão da Sula, o clube paranaense lançou uma nova identidade visual, com uma mudança radical no escudo e no uniforme, além da alteração no próprio nome, “Athletico”. Para garantir este novo cenário, o rubro-negro obteve um novo status, o de campeão sul-americano. Ou campeón.
Com uma ótima campanha, vencendo 8 dos 12 jogos, o Furacão conquistou a Copa Sul-Americana, tornando-se o 13º clube brasileiro a obter um título internacional oficial – curiosamente, desempatou a disputa BRA x ARG, até então 12 x 12. Na decisão, dois empates em 1 x 1 com o Júnior, em Barranquilla e em Curitiba, incluindo uma prorrogação. Nos dois jogos, o time colombiano desperdiçou penalidades. No travessão na ida e pra fora na volta. Será que o desempenho seria mantido na disputa de pênaltis? Aconteceu, com o Júnior perdendo duas cobranças, novamente na trave e novamente pra fora. Quanto ao Atlético, que também perdeu uma, a definição acabou vindo na última cobrança, com o zagueiro Thiago Heleno fechando a série histórica, 4 x 2!
Com a nova taça, o clube se garante em mais uma edição da Libertadores. Será a 6ª presença: 2000, 2002, 2005 (vice), 2014, 2017 e 2019. Daí, o novo patamar. De um clube bem estruturado e que chega com força nas competições, de forma recorrente. Campeão brasileiro em 2001, deu o primeiro passo. Campeão da Sula em 2018, dá o segundo, rompendo uma datada interpretação sobre os grandes clubes do país, o tal “G12”. Ao Atlético, o que falta? Mudar de endereço? Só se for. O CAP segue crescendo e ainda terá mais duas finais internacionais na próxima temporada, com a Recopa, contra o River Plate, e a Copa Suruga, diante do Shonan Bellmare, o vencedor da Copa da Liga Japonesa. Espólio do primeiro título internacional.
Ouça a análise do Podcast 45 Minutos sobre a composição dos grandes clubes (G4, G9, G11, G13?)
Atlético-PR, campeão da Copa Sul-Americana de 2018
Ao longo de seis fases na competição, o Furacão passou por Newell’s Old Boys (3 x 0 na estreia), Peñarol (goleando em Montevidéu, 4 x 1), Caracas (lá e lô), Bahia (nos pênaltis), Fluminense (com direito à olé no Maracanã) e Junior Barranquilla (taça na Arena da Baixada, nos pênaltis).
Time na decisão
Santos; Jonathan, Thiago Heleno, Léo Pereira e Renan Lodi; Lucho González (Wellington), Bruno Guimarães e Raphael Veiga; Cirino (Rony), Nikão (Marcinho) e Pablo (Bergson). Técnico: Tiago Nunes
Campanha
12 jogos, com 8 vitórias, 2 empates e 2 derrotas; 21 GP e 7 GC
Os 13 times brasileiros com títulos internacionais oficiais
12 – São Paulo (3 Mundiais, 3 Libertadores, 1 Supercopa, 1 Sula, 1 Conmebol, 2 Recopas, 1 Master)
8 – Santos (2 Mundiais, 3 Libertadores, 1 Conmebol, 1 Recopa Internacional, 1 Recopa)
7 – Internacional (1 Mundial, 2 Libertadores, 1 Sula, 2 Recopas, 1 Suruga)
7 – Cruzeiro (2 Libertadores, 2 Supercopas, 1 Recopa, 1 Copa Ouro, 1 Master)
6 – Grêmio (1 Mundial, 3 Libertadores, 2 Recopas)
4 – Corinthians (2 Mundiais, 1 Libertadores, 1 Recopa)
4 – Flamengo (1 Mundial, 1 Libertadores, 1 Mercosul, 1 Copa Ouro)
4 – Atlético-MG (1 Libertadores, 2 Copas Conmebol, 1 Recopa)
3 – Vasco (1 Libertadores, 1 Sul-Americano e 1 Mercosul)
2 – Palmeiras* (1 Libertadores, 1 Mercosul)
1 – Chapecoense (1 Sula)
1 – Atlético-PR (1 Sula)
1 – Botafogo (1 Conmebol)
* O clube também venceu a Copa Rio em 1951
Ao todo, são 60 títulos internacionais oficiais do Brasil, em competições envolvendo clubes, incluindo 10 Mundiais e 18 Libertadores. Na história da Copa Sul-Americana, essa foi a 4ª conquista em 17 edições. O CAP se juntou a Inter (2008), São Paulo (2012) e Chape (2016).