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O balanço financeiro do Náutico referente a 2017 foi publicado no limite do prazo. O documento entrou no site da FPF às 20h50 de 30 de abril, o último dia possível. E o faturamento timbu acabou sendo o maior das últimas quatro temporadas, com quase 20 milhões de reais. Foi 18% superior ao de 2016, com 3 mi a mais. A bronca é que, mesmo assim, o time acabou sendo rebaixado para a terceira divisão nacional, o que não ocorria há 19 anos. Neste relatório, porém, chama a atenção o nível de detalhamento (sobretudo de dívidas), bem incomum entre os balanços já divulgados pelo timbu e analisados por mim. Obviamente, vejo esta rara transparência como algo positivo – no fim do post, a íntegra.

Como exemplo desses dados, a lista das colaborações feita por 15 dirigentes nos últimos anos – com o dinheiro presente no passivo. Entre os maiores valores, Américo Pereira (454 mil), Hélio Monteiro (407 mil) e José Ivanildo (237 mil). Além desses, estão lá o ex-presidente executivo Glauber Vasconcelos (4 mil), o atual presidente do conselho, Gustavo Ventura (23 mil) e o atual vice executivo, Diógenes Braga (4 mil).

O balanço sobre o passivo segue com as pendências nos direitos de imagem. São nada menos que 51 nomes (!), com a grande maioria através de empresas representando os atletas. É possível encontrar Martinez (1,3 milhão), Carmona (162 mil), William Alves (160 mil) e Rafael Pereira (70 mil). Ninguém teve o valor abatido no ano. Curiosamente, o Náutico também deve a quatro clubes de futebol: São Paulo (204 mil), Coritiba (160 mil), Palmeiras (120 mil) e Santa Cruz (12 mil) – apesar de não informar a causa coral, provavelmente está relacionada ao uso do Arruda. Ao todo, somando os passivos circulante e não circulante, o ‘endividamento’ timbu aumentou 10,3 mi, chegando a 165 milhões de reais, o maior da história – em seis anos o buraco aumentou em R$ 103 mi, sendo 44 mi (de 2013 para 2014) devido o reconhecimento de dívidas antigas, viabilizando o Profut.

Obviamente, também existem pontos financeiros positivos e visíveis nesta organização contábil. Com sócios, o clube arrecadou R$ 4,55 milhões. A presença da Caixa Econômica foi importante, com 2 milhões. Descontando os impostos, a participação na Copa do Nordeste rendeu R$ 424 mil, mesmo eliminado na fase de grupos. Além disso, o Náutico gastou R$ 100 mil para a aquisição dos direitos econômicos de um atleta – de nome não revelado.

Últimas receitas operacionais do Náutico
2011 – R$ 19.236.142
2012 – R$ 41.089.423 (+113%)
2013 – R$ 48.105.068 (+17%)
2014 – R$ 15.956.176 (-66%)
2015 – R$ 18.363.286 (+15%)
2016 – R$ 16.723.513 (-8%)
2017 – R$ 19.825.262 (+18%)

Passivo
2011 – R$ 62.442.207
2012 – R$ 71.979.517 (+15%)
2013 – R$ 87.916.127 (+22%)
2014 – R$ 137.364.572 (+56%)
2015 – R$ 149.267.447 (+8%)
2016 – R$ 155.639.544 (+4%)
2017 – R$ 165.936.253 (+6%)

Superávit/déficit
2011 (-1.643.179)
2012 (-392.993)
2013 (-721.320)
2014 (-13.346.684)
2015 (-10.839.793)
2016 (-4.608.166)
2017 (-41.040)


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