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Afeito às mudanças, minimizando riscos, o Atlético-PR desta vez foi radical. O rubro-negro de Curitiba mudou o uniforme, agora com listras diagonais, o escudo e até o próprio nome, adicionando a letra “h”. Tudo com o objetivo de ampliar a sua marca, provocando uma dissociação de outros Atléticos, sobretudo o Mineiro. Na véspera da final da Sul-Americana, o clube, chamado no continente como “Paranaense”, quer ser reconhecido como “Athletico”.

Não se trata de uma ideia nova, ao menos em relação ao escudo. Em janeiro de 2017 a Juventus apresentou um distintivo novo, bem minimalista, restrito à letra “J” – numa ideia traçada durante dois anos para alcançar novos mercados. Considerando a evolução da identidade visual, casos de CAP e Juve, será que a ideia funciona junto à base tradicional da torcida? A discussão é grande e, acredite, essa estratégia de marketing, conhecida como “rebranding”, já se estendeu ao Recife.

Há uma década, os três grandes clubes do estado tiveram projetos em suas mesas para a releitura dos respectivos distintivos, em busca de “simplificação”. Entre 2007 e 2011, a Módulo Design criou modelos para Náutico, Santa e Sport. Começou no alvirrubro, uma vez que um dos criadores, Roberto Varela, também era vice-presidente de marketing do clube. Ao lado de Daniel Dobbin, o trabalho resultou no atual modelo usado pelo clube, com a seguinte explicação no livro Construindo Marcas, uma compilação de 25 anos de trabalho da empresa.

“O redesenho do escudo de clube é algo muito completo porque o torcedor geralmente é muito passional. Mexer com isso sempre requer muita pesquisa. Começamos por retirar Náutico de dentro do escudo, pois a palavra só tinha sido usada na última versão. Tiramos partido das listras flamulantes da bandeira e criamos um campo na parte de baixo, onde inserimos 1901, ano da fundação do clube. Ainda deixamos as seis estrelas relativas ao Hexa, pois sabíamos de sua importância para muitos torcedores”

Após a aprovação pelo conselho deliberativo do timbu, no fim de 2008, a criação direcionou o trabalho aos rivais e em clubes periféricos da capital pernambucana. A seguir, outro trecho.

“Após o redesign do escudo do Náutico em 2008, graças ao nosso bom relacionamento com os demais clubes do estados, fizemos primeiro uma proposta para o Santa Cruz, que iria completar 100 anos e também tinha problemas em seu escudo, e depois para o Sport, que também tem dificuldades de reprodução. Em ambos os casos, os dirigentes não tiveram como implantar, pois aprovar esses redesenhos junto aos conselheiros é sempre muito complicado. Já os redesenhos do Íbis e do América foram feitos para uma empresa de marketing esportivo que depois se desligou dos dois clubes e não teve mais como implantá-los”

No tricolor, houve uma mudança, mas sem relação com a Módulo Design, com a retirada das oito estrelas (tri-super e penta). Já no leão, o assunto chegou a ser discutido internamente, em 2011, na gestão de Gustavo Dubeux. A versão atual data de 2008, após a conquista da Copa do Brasil, com a inclusão da segunda estrela dourada e a redução da prateada.

Abaixo, todas as 23 versões criadas pela Módulo Design e apresentadas a Santa Cruz, Sport, América e Íbis. Confira e depois comente se gostou de algum modelo…

Sport – O leão se manteria no escudo, mas com mudanças no nº de listras. Das sete atuais, cairia para até 2. A sigla SCR também poderia sair das mãos do leão (aliás, havia dois modelos de leões).

Santa Cruz – Variações do modelo atual, incluindo ondulações, e mudanças na fonte e na cor do acrônimo SCFC. Sobre o amarelo, era tradição no clube durante as décadas de 70 e 80.

América – Uma modernização sobre um escudo que não era modificado há décadas. Dos traços simples para uma leitura arrojada. A versão com o 1914 embaixo do AFC foi usada no centenário.

Íbis – O pássaro preto seguiria quase sem retoques, mas a cor preta seria mais presente. Em dois casos estudados, haveria até mesmo a inclusão do branco no distintivo.

Náutico – Abaixo, a evolução do distintivo oficial do Náutico, com oito modelos desde a fundação, em 1901. Após adotar a bandeira, em 1931, a grande mudança veio após o título estadual de 1968, com as seis estrelas do hexa sendo integradas. O modelo atual foi o resultado do trabalho de redesenho da marca – não foram fornecidos os modelos ignorados na escolha feita em 2008.


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