Os percentuais das 15 maiores torcidas do Brasil, segundo o “O Globo/Ipec”. Arte: Cassio Zirpoli.
Numa parceria com o jornal O Globo, o Ipec realizou uma pesquisa nacional de torcida que abrangeu 126 municípios de todos os estados do país, espalhados entre capitais, regiões metropolitanas e interior. Formado por ex-executivos do Ibope, o instituto “Inteligência em Pesquisa e Consultoria” produziu um levantamento bem distinto. No caso, com a margem de erro individualizada entre os 26 clubes presentes, variando de 0,2 a 1,8 ponto percentual – veja abaixo.
Tradicionalmente, o índice é o mesmo para todos os times. Inclusive há uma margem geral, de 2%, mas que perde força devido ao dado mais apurado de cada um. Entre os clubes, seis nordestinos, todos com mais de 1 milhão de torcedores, considerando a projeção dos dados do Ipec sobre a atual população do país – esta, estimada pelo IBGE. Apesar do recorte, há diferenças consideráveis na região, que tem o Bahia consolidando a ponta, com 1,7% da preferência nacional. Isso daria mais de 3,6 milhões de aficionados, sendo a 11ª maior torcida do Brasil. E olhe que o clube pode chegar a 2,3% no cenário mais positivo da margem de erro.
Novo vice-líder no Nordeste
Já o Sport, que ficara em 2º lugar no Nordeste tanto no Datafolha de 2019 quanto na Sport Track de 2022, agora aparece em 3º lugar. O percentual de 1,2% até foi semelhante aos outros dois estudos recentes, mas o leão pernambucano foi ultrapassado pelo leão cearense. Com a ótima campanha na Série A de 2021 e a inédita participação na Libertadores em 2022, o Fortaleza vive o seu grande momento no futebol, já sendo refletido na torcida, com 1,3%.
Ou seja, à frente do Sport e bem à frente do rival Ceará, que teve 0,8%. Na sequência, no viés nordestinos, Vitória e Santa Cruz também estão próximos a 1%. Com respostas espontâneas, a soma deste sexteto nordestino dá 6,3% do total, ou 13,4 milhões de torcedores. A margem máxima seria de 8,9%, ou 18,9 milhões! É gente. Considerando a divulgação de clubes com até 0,3%, ou cerca de 600 mil pessoas, caso do Botafogo de Ribeirão Preto, chama a atenção ausência do Náutico, cujos números em pesquisas locais figuram ao menos neste patamar.
Flamengo entre 40 e 50 milhões
No topo da 1ª pesquisa O Globo/Ipec, sem surpresa alguma, o Flamengo. Mais do que isso, o Fla aparece com um dado acima dos últimos estudos, que tiveram locais e metodologias diferentes, mas ainda assim formam um comparativo interessante. Nesta, teve 21,8%, contra 21,1% da Sport Track e 20,2% do Datafolha. E olhe que a margem de erro do rubro-negro carioca é a de maior capacidade de variação, com o clube podendo chegar a 23,6%. Isso daria 50 milhões de brasileiros. Ainda assim, abaixo da quantidade de gente que não torce por ninguém. Nesta pesquisa, o dado foi de 26,9%, ou aproximadamente 57 milhões de pessoas.
A seguir, os percentuais divulgados pelo O Globo em 19 de julho, abrindo uma série de reportagens do jornal. A lista está ordenada conforme a divulgação, apesar de alguns dados serem iguais e com a soma das respostas de 1ª opção (torcedor) e 2ª opção (simpatizante, se houver). Já as projeções absolutas sobre os 26 times, entre parênteses, foram feitas pelo blog, tomando como base de cálculo a estimativa mais recente da população. Na sequência, veja quanto cada clube poderia mudar no estudo do Ipec, uma vez que a margem de erro foi especificada caso a caso.
Pesquisa de torcida no Brasil em 2022, via Ipec
Público: 2 mil entrevistados em 126 municípios
Período: 1 a 5 de julho de 2022
Margem de erro: 2% (geral)
População estimada no período: 213.317.639 habitantes (IBGE/2021)
Mais de 10 milhões de torcedores
1º) Flamengo – 21,8% (46,50 milhões)
2º) Corinthians – 15,5% (33,06 milhões)
3º) São Paulo – 8,2% (17,49 milhões)
4º) Palmeiras – 7,4% (15,78 milhões)
De 5 a 10 milhões de torcedores
5º) Vasco – 4,2% (8,95 milhões)
6º) Grêmio – 3,2% (6,82 milhões)
7º) Cruzeiro – 3,1% (6,61 milhões)
De 1 a 5 milhões de torcedores
8º) Internacional – 2,2% (4,69 milhões)
9º) Santos – 2,2% (4,69 milhões)
10º) Atlético-MG – 2,1% (4,47 milhões)
11º) Bahia – 1,7% (3,62 milhões)
12º) Botafogo – 1,3% (2,77 milhões)
13º) Fortaleza – 1,3% (2,77 milhões)
14º) Sport – 1,2% (2,55 milhões)
15º) Fluminense – 1,1% (2,34 milhões)
16º) Paysandu – 0,9% (1,91 milhão)
17º) Ceará – 0,8% (1,70 milhão)
18º) Vitória – 0,7% (1,49 milhão)
19º) Seleção Brasileira – 0,7% (1,49 milhão)
20º) Santa Cruz – 0,6% (1,27 milhão)
21º) Athletico-PR – 0,5% (1,06 milhão)
Menos de 1 milhão de torcedores
22º) América-MG – 0,4% (853 mil)
23º) Remo – 0,4% (853 mil)
24º) Goiás – 0,3% (639 mil)
25º) Botafogo-SP – 0,3% (639 mil)
26º) Coritiba – 0,3% (639 mil)
Outros times – 2,3% (4,90 milhões)
A variação máxima em pontos percentuais de cada clube (e o total para mais)
+1,8 ponto – Flamengo (23,6%)
+1,5 ponto – Corinthians (17,0%)
+1,2 ponto – São Paulo (9,4%)
+1,1 ponto – Palmeiras (8,5%)
+0,9 ponto – Vasco (5,1%)
+0,8 ponto – Grêmio (4,0%) e Cruzeiro (3,9%)
+0,6 ponto – Internacional (2,8%), Santos (2,8%), Atlético-MG (2,7%) e Bahia (2,3%)
+0,5 ponto – Sport (1,7%)
+0,4 ponto – Botafogo (1,7%), Fortaleza (1,7%), Fluminense (1,5%), Paysandu (1,3%), Ceará (1,2%), Vitória (1,1%) e Seleção Brasileira (1,1)
+0,3 ponto – Santa Cruz (0,9%), América-MG (0,7%) e Remo (0,7%)
+0,2 ponto – Athletico-PR (0,7%), Goás (0,5%), Botafogo-SP (0,5%) e Coritiba (0,5%)
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