O Sport começou o Brasileirão com Nelsinho Baptista, que foi goleado pelo América em Belo Horizonte e empatou com o Botafogo na Ilha, entregando o cargo no dia seguinte. Em seguida, Claudinei Oliveira assumiu o comando e teve uma reação imediata – chegou a ocupar a vice-liderança. Porém, entrou numa má fase duradoura e também acabou pedindo demissão.
No período, acabou convivendo com posições bem questionáveis, como as escalações de Hygor e Ferreira, Marlone no banco, Neto Moura se destacando num jogo e sequer sendo acionado no outro etc.
Aqui, cito três pontos a favor e três pontos contra, todos entrelaçados, sobre esta passagem. O treinador ainda deixou o leão fora do Z4 da Série A de 2018, mas com um desempenho assustador em um trabalho esgotado.
Claudinei Oliveira deixou o comando após a derrota do Sport para o São Paulo, na Ilha.
PONTOS A FAVOR
Encaixe defensivo
O bom início, com vitórias sobre Paraná e Bahia, foi pontuado pelo perfil extremamente defensivo da equipe – bem limitada tecnicamente, justificando a necessidade desta postura. Foram atuações com pouca posse de bola, bastante ocupação de espaços e contragolpes – poucos, é verdade. Naquela largada, a eficiência ofensiva também ajudou, com 4 gols.
Liberdade de Anselmo
O volante, que já vinha sendo o melhor do Sport desde o Estadual, passou a ter grandes atuações no Brasileiro. Além da recuperação de bolas (saiu sendo um dos líderes neste scout), o jogador flutuou bastante, encostando bem no ataque. Inclusive, marcou 2 gols no Allianz Parque
Michel Bastos como efeito surpresa
O experiente lateral-esquerdo acabou sendo um dos reforços ‘acima da média’ para a Série A. Porém, o treinador conseguiu dosar, nas primeiras semanas, a sua utilização. Ele foi acionado no 2º tempo, balanceando a qualidade técnica com o desgaste físico dos adversários. Foi útil.
PONTOS CONTRÁRIOS
Mudança na característica da equipe
O jogo na 11ª rodada, em São Januário, deu início à mudança da equipe, mais propositiva. Embora tenha buscado o empate 2x e tenha perdido no fim, aquele estilo acabaria potencializado na volta da Copa do Mundo, contra Ceará, Fluminense e Vitória. Foram três derrotas com com gols em contragolpes, mais posse de bola e mais erros. Entendo que falta qualidade ao time para tentar algo mais – e o início de Claudinei, consciente disso, fora decisivo.
A falta de reposição para Anselmo
Não, o Sport não tinha (tem) essa peça – sobretudo no nível em que o volante estava jogando. No entanto, ao não achar um substituto, Claudinei optou por mudar o estilo da equipe. Deivid é um marcador, ponto, mas precisa do auxílio de Fellipe Bastos – cuja saída no jogo contra o Flu, por exemplo, foi descabida e acabou resultando em derrota na Ilha. Por fim, ainda colocou Marlone no banco, justamente a melhor opção de bola parada – decisiva para times nesse nível.
A titularidade de Michel Bastos
Com declarações se dizendo ‘pronto’ para jogar 90 minutos, Michel acabou cavando o seu lugar no time titular. E não, o jogador não estava preparado para 90 minutos. O seu rendimento caiu bastante, fragilizando o ataque do Sport e, sobretudo a recomposição. Não por acaso, o time passou a atuar muito mal no segundo tempo. O jogador só saiu após uma lesão.
Rubro-negro, o que você achou do trabalho de Claudinei Oliveira no Sport?
Claudinei Oliveira no Sport (de 29/04 a 12/08)
16 jogos
5 vitórias (31,2%)
4 empates (25,0%)
7 derrotas (43,7%)
19 pontos entre 48 disputados
39,5% de aproveitamento