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Em 30 de março, a direção executiva do Bahia apresentou ao conselho deliberativo do clube a prestação de contas referente a 2018. O relatório confirmou uma receita recorde na história do clube – e do futebol nordestino. Ao todo, o tricolor arrecadou R$ 136,1 milhões, superando em 16,3 mi o orçamento da temporada. Ou seja, superou a expectativa em 13%, tendo como ponto alto a venda de jogadores (18,3 mi) e as premiações obtidas em competições (11,8 mi).

Em relação ao relatório de 17 páginas, trago aqui alguns detalhes, comparando com os balanços anteriores. De cara, vale destacar o superávit de R$ 4,4 milhões. Nos últimos quatro anos, o clube soteropolitano terminou com saldo positivo em três – cenário incomum. Ou seja, vai se capitalizando tanto para investimentos mais fortes – o que já ocorreu no gasto com o futebol no início de 2019 – quanto no equacionamento da dívida.

Somando as cifras presentes nos passivos circulante e não circulante, o dado absoluto até cresceu um pouco. Porém, o dado de 0,6% mostra um controle do quadro, com a gestão focada na redução do endividamento de longo prazo – hoje, na ordem de R$ 151 milhões. Falando em gasto, o futebol profissional consumiu nada menos que R$ 63,9 milhões, entre despesa de pessoal e direito de imagem – ou 46,9% da receita.

No detalhamento da receita operacional, chama a atenção a verba da tevê, com o Bahia chegando a R$ 71 milhões. Esse valor representou 52,3% do total. Pode ser encarado como uma “dependência”, mas na verdade o percentual melhorou em relação o balanço anterior, quando os direitos de transmissão representaram 60,6%. E é aqui que faz a diferença as frentes citadas acima, numa mistura de resultados no campo e mercado. Essa dobradinha serviu também para reduzir o impacto da redução na renda dos jogos e nos patrocínios firmados. Somando essas duas, a receita caiu de 28,7 mi para 22,2 mi. Ainda vale o registro de que o Bahia tem um sistema de ingressos garantidos para algumas categorias de sócio (como o Fortaleza), refletindo na bilheteria. O quadro de sócios adimplentes, considerando todas as categorias, chegou a 19.463 em dezembro – até esta publicação, já estava em 27 mil.

Indo para a 3ª temporada seguida na Série A do Campeonato Brasileiro, o Baêa projetou R$ 143.721.395 de orçamento em 2019. Como no último ano, com previsões mínimas para as premiações. Com a queda precoce na Sul-Americana e na Copa do Nordeste, o clube passa, então, a depender mais da negociação de atletas ou da retomada das outras frentes (ingresso + patrocínios) – em 2018, lembrando, chegou às quartas da Sula e à decisão do Nordestão. Caso consiga ao menos “realizar” o quadro proposto, quebrará outro recorde regional.

Abaixo, um comparativo sobre quatro frentes importantes para a composição da receita no futebol profissional, considerando os últimos dois balanços do Bahia – e as respectivas séries nacionais.

Direitos de transmissão na TV
2017 (A) – R$ 63.643.000
2018 (A) – R$ 71.243.932 (+11,9%; +7,60 mi)

Quadro de sócios-torcedores
2017 (A) – R$ 6.525.000
2018 (A) – R$ 9.275.359 (+42,1%; +2,75 mi)

Renda nos jogos
2017 (A) – R$ 15.801.000
2018 (A) – R$ 12.674.788 (-19,7%; -3,12 mi)

Patrocínio/Marketing
2017 (A) – R$ 12.909.000
2018 (A) – R$ 9.541.450 (-26,0%; -3,36 mi)

A seguir, o histórico de receitas do Bahia nesta década, com um salto de quase R$ 100 milhões de 2011 para 2018. No período ocorreram três negociações com a tevê, em 2012, 2016 e 2018.

Faturamento do clube (receita total)
2011 (A) – R$ 36.883.000
2012 (A) – R$ 66.641.000 (+80,6%; +29,75 mi)
2013 (A) – R$ 74.403.266 (+11,6%; +7,76 mi)
2014 (A) – R$ 75.780.000 (+1,8%; +1,37 mi)
2015 (B) – R$ 89.330.000 (+17,8%; +13,55 mi)
2016 (B) – R$ 129.850.000 (+45,3%; +40,52 mi)
2017 (A) – R$ 104.898.000 (-19,2%; -24,95 mi)
2018 (A) – R$ 136.107.000 (+29,7%; +31,02 mi)

Resultado do exercício (superávit/déficit)
2011 (A): -18.564.000
2012 (A): -3.067.000
2013 (A): -6.703.040
2014 (A): -13.689.000
2015 (B): +34.154.000
2016 (B): +21.810.000
2017 (A): -8.692.000
2018 (A): +4.481.000

Evolução do passivo do clube (circulante + não circulante)
2011 (A) – R$ 123.365.000
2012 (A) – R$ 156.577.000 (+26,9%; +33,21 mi)
2013 (A) – R$ 185.172.000 (+18,2%; +28,59 mi)
2014 (A) – R$ 255.538.000 (+38,0%; +70,36 mi)
2015 (B) – R$ 216.541.000 (-15,2%; -38,99 mi)
2016 (B) – R$ 214.349.000 (-1,0%; -2,19 mi)
2017 (A) – R$ 195.188.000 (-8,9%; -19,16 mi)
2018 (A) – R$ 196.442.000 (+0,6%; +1,25 mi)

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