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Arena Romeirão

Com folga, é o estádio de futebol mais moderno do interior do Nordeste. Fotos: Governo do Ceará.

O que era reforma virou uma reconstrução completa, com dois anos e meio de obras. Com a execução dos trabalhos em 93,28%, a Arena Romeirão ganhou a sua cara de fato, com a finalização da cobertura, instalação das cadeiras verdes em dois setores da arquibancada, montagem do placar eletrônico e plantio do gramado.

Para atingir o cronograma completo, restam apenas, basicamente, obras de acabamento, com as partes hidráulica e elétrica e a pintura, com a conclusão prevista para 27 de março de 2022. Com capacidade para 17 mil pessoas sentadas, o palco em Juazeiro do Norte, no sul cearense, é a primeira arena multiuso erguida no interior da região – mais fotos abaixo. Bonita e funcional. E o custo disso foi alto, bem maior que o imaginado.

Originalmente, o investimento total do tesouro estadual seria de R$ 69,5 milhões, a proposta feita pelo Consórcio Estádio Romeirão, que venceu a licitação contra o Consórcio Romeirão CAM-LML, que orçou R$ 72,1 milhões. O valor, que foi contratado pelo Governo do Ceará através da Superintendência de Obras Públicas, está presente no Portal da Transparência. Formado pela Hersa Engenharia e Serviços, JZ Engenharia e Comércio e Talude Construções, o consórcio segue à frente do projeto, mas agora o custo real da obra é de R$ 89,5 milhões. De forma precisa, saltou de R$ 69.575.062 para R$ 89.559.129, com um aumento nominal de R$ 19.984.066, ou +28,7%. A justificativa está nos aditivos – a seguir, o maior deles.

Foram seis aditivos autorizados entre fevereiro de 2020 e outubro de 2021. O sexto foi o maior deles, subindo o valor em R$ 8,5 milhões. Segundo os documentos presentes no portal, isso é previsto por lei, a partir do “acréscimo de serviços” em obras. Logo, não é uma questão de suposta irregularidade, mas um alerta ao aumento considerável do serviço. Quase 1/3 a mais. Frisando que isso se refere apenas aos aditivos, com as ações extras, sem contar os ajustes regulares de preço de mercado. Pois aí o valor total atualizado já passa para R$ 95.267.233!

Quando o projeto de reforma do antigo Estádio Mauro Sampaio foi apresentado, há cinco anos, a previsão era investir entre R$ 30 mi e R$ 40 mi, como mostra a reportagem de O Povo de 29 de julho de 2017. Na ocasião, a obra seria menor. Nos dois anos seguintes, o projeto foi refeito e ampliado, saindo efetivamente por R$ 69,5 milhões. De lá pra cá é possível encontrar várias notas de imprensa no site oficial do governo sobre o acompanhamento da construção da Arena Romeirão. Os valores foram informados, sempre com a ordem de grandeza, mas sem alarde sobre o aumento gradativo da obra. Abaixo, alguns prints registrando isso.

20 de outubro de 2020 (R$ 74 milhões; veja aqui)

29 de dezembro de 2021 (R$ 80 milhões; veja aqui)

11 de março de 2022 (R$ 90 milhões; veja aqui)

A obra em Juazeiro, a 535 km de Fortaleza, ocupa uma área de 47 mil metros quadrados. O estádio, que toma um quarteirão, ainda tem estacionamento, área de serviços, praça de alimentação e um museu do esporte. A obra foi pensada para eventos maiores, não só de futebol, na região do Cariri, que tem 1 milhão de habitantes em 28 municípios. A primeira inspeção visando os laudos da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros foi feita em 10 de março, contando também com representantes do Ministério Público e da federação cearense.

Efetivamente, o estádio tende a impactar a maior cidade do interior do Ceará, podendo receber jogos de clubes maiores, além dos times da casa, Icasa e Guarani. Entretanto, fica a observação sobre um movimento parecido àquele na Copa do Mundo de 2014, quando quase todos os estádios do país custaram mais que o planejado, com recursos públicos, ou por necessidade de aceleração visando o torneio ou por “acréscimo de serviços”, como agora…

A cronologia da construção da Arena Romeirão
21/07/2017 – Lançamento do projeto (R$ 40 milhões; 13.400 lugares)
23/07/2019 – Relançamento do projeto (R$ 80 milhões; 16.400 lugares)
01/09/2019 – Ordem de serviço assinada (R$ 69,5 milhões; 17.000 lugares)
09/09/2019 – Início oficial das obras
08/01/2020 – Reforma com 10% das obras planejadas
30/07/2020 – Reforma com 30% das obras planejadas
18/12/2020 – Reforma com 50% das obras planejadas
01/05/2021 – Reforma com 70% das obras planejadas
09/09/2021 – Previsão inicial de conclusão (em até 2 anos)
10/12/2021 – Reforma com 90% das obras planejadas
27/03/2022 – Previsão atual conclusão (por R$ 89,5 milhões)

O projeto definitivo, de modernização para reconstrução
Na primeira versão, o projeto manteria as arquibancadas atrás dos gols em forma de curva, como no antigo Romeirão – além de montar a cobertura na fachada com um mosaico azul. Na prática, a ideia era “modernizar” a praça esportiva, que teria entre 13,4 mil e 16,4 mil lugares. Pouco antes de a obra começar, porém, saiu uma nova imagem (abaixo). Nela, todas as arquibancadas ficaram paralelas às linhas do campo. Neste caso foi uma reconstrução de fato, chegando a 17 mil lugares. As coberturas das arquibancadas frontais também foram modificadas, optando pela cor branca.

Arena Romeirão saindo do papel
A seguir, um ângulo do estádio semelhante ao do projeto. Na parte inferior da foto, a Avenida Castelo Branco, colada ao novo Romeirão. É ali onde ficará o “Museu do Esporte”, integrado à arena. Na sequência da foto aérea, mais imagens do projeto já passando de 90% das obras.

Arena Romeirão

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