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O logotipo oficial da 108ª edição da competição, programada para começar em 22 de janeiro.

O futebol pernambucano larga na temporada de 2022 com sites de apostas presentes em todos os cenários possíveis. Isso mesmo, 100%. Em 29 de dezembro houve o anúncio da parceria da Betnacional com Náutico, Santa e Sport, num patrocínio master raríssimo no trio. Agora, em 14 de janeiro, a FPF anunciou o novo naming rights da competição local, com a Betsson. Ocorre que este acordo, com a marca exposta em todas as propriedades comerciais, também se estende aos sete clubes intermediários. Ou seja, os dez participantes e o próprio campeonato são patrocinados pelo mesmo segmento de apostas. Considerando as parcerias principais, é algo inédito aqui.

No caso do “Pernambucano 2022 Betsson”, o contrato vai bancar as taxas de arbitragem dos 57 jogos da Série A1 e também a arbitragem da Série A2, prevista para o segundo semestre. Além disso, o contrato prevê o custeio de pelo menos sete jogos com o recurso do árbitro de vídeo – a fase final, a partir das quartas, tem seis jogos, indicando ao menos um jogo com VAR no turno classificatório. Por fim, o patrocínio na camisas dos intermediários, com R$ 40 mil para cada um – desses, o Íbis era o único que já contava com o apoio da marca, desde a segundona de 2021, onde obteve o acesso após 21 anos. Ou seja, apesar da receita extra, não houve uma fatia direcionada ao futuro campeão – por sinal, o último ano com premiação oficial foi em 2014, com R$ 400 mil ao campeão (leão) e R$ 100 mil ao vice (timbu).

A federação anunciou o acordo de 2022 como o “maior patrocínio da história da competição”. Oficialmente o número não foi divulgado, mas o presidente da FPF, Evandro Carvalho estimou, em entrevista ao blo, um aporte superior a R$ 700 mil. É um valor maior que o do último acordo, que já havia sido com um site de apostas, o Estadium Bet. Na ocasião, o anúncio foi de R$ 800 mil por 2020, mas o dirigente explicou agora que o número foi foi válido, na verdade, por duas edições – sendo cancelado em 2021, cujo torneio vencido pelo Náutico foi chamado apenas de “Pernambucano Série A1”. Logo, só chegou metade do dinheiro.

Entretanto, analisando um período maior sobre os acordos locais de naming rights, com nove edições ao todo, a afirmação da federação é falha. Em 2013/2014, a Coca-Cola pagou R$ 1 milhão por cada temporada, um número revelado na época pelo próprio Evandro – e a correção daquele valor (já maior) para o presente daria R$ 1,73 milhão. De toda forma, em termos nominais o novo contrato poderá ser o segundo maior assinado até hoje, tendo ainda que buscar alguns gatilhos para superar o aporte estatal da Celpe, há seis anos.

Evandro Carvalho ao blog:
“A federação ressarcirá os clubes todas as despesas com custos de arbitragem, na 1ª e na 2ª divisão. Afora isso, a federação irá pagar o VAR da Série A1, e já temos sete contratos (jogos) firmamos. E ainda dará como investimento aos clubes intermediários, porque eles vão colocar a marca do patrocinador da federação na camisa deles, um aporte de R$ 40 mil a cada um. São duas competições, mais VAR, mais patrocínios aos clubes. Estamos falando de mais de R$ 700 mil.”

Clubes patrocinados por sites de apostas no PE 2022
Betnacional (3) – Náutico, Santa Cruz e Sport
Betsson (7) – Afogados, Caruaru City, Íbis, Retrô, Salgueiro, Sete de Setembro e Vera Cruz

Naming rights do Campeonato Pernambucano
2009 – Pernambucano Brahma Fresh (R$ 800 mil)*
2011 – Pernambucano Coca-Cola (R$ 600 mil)
2012 – Pernambucano Coca-Cola (R$ 600 mil)
2013 – Pernambucano Coca-Cola (R$ 1 milhão)
2014 – Pernambucano Coca-Cola (R$ 1 milhão)
2016 – Pernambucano Celpe – A1 (R$ 800 mil)
2020 – Pernambucano A1 Estadium Bet (R$ 400 mil)
2021 – Pernambucano A1 Estadium Bet (R$ 400 mil)**
2022 – Pernambucano 2022 Betsson (R$ 700 mil, aproximado)

* O acordo foi desfeito devido ao veto estatal sobre a venda e consumo de bebidas alcoólicas nos estádios pernambucanos, iniciado justamente em 2009. O veto caiu só em 2016.

** O acordo foi cancelado pelas partes antes do início do segundo ano previsto (segundo a FPF, o aporte do primeiro ano estava incompleto, com pagamento de apenas R$ 240 mil, ou 60%).

O início oficial do segmento de apostas no futebol
As “apostas esportivas de cotas fixas” estão autorizadas no Brasil desde 12 de dezembro de 2018. Foi quando o então presidente da República, Michel Temer, promulgou a lei 13.756/18, validando a aposta na qual o apostador já tem a definição do quanto pode ganhar na efetivação do jogo. Ali, foi aberta uma porta enorme para o mercado, num cenário que já era comum na Premier League, com muitos times ingleses sendo patrocinados por casas de apostas. Em PE, os três grandes já haviam contado recentemente com outras marcas antes da Betnacional: Jogue Fácil no Náutico, Galera Bet no Sport e Estadium Bet no Santa. O que você acha desta tendência?

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