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Após o título da Série C em 2019, resultados insatisfatórios em 2020. Foto: Caio Falcão/Náutico.

Em 13 de maio de 2020 o técnico Gilmar Dal Pozzo completou um ano à frente do Náutico, algo raro em Rosa e Silva. Na verdade, hoje, é raro em muitos clubes tradicionais. A passagem ainda durou mais três meses, sendo encerrada devido à falta de soluções para o baixo rendimento da equipe desde a eliminação na Copa do Brasil, em 19 de fevereiro. Nota-se que a cronologia não faz muito sentido. Sim, tivemos quatro meses de paralisação no período, com o timbu desempenhando o mesmo futebol antes e depois. No último tropeço, num empate sem gols com o Operário de Ponta Grossa, nos Aflitos, em 11 de agosto, o blog já havia alertado sobre este recorte.

Foram 12 jogos após o revés nos pênaltis diante do Botafogo, com 3 vitórias, 4 empates e 5 derrotas. Ou 36% de aproveitamento. Um percentual que puxou para baixo o trabalho de Dal Pozzo, tanto na segunda passagem quanto na soma das duas passagens no clube. Ao todo, o treinador catarinense de 50 anos comandou o Náutico em 45 partidas neste último trabalho, obtendo 57% dos pontos. Somando com o trabalho anterior, totalizando 73 jogos, o índice fica no mesmo patamar, em 58%. Portanto, com o supracitado recorte de 12 jogos sendo determinante, qual foi a parcela do técnico em relação ao mau futebol do Náutico?

Gilmar apostou no 4-3-3 desde o início. Na Série C, mesmo com algumas mudanças ao longo da campanha, conseguiu fazer o time ser competitivo, tendo Josa e Jiménez na cabeça de área e Jhonnatan aparecendo bem. O primeiro, outrora capitão, caiu bastante, enquanto o volante paraguaio acabou não renovando – cabia no elenco. Em 2020, a composição do setor foi um problema, ampliado pela insistência em Luanderson, fraquíssimo. Já a criação seguiu com Jean Carlos em destaque, até maior nesta temporada. Porém, o meia testou positivo para Covid-19 e virou um desfalque nesta retomada do futebol – quando voltou, não pôde jogar os 90 minutos. Além disso, o (ex) comandante demorou a encaixar Jorge Henrique na posição.

Para completar, o ataque identificado, com Thiago, Kieza e Erick, nunca funcionou sob seu comando. Por mais contestado que fosse o trio de 2019, funcionou. Em 2020, além da lentidão, o individualismo das peças, vem corroendo, até aqui, o poder ofensivo. Coincidência ou não, o timbu fez apenas 12 gols no recorte de 12 jogos, com o fim do trabalho num empate sem gols. Mais emblemático, impossível. Sobre Gilmar, fica o legado do título brasileiro da terceira divisão, no embalo de um acesso emocionante. Não enxergo comodismo do treinador a partir da conquista, mas sim a falta de ideias após a ampliação do sarrafo. As eliminações em sequência e o mau início na segundona elevaram a pressão nos Aflitos, findando uma passagem que ainda não tem cara de última. E você, o que achou da saída?

Obs. Por mais surreal que seja, a demissão não foi confirmada pelo Náutico, que ainda negocia a rescisão contratual, mas foi informada pela própria assessoria de imprensa do treinador.

A seguir, os números do treinador nas duas passagens pelo Náutico.

A 1ª passagem de Gilmar Dal Pozzo no Náutico (09/2015 a 04/2016)
28 jogos
15 vitórias
7 empates
6 derrotas
61,9% de aproveitamento
Rendimento: 5º lugar na Série B de 2015, semifinalista do Estadual de 2016 e eliminado na 1ª fase da Copa do Brasil de 2016

A 2ª passagem de Gilmar Dal Pozzo no Náutico (05/2019 a 08/2020)
45 jogos
21 vitórias
14 empates
10 derrotas
57,0% de aproveitamento
Rendimento: campeão da Série C de 2019, semifinalista do Estadual de 2020, eliminado na 1ª fase do Nordestão de 2020 e eliminado na 2ª fase da Copa do Brasil de 2020

Total de jogos de Dal Pozzo no Náutico (2015/2016 e 2019/2020)
73 jogos
36 vitórias
21 empates
16 derrotas
58,9% de aproveitamento


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