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Com 1,95m, Cléber foi a surpresa da final. Marcou nos dois jogos. Foto: Felipe Santos/Ceará.

De forma incontestável, o Ceará conquistou o seu segundo título na Copa do Nordeste. O desempenho do clube em Salvador, na conclusão da edição de 2020, em caráter excepcional, não deixa margem para dúvidas. O time chegou pressionado para buscar um lugar nas quartas, mas dali até o fim se mostrou, de fato, o time mais competitivo da região. O alvinegro venceu todos os cinco jogos em solo baiano. Não por acaso, terminou o torneio invicto, como em 2015. Sim, o vozão ganhou dois títulos regionais sem perder uma vez sequer, num feito único.

Após a vitória por 3 x 1, na ida, num nó tático de Guto Ferreira sobre Roger, a prudência do Ceará na volta, também em Pituaçu, era mais do que esperada. E foi assim do começo ao fim. Afobado, o Bahia tentava diminuir a desvantagem, mas sem conseguir infiltrações. Arriscou mais com Élber, um dos destaques desta Lampions, mas o sistema defensivo do Ceará esteve bem. Mesmo desfalcado de Charles, suspenso, o sarrafo foi mantido, com atuações seguras de Klaus, Luiz Otávio e William Oliveira, mais à frente. Isso resultou numa atuação tranquila, muito aquém de um jogo assim, com direito ao bote no 2T, com Cléber mostrando estrela. O grandalhão, contratado junto ao Barbalha no início do ano, marcou na ida e na volta. Vitória por 1 x 0, repetindo também a decisão de 2015, quando venceu o Bahia lá e lô – ou “lá e lá”. Ou seja, o tricolor tem o seu algoz na região. E vai demorar pra cicatrizar a ferida.

Na finalíssima, foi nítido o peso da vantagem, da confiança e do momento na temporada do Ceará. É verdade que o time demorou a se acertar, tanto que já está no terceiro técnico, após Argel (cuja permanência após 2019 foi um erro) e Enderson Moreira (que acertou com o Cruzeiro), mas o potencial técnico era evidente. O clube investiu em jogadores experientes, com contatos mais curtos, e em valores por mais tempo, em aquisições milionárias. O time montado custa cerca de R$ 3,0 milhões mensais, sendo o mais caro da história do clube, que se preparou para esse momento após anos e anos reequilibrando as suas contas. O conjunto acabou dando liga em cima da hora. Numa copa, estava no formato ideal para isso. Campeão do Nordeste, mais uma vez, agora o Ceará parte para a Série A, onde tentará permanecer pela 4ª vez seguida, para consolidar de vez o novo momento de protagonismo. Parabéns, Ceará!

O bicampeonato regional invicto do vozão
2015 – 12 jogos, com 7V, 5E e 0D; 16 GP e 8 GC
2020 – 12 jogos, com 7V, 5E e 0D; 21 GP e 10 GC

Títulos da Copa do Nordeste
4x – Vitória (1997, 1999, 2003 e 2010)
3x – Sport (1994, 2000 e 2014)
3x – Bahia (2001, 2002 e 2017)
2x – Ceará (2015 e 2020)
1x – América-RN (1998)
1x – Campinense (2013)
1x – Santa Cruz (2016)
1x – Sampaio Corrêa (2018)
1x – Fortaleza (2019)

Os títulos oficiais do Ceará
1 Torneio Norte-Nordeste (1969)
2 Copas do Nordeste (2015 e 2020)
45 Campeonatos Cearenses

Escalação do Bahia (piores: 1 João Pedro, 2 Fernandão, 3 Rossi)
Anderson; João Pedro (Nino Paraíba, intervalo), Lucas Fonseca (Clayson, intervalo), Juninho e Juninho Capixaba; Flávio, Gregore e Rodriguinho; Élber, Fernandão e Rossi (Marco Antônio, 25/2T). Técnico: Roger

Escalação do Ceará (melhores: 1 Bruno, 2 Luiz Otávio, 3 William)
Fernando Prass; Samuel Xavier, Klaus, Luiz Otávio e Bruno Pacheco (Alyson, 32/2T); William Oliveira, Fabinho, Fernando Sobral e Vinícius (Rafael Sóbis, 6/2T); Leandro Carvalho (Mateus Gonçalves, 20/2T) e Cléber (Bergson, 32/2T). Técnico: Guto Ferreira

Histórico geral de Bahia x Ceará (todos os mandos)
71 jogos
24 triunfos tricolores (33,8%)
25 empates (35,2%)
22 vitórias alvinegras (30,9%)

Curiosidade 1
Com o título, o Ceará terminou o Nordestão com R$ 3,875 milhões em premiações, sendo R$ 1 mi pela final. Esse é o maior valor já apurado por um clube desde que o torneio voltou em 2013 – o recorde era de 2018, quando o Sampaio ganhou R$ 3,35 mi. Em 2015, em seu primeiro título, o vozão recebeu R$ 2,74 milhões. Já o Bahia, vice pela 5ª vez na história, terminou com R$ 3,375 mi.

Curiosidade 2
O técnico Guto Ferreira comandou o Ceará em 5 dos 12 jogos na campanha. E foram os últimos cinco, com cinco vitórias. Assim, sendo uma peça importante na engrenagem, tornou-se o segundo treinador a ser bicampeão do Nordestão, pois já havia vencido em 2017, curiosamente no comando do Bahia. Guto igualou a marca de Arturzinho, campeão em 1997 (Vitória) e 1998 (América-RN).

A análise do Podcast 45 Minutos (Cascio Cardoso, Cassio Zirpoli, Celso Ishigami, Fred Figueiroa, João de Andrade e Thiago Minhoca):

Abaixo, assista aos melhores momentos da partida, num vídeo do perfil da Copa do Nordeste.


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