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A 1ª brasileira a ganhar a dura prova da maratona aquática. Foto: Jonne Roriz/COB.

Em menos de duas horas, Ana Marcela nadou 10 quilômetros na Odaiba Marine Park. Numa prova muito bem disputada, pegou a liderança definitiva faltando 1,4 km, acelerou o ritmo e cravou 1h59min30s08.

Aos 29 anos, em seu 4º ciclo olímpico, obteve o resultado que faz justiça a uma carreira enorme em mar aberto. A baiana já ganhou onze medalhas em campeonatos mundiais, das quais cinco douradas, além de ter sido eleita a melhor maratonista aquática em seis anos. O ouro completa essa carreira, cuja história olímpica começou ainda na adolescência, com 16 anos, também do outro lado do mundo, em Beijing. Agora, o auge técnico.

Essa foi a 4ª medalha de ouro do Time Brasil nos Jogos de Tóquio, já em sua segunda semana. Dessas, duas vieram do Nordeste, pois o potiguar Ítalo Ferreira já havia subido ao degrau mais alto do pódio no surfe. Somando também com a prata da skatista maranhense Rayssa Leal, esta já é a melhor participação nordestina na história das Olimpíadas, considerando só as provas individuais. A primeira medalha do tipo só veio em 2012, em Londres. Pela 3ª vez o NE emplaca três medalhas, mas agora com um desempenho melhor, a partir dos ouros.

Tem mais. Na prática, a região já soma cinco medalhas nesta edição de 2020 (realizada em 2021 devido à pandemia), pois tem duas garantidas no boxe, com os baianos Hebert Conceição e Bia Ferreira, devido à classificação à semifinal. Caso não avancem à decisão, ficam com o bronze, pois não há disputa de 3º lugar no pugilismo. Na história, desconsiderando essas duas já certas no boxe, são nove medalhas do NE, sendo 4 ouros, 2 pratas e 3 bronzes do NE. A Bahia é o único estado com mais de uma medalha, e já ganhou cinco…

E se o NE fosse uma bandeira nos Jogos Olímpicos?
Considerando o quadro geral de medalhas no Japão, até a prova da maratona aquática, o resultado já seria suficiente para deixar o Nordeste em 23º lugar. Numa comparação com os dois países sul-americanos de população semelhante, Colômbia (50,9 milhões) e Argentina (45,4 mi), o NE (57,3 mi) segue à frente – mesmo considerando as provas coletivas para os vizinhos. Os colombianos têm 2 pratas e 1 bronze, enquanto os argentinos ganharam apenas 1 bronze até aqui. Partindo para uma comparação interna, o desempenho do NE, só com as provas individuais, já é superior a tudo o que o Time Brasil fazia nas Olimpíadas até 1992. É surreal. O nosso país só passou a ganhar ao menos 10 medalhas (e 3 ouros) a partir dos Jogos de Atlanta, em 1996.

Ana Marcela na maratona aquática no ciclo olímpico
2008 (16 anos): 5º lugar
2012 (20 anos): não se classificou
2016 (24 anos): 10º lugar
2020 (29 anos): medalha de ouro

Os 4 campeões olímpicos do NE em provas individuais
2012: Sarah Menezes, PI (judô até 48 kg F)
2016: Róbson Conceição, BA (boxe peso leve M)
2020: Ítalo Ferreira, RN (surfe M)
2020: Ana Marcela, BA (maratona aquática F)

A evolução das medalhas olímpicas individuais do Nordeste (ouro, prata e bronze)*
1-0-2 – Londres 2012
1-1-1 – Rio de Janeiro 2016
2-1-0 – Tóquio 2020
* De 1920 até 3 de agosto de 2021

As 9 medalhas olímpicas individuais do Nordeste (ouro, prata e bronze)*
1º) 2-1-2 – Bahia
2º) 1-0-0 – Piauí e Rio Grande do Norte
4º) 0-1-0 – Maranhão
5º) 0-0-1 – Pernambuco
Sem medalha: Alagoas, Ceará, Paraíba e Sergipe
* De 1920 até 3 de agosto de 2021

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O histórico do quadro de medalhas olímpicas Pré-Tóquio 2020, com 0,8% do Time Brasil


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