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Arena Pernambuco/twitter

A 6ª temporada da Arena Pernambuco teve apenas 26 jogos com mando dos grandes clubes pernambucanos, o menor dado dos últimos cinco anos. Só à frente do ano de abertura, cuja operação começou de fato no segundo semestre. Como se não bastasse, a taxa de ocupação não chegou a 1/5 da capacidade oficial, de 45.550 pessoas, e apenas 6 partidas passaram de 10 mil espectadores. Ou seja, uma receita baixíssima com o futebol, o óbvio carro-chefe.

À parte de eventos religiosos e corporativos em 2018, além de jogos envolvendo equipes menores (ou de categorias de base), a participação do trio de ferro acabou em 26 de agosto, no empate entre Náutico e Bragantino, pelas quartas da Série C. O ponto alto foi a decisão do Campeonato Pernambucano, com recorde de público em jogos de clubes (42.352 torcedores) e a maior bilheteria do estádio no ano (R$ 956.695)

Na prática, o ano foi mesmo limitado ao alvirrubro, uma vez que Santa e Sport só mandaram um jogo, cada, em São Lourenço, ainda no primeiro semestre. Em abril, o tricolor levou 8,5 mil pessoas num jogo contra o ABC, pela C. Em maio, o rubro-negro levou 28,9 mil para o confronto contra o Corinthians, pela A. Somando as duas rendas, R$ 698.100, ou 17,7% do apurado pelo trio. A título de curiosidade, a soma dos seis anos da arena, com 190 partidas do trio, gerou uma renda bruta de R$ 42 mi. Em 2018, o Palmeiras, o campeão brasileiro, somou R$ 79 mi em 37 jogos. Aí, sim, uma arena rentável.

O cenário de esvaziamento se agrava com a perspectiva para 2019, com o Náutico de volta aos Aflitos, já reaberto, Santa e Sport firmes no Arruda e na Ilha e nenhum jogo da Série A com a participação local. Em 2019, o projeto da Arena PE completará dez anos – foi apresentado no Palácio do Campo das Princesas em 15 de janeiro de 2009. Na época, além da ideia bilionária da Cidade da Copa, imaginava-se um cenário com 60 partidas por ano, com os 20 principais jogos de cada clube da capital. Neste momento, sob contrato, nenhum jogo garantido…

Nos quatro primeiros anos de operação, nas gestões da Odebrecht e do governo, o resultado financeiro do estádio foi sempre negativo, com déficit de R$ 29,7 mi em 2013, de R$ 24,4 mi em 2014, de R$ 19,0 mi em 2015 e de R$ 7,0 mi em 2016. Desde março de 2016, o estádio é operado pelo próprio estado, através da Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer de Pernambuco – mas sem dados concretos do tipo. Embora o número de jogos tenha sido menor em 2018, ao menos a arena conseguiu melhorar um pouco os dados de 2017, até porque uma nova queda parecia improvável.

A conturbada relação entre Náutico e Arena chegou ao fim, ao menos nos termos que vigoraram por cinco anos. Com a reforma dos Aflitos, agora podendo receber até 18.968 espectadores, o timbu passa a negociar jogos da mesma forma que os rivais. Apenas partidas pontuais, com expectativa acima da capacidade de sua casa, e não simplesmente por não ter onde jogar.

Em 2017, o governo do estado firmou um pacote de 5 jogos com o Santa Cruz, mas as cifras desses jogos foram um fiasco, para ambos. Em 2018, o próprio clube optou por seguir atuando no Arruda, levando apenas uma partida para o estádio da Copa. Vale frisar que o cenário particular do tricolor foi bem ruim nesta temporada, com apenas quatro jogos acima de 10 mil pessoas.

A aproximação entre Sport e Arena foi forte em 2014 e 2015, com 17 partidas e média de 24 mil pessoas. A partir de 2016, já sem o “Todos com a Nota”, que colaborou com os três clubes no início, houve um distanciamento, com o leão levando apenas jogos pontuais. Em 2017, chegou a fechar cinco jogos junto ao governo, mas disputou apenas dois. Em 2018, a pior presença do clube, que evitou o estádio para tentar “pontuar” na Ilha – no fim, acabou rebaixado do mesmo jeito.

A abaixo, os jogos oficiais no Recife com mandos do Trio de Ferro – as apresentações do Vitória na Arena não foram computadas, assim como os casos de América, na Ilha (2x) e no Arruda (1x), e do Belo Jardim na Arena (1x). Também vale a observação de que em 2015, 2016 e 2018 ocorreram jogos de portões fechados na Ilha (1x), Arena (1x) e Arruda (1x), também desconsiderados.

Nº de jogo profissionais na Arena PE em 2018
24 – Náutico
5 – Vitória
1 – Santa Cruz
1 – Sport
1 – Íbis

Nº de jogos de outras categorias
4 – Sport (Sub 23)
4 – Futebol Feminino (Náutico)
1 – Santa Cruz (Sub 20)


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