O Timbu teve média de 8.078 torcedores no Pernambucano 2025. Foto: Gabriel França/Náutico.
A negociação para a implantação da SAF segue em andamento no Náutico, com o estágio atual sendo a análise dos conselheiros sobre a proposta vinculante apresentada pelo consórcio interessado. Paralelamente a isso, o clube alvirrubro tem um orçamento montado para a temporada de 2025, desconsiderando essa possível injeção financeira. Caso o Timbu aceite a proposta, deverá ocorrer um aporte de R$ 10 milhões ainda neste ano, através de um “empréstimo-ponte”, que seria descontado nas receitas futuras. À parte disso, o Náutico prevê uma receita total de R$ 24,7 milhões, com um aumento de R$ 5,3 mi sobre 2024.
Em valores nominais, é o maior orçamento alvirrubro em dez anos, mas com a ressalva de que os rivais regionais em divisões acima já tiveram um salto muito maior. Ou seja, precisa crescer – pela proposta da SAF, o clube teria R$ 40 mi/ano. Embora o Náutico não tenha divulgado oficialmente a previsão orçamentária, a apuração de Clauber Santana, do NE45, traz este número, que é o primeiro acima de R$ 20 milhões nesses três anos seguidos na Série C. Essa receita foi estruturada pela direção executiva ainda em dezembro, com 45% dela gerada pelo futebol. Entre as principais fontes, a arrecadação com sócios, tendo hoje 24 mil, a bilheteria nos Aflitos e, sobretudo, os direitos de transmissão, com a agenda cheia.
Meta já batida na Copa do Brasil
Pelo Nordestão, teve direito a um repasse de R$ 2,08 milhões na fase de grupos. Na Copa do Brasil, com o time classificado à terceira fase, o total de cotas já chega a R$ 4,14 milhões. E aqui vale um adendo. Em entrevista ao GE, o presidente do Náutico, Bruno Becker, disse que a projeção contava com duas passagens na copa nacional. Ou seja, o cálculo não foi tão conservador. Afinal, o Timbu precisou eliminar Vitória no Barradão para bater a meta.
Já em relação aos patrocínios, as principais marcas no uniforme são Esportes da Sorte, Diadora, Turquesa e Cimed, que fechou contrato recentemente. Sobre as despesas, o Náutico deve gastar pelo menos R$ 10 milhões em salários nesta temporada – frisando que este é um valor pré-SAF. No Estadual, onde saiu nas quartas de final, o clube começou a disputa com uma folha de R$ 700 mil, apenas R$ 100 mil a mais que a edição anterior. A ideia era aumentar no Campeonato Brasileiro, onde está o principal objetivo em 2025: o acesso.
Faturamento costuma superar a previsão
Observando os últimos orçamentos lançados pelo Náutico, vale fazer um comparativo entre a previsão e o faturamento de fato entre 1º de janeiro e 31 de dezembro. Nos últimos seis anos, o clube conseguiu gerar mais dinheiro que o previsto em quatro oportunidades. Isso inclui os últimos três anos. No recorte entre 2021 e 2023, o Náutico estimou R$ 51,6 milhões, mas a receita total foi de R$ 69,3 milhões. Ou seja, teve um ágio de R$ 17,7 mi neste triênio.
A bronca é que as despesas também superaram as receitas nesses anos. Somando os três déficits, o saldo negativo foi de R$ 13,9 milhões! A correção disso é um ponto central sobre a administração do clube de Rosa e Silva, seja como “Associação”, o tradicional modelo ainda em vigor, seja como “Sociedade Anônima do Futebol”, o futuro cada vez mais próximo.
Previsão de orçamento do Náutico
2018 (Série C): R$ 14,6 milhões
2019 (Série C): R$ 14,9 milhões (+2%)
2020 (Série B): R$ 20,0 milhões (+33%)
2021 (Série B): R$ 12,2 milhões (-39%)
2022 (Série B): R$ 21,0 milhões (+72%)
2023 (Série C): R$ 18,4 milhões (-12%)
2024 (Série C): R$ 19,4 milhões (+5%)
2025 (Série C): R$ 24,7 milhões (+27%)
Receita total realizada pelo Náutico
2018 (Série C): R$ 14,3 milhões
2019 (Série C): R$ 17,5 milhões (+22%)
2020 (Série B): R$ 17,0 milhões (-2%)
2021 (Série B): R$ 20,0 milhões (+17%)
2022 (Série B): R$ 26,5 milhões (+32%)
2023 (Série C): R$ 22,8 milhões (-14%)
2024 (Série C): Clube pode divulgar até 30/04/2025
Saldo entre receita realizada e orçamento
2018 (Série C): -300 mil
2019 (Série C): +2,6 milhões
2020 (Série B): -3,0 milhões
2021 (Série B): +7,8 milhões
2022 (Série B): +5,5 milhões
2023 (Série C): +4,4 milhões
* Subtração da receita total no ano pelo orçamento previsto
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