O Estádio Al Bayt recebeu 67.372 pessoas na estreia do anfitrião. Foto: Catar/Twitter.
O Catar foi escolhido como sede da Copa do Mundo em 2 de dezembro de 2010. Ou seja, teve doze anos para se preparar, sendo o maior tempo de um anfitrião até hoje. Isso aconteceu porque a definição da Fifa na época foi em dose dupla, escolhendo também a Rússia como país-sede de 2018. Em termos econômicos, não havia dúvida sobre a capacidade de estruturação até o Mundial de 2022, a partir dos bilhões de dólares que brotam do chão com petróleo em larga escala.
A questão ali, na verdade, foi a forma como as obras ocorreram, com seguidas denúncias sobre a má condição de trabalho. Já no campo esportivo, aí sim havia a dúvida sobre o papel do país em sua primeira participação, ainda mais como mandante. Desde então foram três ciclos mundialistas para gestar um time, com o objetivo de elevar tanto o nível técnico quanto a obediência tática, criando um perfil mais competitivo.
De certa forma, isso até aconteceu, com o inédito título da Copa da Ásia, fazendo 3 x 1 sobre o Japão na decisão de 2019. Resultado a tal ponto de a seleção catari ter virado uma “candidata real” à segunda vaga no Grupo A, concorrendo com Equador e Senegal, tendo a Holanda como favorita. Porém, na estreia diante de centenas de milhões de pessoas, vendo pela televisão mundo afora, o Catar mostrou um desempenho digno de “2010”.
O choque de realidade
Escrevo isso depois de apenas um jogo na Copa do Mundo, a abertura oficial. Em 21 edições até então, nunca o país-sede havia perdido em sua estreia. A sina foi quebrada na 22ª edição, com o Catar sem ver a cor da bola contra o Equador. O país sul-americano, mais técnico, mais experiente e mais competitivo, fez 2 x 0 com gols do atacante Enner Valencia. Não é só o resultado, claro. É a postura. No scout de finalizações certas, o Catar sequer acertou a meta equatoriana, mostrando fragilidade do goleiro Al Sheeb ao atacante Afif. Achei um vexame considerável depois da expectativa criada, talvez exagerada.
A lista de convocados do Catar tem média de idade de 26,9 anos. Ou seja, todos eram adolescentes quando o país recebeu o aval da Fifa. Cresceram sob enorme pressão, o que pode ter pesado neste já histórico 20 de novembro de 2022. Assim, de possível surpresa, depois de tanta preparação no gramado, o Catar agora deverá ter trabalho para evitar a lanterna. O petróleo no Oriente Médio já comprou muita coisa, mas mesmo bancando profissionais gabaritados na comissão, o prazo de transformação no futebol é bem maior.
Os jogos do Catar contra clubes pernambucanos
Menor sede da história, o Catar tem apenas 11,5 mil km², o que corresponde a apenas 11,7% do território de Pernambuco, que tem 98,1 mil km² e já é um dos maiores estados brasileiros. Ainda assim, são oito estádios lá. Falando de PE, Santa Cruz e Sport já fizeram dois jogos, cada, contra a seleção do Catar. Amistosos realizados há 43 anos, com quatro vitórias pernambucanas.
11/03/1979 – Catar 0 x 4 Santa Cruz
13/03/1979 – Catar 1 x 4 Santa Cruz
24/11/1979 – Catar 1 x 4 Sport
26/11/1979 – Catar 0 x 1 Sport
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