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Cenas do atentado ao ônibus oficial do tricolor, com três jogadores feridos. Foto: Bahia/Twitter.

Não interessa se o time do Bahia está pressionado pelos resultados irregulares em 2022, aumentando a insatisfação da torcida sobre o rebaixamento em 2021. Não interessa se o presidente do clube, outrora reeleito com 85% dos votos, hoje enfrenta um isolamento na relação com os tricolores. Simplesmente não interessa.

Não justifica e não é minimamente compreensível em relação ao que aconteceu com o elenco na chegada para o jogo contra o Sampaio Corrêa, na Fonte Nova, em jogo atrasado da 1ª rodada do Nordestão. Uma bomba foi arremessada contra o ônibus, quebrando o vidro de uma das janelas e explodindo dentro do veículo, cheio de gente. A cena divulgada já é bastante forte, com o vidro estilhaçado e sangue nos bancos. Três jogadores ficaram feridos: o goleiro Danilo Fernandes, o lateral Matheus Bahia e o atacante Cirino.

O goleiro ficou em estado preocupante, com estilhaços no rosto, e foi socorrido em um hospital de Salvador. Na ocasião, às 20h40, a assessoria do clube informou uma discussão interna, no elenco, sobre a possibilidade de não entrar em campo. Me parecia a consequência óbvia disso. Um elenco abalado e violentado. Regulamento à parte, pois neste caso é o de menos, a partida poderia se remarcada, em empecilhos entre as partes e com todas as medidas cabíveis sendo tomadas até lá. Vinte minutos depois, contudo, o Bahia divulgou a fala do técnico Guto Ferreira, que em nome do time confirmou o jogo: “O grupo, através da sua dignidade e do seu profissionalismo, vai entrar em campo para honrar as cores do Bahia”.

Nem a dignidade nem o profissionalismo ficariam em xeque caso a decisão fosse diferente. Até porque o futebol já havia sido deixado de lado nisso. É caso de polícia, com investigação imediata. O autor não é um torcedor (?) revoltado. É um criminoso. O futebol precisa parar de normalizar a violência, com uma interpretação diferente em relação aos demais momentos da sociedade, como se naquele ambiente esse tipo de reação fosse inerente ao jogo. Não é.

Nos minutos de indefinição sobre a realização do jogo ainda houve debate nas redes sociais, entre torcedores, sobre o peso do episódio na arena. É impressionante como no futebol a violência costuma ser relativizada. Imagine alguém chegar numa praia, num shopping ou numa praça, e jogar uma bomba no público, ferindo três pessoas. Alguém diria “mas”?

Abaixo, as cenas da violência em 24 de fevereiro, divulgadas pelo Bahia em seu perfil oficial.


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