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O zagueiro Ronaldo Alves abriu o placar nos Aflitos. Lei do ex. Foto: Caio Falcão/Náutico.

Foi uma vitória com autoridade, do time que levou o clássico com a seriedade necessária para deslanchar no Nordestão. No segundo Clássico dos Clássicos em um mês, outra vez nos Aflitos, o Náutico venceu o Sport por 2 x 0, com um gol bem treinado e outro através da qualidade técnica no meio. Neste jogo, especificamente, só havia chance de acontecer isso de um lado.

A partida em Rosa e Silva não aconteceu com todas as principais peças. Pelo mandante, Dal Pozzo preservou parte do time visando o jogo contra o Botafogo, pela Copa do Brasil. Na quarta, os times vão disputar R$ 1,5 milhão. Ainda assim, a espinha dorsal foi mantida, com titulares em todos os setores. No visitante, ainda sem técnico, o presidente Milton Bivar já havia antecipado a formação mista, mesmo sem jogo na próxima quarta, mesmo necessitando pontuar na Lampions e mesmo precisando dar uma resposta à torcida após a eliminação precoce na copa nacional. A decisão sem sentido algum foi, naturalmente, refletida em campo.

O primeiro gol do Náutico, logo aos 7 minutos, foi sintomático. Através da bola parada bem aproveitada por Jean Carlos, com Paiva sendo preciso no toque de cabeça para o zagueiro Ronaldo Alves, livre, concluir. O timbu atacou uma grande deficiência leonina, a bola aérea – ainda mais com uma equipe sem entrosamento. Apesar do baque logo cedo e tecnicamente limitado, o visitante ainda conseguiu criar. Arrastando a bola, na base da transpiração, o rubro-negro teve três boas chances, todas com Elton, que desperdiçou – é difícil ver este centroavante decidir algo. Àquela altura, o timbu estava pronto para golpear. Chegou a se armar 2x, mas não definiu o jogo. Talvez por isso a reunião acalorada no fim do 1T.

Em relação à arbitragem, dois gols anulados de forma correta- um pra cada lado. Erick usou o braço e Ewerthon estava impedido. Falha mesmo foi na advertência ao atacante Marquinhos, num lance duro contra Ronaldo Alves – recebeu o amarelo, mas cabia o vermelho direto. Porém, o jogador parecia mesmo fadado a uma participação pífia, pois tomou outro amarelo no 2T – de novo, cabia a expulsão direta. Com um a mais, o timbu foi inteligente.

Enquanto o Sport pregou em campo, o Náutico passou a rodar mais a bola e a encontrar espaço. Assumiu o controle e ampliou aos 31. Livre na intermediária, o Jean Carlos mandou no ângulo de Polli. Golaço, de quem bate bem na bola – logo, não podia ter toda aquele espaço. Completando 29 anos, o meia participou diretamente em 11 dos 17 tentos do Náutico no ano, somando gols ou assistências. Faz diferença e, mesmo com um jogo importante logo à frente, Dal Pozzo não abriu mão. O treinador fez bem. Ganhou o clássico.

Novo técnico rubro-negro
O Sport foi comandado de forma interina por César Lucena, zagueiro campeão da Copa do Brasil de 2008 – porém, ele foi mal na condução. O novo técnico será o ex-volante Daniel Paulista, outro ex-integrante daquela equipe. Daniel comandou o Confiança até a 4ª rodada da Copa do Nordeste.

Escalação do Náutico (melhores: 1 Jean Carlos, 2 Erick, 3 Josa; pior: Rafael)
Jefferson; Hereda, Ronaldo Alves, Rafael Ribeiro e Daltro; Josa, Rhaldney, Jean Carlos (Djavan, 40/2T) e Jhonnatan (Jorge Henrique, 10/2T); Erick e Paiva (Salatiel, 23/2T). Técnico: Gilmar Dal Pozzo

Escalação do Sport (melhor: Ronaldo; piores: 1 Marquinhos, 2 Jean Patrick, 3 Elton)
Luan Polli; Ewerthon, Adryelson, Rafael Thyere e Luciano (Vicente, 37/2T); Rithely (Yan, 18/2T), Ronaldo e Jean Patrick; Marquinhos, Elton e Ewandro. Técnico: César Lucena

Histórico geral de Náutico x Sport (todos os mandos)
554 jogos
212 vitórias rubro-negras (38,2%)
158 empates (28,5%)
183 vitórias alvirrubras (33,0%)
1 placar desconhecido (em 1931)

A análise do Podcast 45 Minutos (Cassio Zirpoli, Celso Ishigami, Fred Figueiroa e João de Andrade):

Abaixo, assista aos melhores momentos da partida, num vídeo do perfil da Copa do Nordeste.


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