O zagueiro Marquinhos desperdiçou a última cobrança na Cidade da Educação. Foto: Fifa/Twitter.
Após o placar em branco no tempo normal, com o goleiro Livakovic evitando todas as boas chances brasileiras, a Seleção conseguiu abrir o placar no último lance do primeiro tempo da prorrogação. Foi um golaço de Neymar, que iniciou a jogada, tabelou, recebeu, driblou o goleiro e marcou o seu 8º gol em três participações na Copa do Mundo. Gol de camisa 10, com a cara do Brasil, com cara de superação num jogo duro nas quartas de final, contra os atuais vice-campeões. Ali, aquela vantagem parecia dar justiça ao scout ofensivo.
Após 120 minutos, o número de finalizações certas foi de 11 x 1 para a Canarinha. Repetindo, 11 x 1. A Croácia só acertou a barra de Alisson uma vez. E aí sentenciou a campanha verde e amarela no Catar. Francamente, para um time tão técnico e preparado, o gol sofrido foi inacreditável. Vencendo por 1 x 0, aos 11 minutos do segundo tempo extra, o Brasil tomou um contragolpe com a bola percorrendo 80 metros. Sem que ninguém fizesse a falta, numa clara falta de atenção, e sem a cobertura necessária na única chance efetiva do adversário. Foi assim até o chute de Petkovic, que ainda desviou em Marquinhos para superar Alisson.
Croácia de novo no G4
Como em 2018, a seleção croata, liderada por Modric, vai atravessando o mata-mata tendo sempre que encarar os 30 minutos extras. Há quatro anos fez isso contra Dinamarca (oitavas), Rússia (quartas) e Inglaterra (semi). Foi vice perdendo da França no tempo normal. Em 2022 já foi à prorrogação contra Japão (oitavas) e Brasil (quartas), alcançando a sua 3ª semifinal em 6 participações, sendo o melhor time da ex-Iugoslávia. Curiosamente, quase passou sempre nas penalidades, com exceção à virada sobre o English Team.
Assim, já experiente e confiante, venceu fácil o time de Tite, 4 x 2, com Rodrygo perdendo logo a primeira cobrança e Marquinhos acertando a trave na 4ª cobrança. Neymar, disparado o melhor batedor do Brasil, seria o 5º. Sequer cobrou. Não vejo o menor sentido em não colocar os melhores batedores nas primeiras cobranças. Pra mim, chega a ser algo óbvio.
Revivendo o maior jejum da história
Com a eliminação nas quartas pela 2ª vez seguida, ampliando o tabu de não eliminar times europeus desde 2002, o Brasil chegará aos Estados Unidos, palco principal da sede tríplice do próximo Mundial, com 24 anos de jejum sobre o título máximo. Em 1994, antes do tetra, aquele mesmo hiato parecia uma eternidade e eu tinha vivido só a metade. Desta vez serão realmente 24 anos na pele. É tempo demais para um futebol tão capacitado tecnicamente, apesar das fraquejadas táticas vez ou outra. A sexta estrela está demorando bastante…
Escalação do Brasil (melhor: Neymar; piores: Paquetá, Raphinha e Pedro)
Alisson; Éder Militão (Alex Sandro), Marquinhos, Thiago Silva e Danilo; Casemiro e Lucas Paquetá (Fred); Raphinha (Antony), Richarlison (Pedro), Neymar e Vinicius Júnior (Rodrygo). Técnico: Tite
O Brasil nas quartas de final da Copa (últimas 8)
1994 – Venceu (3 x 2 na Holanda)
1998 – Venceu (3 x 2 na Dinamarca)
2002 – Venceu (2 x 1 na Inglaterra)
2006 – Perdeu (França 1 x 0)
2010 – Perdeu (Holanda 2 x 1)
2014 – Venceu (2 x 1 na Colômbia)
2018 – Perdeu (Bélgica 2 x 1)
2022 – Perdeu (Croácia 1 x 1 e 4 x 2 no pênaltis)
Seleção Brasileira no Mundial (1930-2022)
22 participações
114 jogos (237 GP e 108 GC; +129 SG)
76 vitórias (66,6%)
19 empates (16,6%)
19 derrotas (16,6%)
72,2% de aproveitamento