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O ranking de receitas do G7 em 2018, com a evolução dos clubes em relação ao balanço anterior.

Os sete maiores clubes do Nordeste, concentrados nas cidades de Salvador, Recife e Fortaleza, arrecadaram R$ 468,4 milhões em 2018. Num primeiro olhar, o valor pode até impressionar. Entretanto, o dado só corresponde a 71,6% da receita do Palmeiras, o atual campeão brasileiro e líder neste quesito – a receita total do verdão chegou a R$ 653,9 milhões.

Em um ano, o crescimento bruto do G7 foi R$ 78,6 milhões, com acréscimo de 20,1%. Ao contrários dos últimos anos, com o valor extremamente concentrado no trio de “cotistas da TV”, Bahia, Sport e Vitória, desta vez a dupla cearense conseguiu fazer frente, com R$ 116,4 milhões na soma. A seguir, alguns comparativos financeiros a partir dos balanços publicados pelos principais clubes da região, com dados oficiais, colhidos de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2018.

É importante destacar que o G7 não corresponde, necessariamente, aos sete nordestinos com as maiores receitas no ano. Em 2018, por exemplo, CSA, CRB e Sampaio faturaram mais que o Santa. A lista foca apenas os times mais tradicionais, com as maiores torcidas da região.

As análises sobre os clubes: Bahia, Ceará, Fortaleza, Náutico, Santa Cruz, Sport e Vitória.

O debate do Podcast 45 Minutos sobre os balanços financeiros do “G7”:

A partir dos balanços divulgados até 30 de abril, foi possível traçar uma evolução uniforme dos sete grandes times (Bahia, Ceará, Fortaleza, Náutico, Santa, Sport e Vitória) desde 2014. O recorde segue com 2016, graças à renovação do contrato de transmissão junto à Rede Globo, com Bahia, Sport e Vitória – os respectivos contratos valeram por três anos, até 2018.

A receita acumulada do G7 do Nordeste
2014 – R$ 264.878.208 (média de R$ 37,83 mi)
2015 – R$ 311.604.527 (média de R$ 44,51 mi)
2016 – R$ 476.840.772 (média de R$ 68,12 mi)
2017 – R$ 389.788.774 (média de R$ 55,68 mi)
2018 – R$ 468.445.103 (média de R$ 66,92 mi)

Neste gráfico, o percentual de cada clube dentro da receita acumulada do G7. Nos cinco anos, o maior impacto foi registrado pelo Bahia, justamente na última temporada, com 29% – ao todo, o tricolor baiano liderou em quatro anos. Já o menor dado foi do Santa Cruz, também 2018, com menos de 2%. O tricolor pernambucano, aliás, foi o “lanterna” em três anos.

Receita total
É a lista “principal”, com todas as receitas dos clubes. Ou seja, sem deduções, como impostos e contribuições – com o faturamento replicando a forma apresentada pelos clubes em seus relatórios. Enquanto o Bahia quebrou o recorde de faturamento na região, passando da barreira de R$ 130 mi, o Santa ficou abaixo de R$ 10 mi pela primeira vez na década.

1º) R$ 136.107.000 – Bahia (Série A)
2º) R$ 104.098.716 – Sport (A)
3º) R$ 87.013.000 – Vitória (A)
4º) R$ 64.787.133 – Ceará (A)
5º) R$ 51.621.897 – Fortaleza (B)
6º) R$ 16.051.433 – Náutico (C)
7º) R$ 8.765.924 – Santa Cruz (C)

Despesa com o futebol profissional
Entre os sete, apenas o Santa tem o complemento de “Futebol Clube”, mas mesmo assim existem outras despesas na agremiação. O futebol profissional do Arruda, propriamente dito, consumiu 72% da receita – dado só abaixo do Ceará, com 3/4 de sua receita sendo direcionada ao futebol. Esta lista considera salários, direito de imagem e encargos trabalhistas.

1º) R$ 63.939.235 (46,9%) – Bahia (Série A)
2º) R$ 59.959.208 (57,5%) – Sport (A)
3º) R$ 48.722.531 (75,2%) – Ceará (A)
4º) R$ 34.680.000 (39,8%) – Vitória (A)
5º) R$ 29.579.557 (57,3%) – Fortaleza (B)
6º) R$ 10.651.837 (66,3%) – Náutico (C)
7º) R$ 6.383.312 (72,8%) – Santa Cruz (C)

Resultado do exercício em 2018 (superávit/déficit)
Trata-se da subtração entre a receita líquida e as despesas, com o saldo no último ano. Apenas três times terminaram no azul, com o timbu no limite. Se o Bahia liderou o quesito (R$ 4,4 mi), o Ceará cravou o 4º superávit consecutivo, algo raro na região. No vermelho, quatro times, com o 5º déficit seguido do Santa e o 6º do Sport (com um registro negativo de R$ 14 mi!).

1º) +4.481.000 – Bahia (Série A)
2º) +3.013.201 – Ceará (A)
3º) +54.394 – Náutico (C)
4º) -1.503.071 – Fortaleza (B)
5º) -1.953.164 – Santa Cruz (C)
6º) -3.982.000 – Vitória (A)
7º) -14.382.986 – Sport (A)

As principais fontes de receita
A seguir, cinco recortes sobre as maiores frentes de receitas do G7 do Nordeste, com televisionamento, sócios, bilheteria, patrocínios e venda de jogadores. No caso da tevê e da renda nos estádios, trata-se da soma de todas as competições (e amistosos) no ano. Obs. Em cada caso, o percentual ao lado da cifra corresponde ao impacto dentro da respectiva receita total do clube.

Direitos de transmissão na TV
A temporada de 2018 foi a última com os “cotistas da TV” – no NE, curiosamente, o status aplicado aos três primeiros. A partir de 2019, a cota da Série B passa a ser a mesma dos “não cotistas” – antes, o clube recebia o valor integral da A mesmo jogando a B. Sobre os valores a seguir, vale destacar que o Fortaleza classificou a sua cota da Série B em renda de campeonato.

1º) R$ 71.243.932 (52,3%) – Bahia (Série A)
2º) R$ 48.563.000 (55,8%) – Vitória (A)
3º) R$ 43.113.030 (41,4%) – Sport (A)
4º) R$ 25.050.959 (38,6%) – Ceará (A)
5º) R$ 882.529 (1,7%) – Fortaleza (B)
6º) R$ 727.572 (8,3%) – Santa Cruz (C)
7º) R$ 160.000 (0,9%) – Náutico (C)

Quadro de sócios
O quadro de sócios titulares adimplentes vem ganhando cada vez mais importância. No caso do Fortaleza, que disputou a Série B, esta frente correspondeu a quase 1/4 da receita, num valor recorde. Esta lista, com sócios-torcedores e sócios contribuintes, tem apenas cinco times porque Vitória e Náutico colocaram os respectivos valores em “outras receitas”.

1º) R$ 13.865.620 (13,3%) – Sport (Série A)
2º) R$ 12.255.570 (23,7%) – Fortaleza (B)
3º) R$ 9.275.359 (6,8%) – Bahia (A)
4º) R$ 7.081.923 (10,9%) – Ceará (A)
5º) R$ 997.402 (11,3%) – Santa Cruz (C)

Renda nos jogos
Se na receita da tevê o Fortaleza acabou “penalizado”, devido à mudança contábil, na renda de campeonatos acontece o contrário – incorporando a receita da Série B. O Santa também fez algo semelhante, uma vez que a renda bruta nos 18 mandos do clube só chegou a R$ 1,6 milhão.

1º) R$ 14.598.955 (28,2%) – Fortaleza (Série B)
2º) R$ 12.674.788 (9,3%) – Bahia (A)
3º) R$ 10.826.541 (16,7%) – Ceará (A)
4º) R$ 8.065.506 (7,7%) – Sport (A)
5º) R$ 4.462.034 (50,9%) – Santa Cruz (C)
6º) R$ 3.394.000 (3,9%) – Vitória (A)
7º) R$ 3.146.154 (19,6%) – Náutico (C)

Patrocínio e marketing
Patrocínio-master, no calção, acordos pontuais, placas nos estádios etc. Somando tudo, o Bahia ficou à frente, por pouco – a diferença para o Ceará foi de R$ 71 mil. Sobre patrocínio, a Caixa patrocinou cinco clubes: Bahia (6,0 mi), Vitória (6,0 mi), Ceará (4,0 mi), Fortaleza (3,2 mi) e Sport (2,8 mi). O time pernambucano poderia ter recebido 6,0 mi, mas deixou de ganhar 3,2 mi devido ao atraso das certidões negativas. Detalhe: o clube estampou a marca de “graça” por 8 meses.

1º) R$ 9.541.450 (7,0%) – Bahia (Série A)
2º) R$ 9.469.549 (14,6%) – Ceará (A)
3º) R$ 7.693.695 (14,9%) – Fortaleza (B)
4º) R$ 6.469.000 (7,4%) – Vitória (A)
5º) R$ 5.656.479 (5,4%) – Sport (A)
6º) R$ 2.246.425 (25,6%) – Santa Cruz (C)
7º) R$ 1.278.690 (7,9%) – Náutico (C)

Negociação de direitos econômicos de atletas
No blog, esta é a 1ª vez que enumero um ranking de vendas numa temporada – já no menu há um levantamento histórico, com as negociações a partir de R$ 1 milhão. Com R$ 28 mi, o Sport liderou no embalo de várias vendas milionárias, como Diego Souza, André, Everton Felipe e Anselmo – e a queda na qualidade técnica resultou num desempenho ruim. No lado oposto, o Náutico. Embora tenha iniciado o lançamento de uma geração no profissional, o timbu não faturou com vendas.

1º) R$ 28.124.086 (27,0%) – Sport (Série A)
2º) R$ 18.309.565 (13,4%) – Bahia (A)
3º) R$ 16.505.000 (18,9%) – Vitória (A)
4º) R$ 6.655.182 (10,2%) – Ceará (A)
5º) R$ 760.000 (1,4%) – Fortaleza (B)
6º) R$ 300.000 (3,4%) – Santa Cruz (C)
7º) zero – Náutico (C)

Passivo
É a hora da bronca, com o acumulado de dívidas, pendências e financiamentos dos clubes, com a soma dos passivos circulante e não circulante. Ao todo, somando os sete times, R$ 878.401.344! Pelos números oficiais, a situação mais tranquila é a do Ceará, com R$ 13 milhões, ou 20% de sua última receita. Já a pior é a do Náutico, cujo passivo de R$ 284 mi é 17 vezes maior que a última receita operacional. O timbu justifica que o dado aumentou (bastante) por ter adotado o novo modelo exigido pela CBF, contabilizando todas as ações trabalhistas contra o clube – e são nada menos que 986 em aberto. No caso, com os valores pedidos por todos os advogados nas causas.

Como o passivo circulante corresponde a pendências de até 12 meses – ou seja, que podem ser executadas mais rapidamente -, optei por listar mais duas colunas além do passivo total. Como exemplo, Bahia x Sport. O passivo total do clube baiano é maior, com 3 mi a mais, mas na coluna de passivo circulante o dado do leão é muito mais preocupante, com 93 mi a mais.

Passivo total* (e o % sobre o total do G7)
1º) R$ 284.527.291 (32,3%) – Náutico (Série C)
2º) R$ 196.442.000 (22,3%) – Bahia (A)
3º) R$ 193.439.749 (22,0%) – Sport (A)
4º) R$ 105.097.000 (12,0%) – Vitória (A)
5º) R$ 53.547.857 (6,0%) – Santa Cruz (C)
6º) R$ 32.335.928 (3,6%) – Fortaleza (B)
7º) R$ 13.011.519 (1,4%) – Ceará (A)
* A soma dos passivos circulante e não circulante

Passivo circulante
1º) R$ 138.097.360 – Sport (Série A)
2º) R$ 102.446.318 – Náutico (C)
3º) R$ 44.991.000 – Bahia (A)
4º) R$ 34.558.000 – Vitória (A)
5º) R$ 28.431.425 – Santa Cruz (C)
6º) R$ 19.512.772 – Fortaleza (B)
7º) R$ 3.924.104 – Ceará (A)

Passivo não circulante
1º) R$ 182.080.973 – Náutico (Série C)
2º) R$ 151.451.000 – Bahia (A)
3º) R$ 70.539.000 – Vitória (A)
4º) R$ 55.342.389 – Sport (A)
5º) R$ 25.116.431 – Santa Cruz (C)
6º) R$ 12.823.156 – Fortaleza (B)
7º) R$ 9.087.415 – Ceará (A)

Abaixo, o histórico de dados do G7, considerando receita e passivo, com valores nominais – com o ranqueamento anual a partir da receita. O gráfico vai 2014 a 2018, com dados divulgados pelos próprios clubes. Lembrando que a divulgação pública desses balanços, com pareceres de auditores independentes, está prevista no artigo 46-A da Lei 9.615, de 24 de março de 1998 – mais conhecida como Lei Pelé.


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