A sua segunda passagem no Real Madrid teve mais de 200 jogos. Foto: Carlo Ancelotti/Instagram.
Após muitas idas e vindas, a CBF realmente anunciou Carlo Ancelotti como o novo técnico da Seleção Brasileira, com o contrato valendo até o fim da Copa do Mundo de 2026. A estreia do italiano de 65 anos, que vinha comandando o Real Madrid, será já na próxima Data Fifa, nos jogos contra Equador (05/06) e Paraguai (10/06), pelas Eliminatórias. Treinador com mais títulos na história da Champions League, com três taças pelo Real Madrid e duas pelo Milan, Ancelotti é a cartada final do presidente da Confederação Brasileira de Futebol, Ednaldo Rodrigues, cujas escolhas neste ciclo não seguiram qualquer padrão e ajudaram a colapsar o trabalho realizado na Canarinha – além de aumentar a pressão sobre o próprio Ednaldo.
Após o Mundial do Catar, com o fim da Era Tite, foram dois interinos, Ramon Menezes (3 jogos) e Fernando Diniz (6 jogos), com a entidade esperando o próprio Ancelotti, que negou a primeira proposta. Assim, veio Dorival Júnior. Colecionando títulos nos últimos anos por Flamengo e São Paulo, Dorival parecia o nome definitivo até o Mundial na América do Norte. Porém, a falta de desempenho gritou. Fez apenas 16 jogos, com 7 vitórias, 7 empates e 2 derrotas, a com a despedida num nó tático constrangedor diante da campeã mundial, a Argentina. Demissão confirmada em 28 de março, com o hiato durando até 12 de maio.
Italiano receberá salário de quase R$ 5 milhões
Ou seja, foram 45 dias com a seleção principal sem um treinador, um absurdo sem tamanho. Focado num único nome, Ednaldo ofereceu garantias extraordinárias a Carlo Ancelotti no novo contato. De acordo com a ESPN, o salário do técnico italiano será de 770 mil euros, ou R$ 4,8 milhões por mês. Fora aparato m sua estadia no Brasil e um bônus em caso de título mundial. Tudo para ter um nome realmente capaz no comando do time mais famoso do mundo em busca do hexa. Inclusive, esse foi o tom da nota da CBF: “A maior Seleção da história do futebol agora será liderada pelo técnico mais vitorioso do mundo”. Curiosamente, o anúncio aconteceu antes mesmo da confirmação do Real Madrid sobre a saída.
Ancelotti chega com lastro suficiente para tomar qualquer decisão, seja na utilização de Neymar, na convocação de peças esquecidas (como Casemiro) ou na formação de uma nova espinha dorsal mesmo faltando apenas um ano para a próxima Copa do Mundo. Tem experiência, conhecimento, respeito e ainda conhece basicamente o ataque inteiro do Brasil, tendo Vini Júnior Rodrygo e Enderick como comandados no Real. Sem enxergar problema por não ser um brasileiro, vejo Ancelotti como uma escolha de grande potencial mesmo num ciclo tão caótico. A CBF foi para o “all in”, mas desta vez com uma boa carta na mão.
Seleção com técnico estrangeiro após 60 anos
Em 111 anos de história, a Seleção Brasileira já fez 1.172 jogos com o time principal, somando duelos contra países, clubes e combinados. A Canarinha já teve 54 técnicos, entre efetivos (35) e interinos (19). Num cenário deste tamanho, Ancelotti será apenas o 4º nome estrangeiro. Antes dele passaram o uruguaio Ramón Platero (4 jogos em 1925), o português Jorge Gomes de Lima (2 jogos em 1944) e o argentino Filpo Nuñez (1 jogo em 1965).
Portanto, a última vez com um “gringo” no comando foi há 60 anos! E ainda assim aconteceu num cenário excepcional, pois a Seleção Brasileira foi representada num amistoso pelo time inteiro do Palmeiras, que tinha o hermano como técnico. Aquele jogo marcou a inauguração do Mineirão, com o time verde (e amarelo) vencendo o Uruguai por 3 x 0.
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Abaixo, veja a publicação oficial da CBF sobre a contratação do novo técnico.
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