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A comissão durante a assembleia, com 14 horas de atividade no Arruda. Foto: CD do Santa/Twitter.

Demorou bastante, alguns anos além da conta. No entanto, chegou o dia e o sócio do Santa respondeu sobre a reforma do estatuto do clube. Dos 5.746 sócios aptos para a Assembleia Geral Extraordinária (AGE), participaram 2.498, ou 43% do total. E o mínimo exigido era de 1/5. Sobre a escolha, uma linha bem definida, com 98% dos tricolores clicando no “sim” na votação online. Foi o segundo maior pleito democrático do tricolor, comparando inclusive com as eleições presidenciais. Só ficou abaixo da eleição de 1982, o deixa claro o peso do evento em 2021.

O voto online foi decisivo para este volume, sendo a estreia do modelo no futebol pernambucano. A participação foi computada entre 9h30 e 20h, através de um sistema contratado junto a uma empresa especializada. À parte do pleito em 1982, nenhum outro havia passando de 2 mil votos, o que aconteceu com AGE, cujo histórico de participação não chegava perto disso. Foi desta vez porque este era um anseio inegociável no Santa Cruz.

As mudanças aprovadas são profundas em relação à estrutura organizacional do clube da Avenida Beberibe. Tanto para decidir, com o papel do sócio, quanto para gerir, nos poderes de cada órgão interno – veja os tópicos abaixo. Para se ter uma ideia do que era o Santa, até este já histórico 17 de abril de 2021, o clube tinha cinco poderes paralelos, com pouco diálogo entre si – e, em alguns casos, com receitas próprias, à parte dos problemas reais no Arruda. No caso, formavam a estrutura política coral os seguintes órgãos: Executivo, Conselho Deliberativo, Comissão Patrimonial, Conselho de Administração e Comissão Fiscal.

Com a mudança confirmada na assembleia, o organograma foi enxugado, restando apenas o Executivo e o Conselho Deliberativo. Ou seja, com um órgão à frente da operação do clube e um órgão fiscalizador e legislador. A Comissão Patrimonial foi transformada em diretoria, abaixo do Executivo, assim como a Comissão Fiscal, abaixo do Conselho Deliberativo. Já o Conselho de Administração, que na prática reunia cardeais, foi extinto. Considero a mudança bem oportuna, direcionando de maneira mais clara o trabalho dentro do clube.

Parabéns aos torcedores tricolores pela conquista, até porque foi um movimento realmente popular, de fora para dentro. Essa reforma independe do momento do time em campo. Fora dele as coisas também precisam andar, e com este novo formato talvez seja mais fácil.

Os cinco maiores eventos democráticos no Arruda (e os resultados)
1º) 2.781 votos – Eleição de 1982 (Vanildo Aires; 75%, situação)
2º) 2.498 votos – Assembleia Geral de 2021 (Novo estatuto; 98%, sim)
3º) 1.787 votos – Eleição de 2012 (Antônio Luiz Neto; 91%, situação)
4º) 1.435 votos – Eleição de 2010 (Antônio Luiz Neto; 79%, situação)
5º) 1.405 votos – Eleição de 2006 (Edson Nogueira; 52%, oposição)

As principais mudanças aprovadas no novo estatuto do Santa Cruz
1) Voto para todas as categorias de sócio (o veto por categoria era escolha administrativa)
2) Lista de sócios sendo publicada mensalmente (antes era a cada 3 anos)
3) 30% da venda de atletas da base deve ser reinvestido na base
4) 40% da receita bruta do Conselho irá para a base (em vez de 25% da receita líquida)
5) 30% do elenco profissional deve conta com atletas da base (não havia a obrigação)
6) Prestação de contas trimestral (além do balanço anual obrigado por lei)
7) Aumento da presença feminina no Conselho Deliberativo (garantia de 10%)
8) Representantes de todas as chapas da eleição no Conselho Deliberativo
9) Comissão Fiscal composta de forma técnica e através de eleição
10) Eleições apenas nos fins de semana (para facilitar/aumentar a participação)
11) Eleições diretas para presidente e vice do Executivo
12) Regularização do sócio para a eleição até 30 dias (antes podia ser até no dia)
13) Obrigação de auditoria externa e independente nas contas do clube
14) Extinção do Conselho de Administração
15) Transformação da Comissão Patrimonial em diretoria sujeita ao Executivo

Obs. O estatuto será registrado em cartório em até 30 dias. Após o registro, passa a valer.

Leia mais sobre o assunto
A íntegra do texto sobre a reforma do estatuto do Santa Cruz. O documento tem 29 páginas

Balanço do Santa Cruz em 2020 tem déficit de R$ 27 milhões e passivo passando de R$ 200 mi

Abaixo, assista ao vídeo sobre o resultado final da votação sobre o novo estatuto coral.


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