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No Sport, do Recife, André fez 43 gols em 106 jogos entre 2015 e 2018. O mais “caro” do NE.

O Sport anunciou a compra de André, junto ao Sporting de Portugal, em fevereiro de 2017. Na ocasião, o valor total na conversão para a moeda brasileira dava R$ 5,23 milhões, sendo R$ 4 mi ao clube europeu. Porém, o acordo não foi quitado pelo leão, que empurrou o quanto pôde. Ainda na gestão de Arnaldo Barros, o atacante foi vendido ao Grêmio por R$ 10 milhões, mas o valor não foi direcionado à pendência com o clube europeu. E virou uma enorme bola de neve.

Com tanto tempo, virou uma reclamação formal do clube de Lisboa e, eventualmente, uma punição aplicada pela Fifa, com o diálogo já evitado pelas promessas vazias. E a pena foi pesada, impedindo o clube pernambucano de regularizar novos reforços, além da ameaça de perda de 6 pontos na Série A – o que, francamente, seria quase sinônimo de rebaixamento.

Só agora, no limite do limite, e já numa nova gestão, o Sport quitou a dívida. Após quatro anos, o rubro-negro anunciou o “pagamento integral”, chegando a R$ 8.944.046,44. Trata-se da soma da dívida de 907,5 mil euros, pelos direitos econômicos, e da multa acrescida de juros, de 213,5 mil euros. Além do adicional do IOF (0,38%) e do IR (17,67%) ao cálculo.

Ou seja, o valor de R$ 4,0 milhões passou para R$ 8,944 milhões, num aumento de R$ 4,944 milhões, ou +123,6%. Ajustando o valor original com a correção inflacionária a partir do IGP-M, o valor atualizado seria de R$ 5,909 mi, com R$ 1,909 mi a mais, ou +47,7%. Haja diferença.

Na época da compra, o Sport era tido como um clube estável, com dívidas equacionadas e orçamento acima de R$ 100 milhões. À parte da receita, baseada na cota de tevê, nota-se que era só uma “imagem”, com a bronca durando quatro anos e comprometendo competições. Não foi uma dívida contraída por Milton Bivar, mas no momento em que se assume o comando do clube, vendo a pendência travar o clube, passa a ser obrigação também.

Pelo valor exposto, é visível a dificuldade enfrentada, que acabou passando do ponto – já custou, por exemplo, a Copa do Brasil de 2021, com o time esfacelado pela falta de regularizações, somando o “Caso André” às dívidas trabalhistas no CNRD, um órgão regulador da CBF. Porém, o clube quitou. Por vias tortas, sobretudo a partir da irresponsabilidade administrativa em 2017, a compra de André tornou-se a mais cara da história do Nordeste…

Qual é o valor total pago pelo Sport na compra de André?
Numa história tão retalhada, é preciso ficar atento às nuances. André foi adquirido pelo leão em duas negociações paralelas, uma junto ao Sporting, por 50% dos direitos econômicos, e outra junto ao Atlético Mineiro, por 20%. No caso do Galo, o pagamento também demorou a sair. E o débito por André acabou sendo convertido no repasse de Jair, por R$ 1,3 milhão. Ou seja, o volante não deixou um centavo no Sport, pois só fez abater dívidas. Somando o montante quitado em 2021 com este por Jair, em janeiro de 2019, o total nominal é de R$ 10.244.046. Partindo do valor original da compra de André, de R$ 5.235.033, o aumento absoluto foi de R$ 5,009 mi, ou +95,6%.

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