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Para a temporada de 2018, a direção executiva do Fortaleza havia estipulado um orçamento de R$ 24 milhões, no mesmo patamar do ano anterior. Na ocasião, mesmo indo da C pra B, a mudança de divisão parecia ter pouco efeito. Na prática, entretanto, o leão do pici registrou um recorde. Com R$ 51 milhões de janeiro a dezembro, num dado superior ao dobro da projeção, o tricolor estabeleceu a maior receita total de um clube da região sem o aporte clássico da TV – cenário que se aplicava, até 2018, para Bahia, Sport e Vitória.

Para se ter uma ideia, a diferença em relação ao arquirrival Ceará, que disputou a elite, foi de R$ 13 milhões. Considerando que o alvinegro ganhou R$ 25 mi da tevê, contra R$ 882 mil do leão, nota-se que o clube saiu-se melhor nas outras frentes de captação. Para começar, a receita com o quadro de sócios (quase 20 mil adimplentes) dobrou, chegando a R$ 12 mi – ou seja, só este cenário já valeria por metade do orçamento original. Já a bilheteria no Castelão quase triplicou, no embalo da ótima campanha na Série B, com o time presente no G4 em todas as 38 rodadas.

Com o impacto a partir da chegada de Rogério Ceni, com visibilidade e desempenho (o título da segundona), o clube faturou R$ 6 mi a mais em patrocinadores. É preciso destacar que o orçamento é um “norte” sobre o quadro financeiro, cabendo à gestão à ampliação ou redução dos gastos. Com o futebol em alta no segundo semestre, o custo com o departamento profissional chegou a R$ 29,5 milhões, bem acima da meta inicial – em 2017, quando disputou a terceirona, esta despesa foi de R$ 12,0 mi. Ainda neste cenário, chamou a atenção o gasto com o administrativo, aumentando de R$ 4,1 mi para R$ 5,0 mi. Ou seja, 22% a mais.

Todo o custo anual, aliás, gerou um déficit de R$ 1,5 mi, mesmo com a receita recorde – vale ficar atento nisso. Quando ao passivo do clube, o ponto negativo é o aumento considerável do “passivo circulante”, com pendências para serem quitadas em até 12 meses. Saltou de R$ 12 mi para R$ 19 mi – obviamente, o Fortaleza pode renegociar vários pontos da dívida, como costuma ocorrer na maioria dos casos. Analisando o passivo total, o montante é o maior dos últimos cinco anos, passando de R$ 32 mi. De forma unânime, a demonstração financeira foi aprovada pelo conselho deliberativo em 29 de abril, a um dia da data-limite para a publicação

Abaixo, um comparativo sobre quatro frentes importantes para a composição da receita no futebol profissional no país, considerando os últimos dois balanços do Fortaleza.

Direitos de transmissão na TV
2017 (C) – R$ 669.915
2018 (B) – R$ 882.529 (+31,7%; 0,21 mi)*
* A cota da Série B foi classificada pelo clube como “receita de campeonato”

Quadro de sócios-torcedores
2017 (C) – R$ 5.770.297
2018 (B) – R$ 12.255.570 (+112,3%; +6,48 mi)

Renda nos jogos
2017 (C) – R$ 5.134.102
2018 (B) – R$ 14.598.955 (+184,3%; +9,46 mi)

Patrocínio/Marketing
2017 (C) – R$ 1.411.996
2018 (B) – R$ 7.693.695 (+444,9%; +6,28 mi)

A seguir, o histórico de receitas do Fortaleza, com um salto de R$ 39 milhões entre 2014 e 2018. Em 2019, com a volta à Série A, o leão deve registrar um novo recorde particular.

Faturamento do clube (receita total)
2014 (C) – R$ 12.386.495
2015 (C) – R$ 19.281.315 (+55,6%; +6,89 mi)
2016 (C) – R$ 23.383.609 (+21,2%; +4,10 mi)
2017 (C) – R$ 24.456.997 (+4,5%; +1,07 mi)
2018 (B) – R$ 51.621.897 (111,0%; +27,16 mi)

Resultado do exercício (superávit/déficit)
2014 (C): -1.920.459
2015 (C): -1.667.300
2016 (C): +325.844
2017 (C): -1.192.688
2018 (B): -1.503.071

Evolução do passivo do clube (circulante + não circulante)
2014 (C) – R$ 16.396.649
2015 (C) – R$ 22.303.258 (+36,0%; +5,90 mi)
2016 (C) – R$ 22.360.449 (+0,2%; +0,05 mi)
2017 (C) – R$ 28.112.178 (+25,7%; +5,75 mi)
2018 (B) – R$ 32.335.928 (+15,0%; +4,22 mi)

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