Com 10 kg e 99 cm, a Taça Libertadores enfim chega nas Laranjeiras. Foto: Conmebol/divulgação.
Os três pênaltis defendidos por Cevallos, em 2008, ficaram marcados na memória da torcida do Fluminense, que viu a chance de conquistar a Libertadores ruir em pleno Maracanã. O tricolor tinha um time melhor que a LDU e havia jogado mais, mas pecou no fim. O Flu voltou a brilhar nos títulos brasileiros de 2010 e 2012, voltando à maior copa da América do Sul, mas sem a mesma cara. Ainda faltava cicatrizar aquela decisão no Rio de Janeiro. Foram 15 anos de espera. No futebol, sabemos, as emoções são vividas numa intensidade altíssima tanto na tristeza quanto na felicidade, com o destino guardando surpresas para isso.
Como a indicação do Maracanã, via Conmebol, para a “final única” de 2023. Obviamente, a jornada seria longa para chegar lá. A concorrência, num momento econômico bem diferente, seria muito maior. Mas era preciso começar, dar o primeiro passo. De forma promissora, liderou um grupo com a presença do River Plate. O “Millonarios”, aliás, foi goleado no Rio por 5 x 1. Era a ascensão da equipe repleta de veteranos, como Fábio (43 anos), Felipe Melo (40), Marcelo (35), Cano (35) e Ganso (34). Todos titulares, num perfil bastante incomum, sobretudo pela entrega física mostrada no ano. Isso ocorreu, claro, com a mescla de jovens de enorme potencial técnico como Nino, André e John Kennedy, entre outros.
A explosão do Maracanã na prorrogação
No comando, Fernando Diniz em sua maior temporada, dividindo o seu trabalho entre Fluminense e Seleção Brasileira. No mata-mata, mais confiante, o bicampeão carioca foi eliminando ex-campeões de Libertadores, um a um. Até chegar num colosso chamado Boca Juniors. Longe de sua melhor fase técnica, o time xeneize esbanjava “copeirismo”, avançando sempre nos pênaltis, através do goleiro Sergio Romero. O clube de Buenos Aires tentaria pela terceira vez chegar ao 7º título continental, para igualar o recorde do Independiente.
Ao estender o jogo para 120 minutos, o Boca, apoiado por milhares de hinchas no Maracanã, tornou enorme a possibilidade de mais uma disputa nos pênaltis, que para o Flu evocaria fantasmas do passado, além do temor natural pelo presente do adversário. Porém, veio o golaço de John Kennedy na prorrogação, levando à loucura a maioria no maior estádio do Brasil. Um lance com cara de final, numa partida batalhada na qual o Fluminense foi melhor.
11º clube brasileiro campeão da Libertadores
Assim como em 2008, o tricolor tinha um time melhor em 2023 e também havia jogado melhor na decisão. Pode até ter ficado perto de pecar no finzinho novamente, na chance desperdiçada por Diogo Barbosa nos acréscimos do tempo normal. Mas desta vez, não. No fim das contas, aquele trauma de uma geração tornou-se uma lembrança para esta campanha, potencializando ainda mais a emoção no apito final de Wilmar Roldán, que eternizou o 2 x 1. O Fluminense é o novo campeão da Libertadores, sendo o 26º vencedor diferente, e o 11º do país, num dos capítulos mais bonitos em 64 edições. Parabéns!
Abaixo, assista ao gol John Kennedy. Saiu do banco e decidiu a Libertadores. Numa final com 69.232 torcedores, a vitória valeu uma premiação de US$ 21 milhões ao Flu (R$ 102,9 milhões).
⚽ O gol mais aguardado da história do @FluminenseFC. É o gol da #GloriaEterna!
🎥 John Kennedy, o herói tricolor! Golaço!#Libertadores pic.twitter.com/rVatonRNrw
— CONMEBOL Libertadores (@LibertadoresBR) November 4, 2023
A campanha do título inédito do Fluminense
13 jogos
8 vitórias
3 empates
2 derrotas
24 gols marcados (13 de Cano, o artilheiro)
8 gols sofridos
No mata-mata, o Flu tirou Argentinos Juniors (ARG), Olimpia (PAR), Inter (BRA) e Boca Juniors (ARG)
Ranking de campeões na Libertadores entre os brasileiros (1960/2023)
1º) 3 títulos – São Paulo (3 vices), Palmeiras (3), Grêmio (2), Santos (2) e Flamengo (1)
6º) 2 títulos – Cruzeiro (2) e Internacional (1)
8º) 1 título – Fluminense (1), Vasco (0), Corinthians (0) e Atlético-MG (0)
12º) Nenhum – Athletico-PR (2) e São Caetano (1)
Ranking de campeões na Libertadores entre países (1960/2023)
1º) 25 títulos – Argentina (13 vices)
2º) 23 títulos – Brasil (18)
3º) 8 títulos – Uruguai (8)
4º) 3 títulos – Colômbia (7) e Paraguai (5)
6º) 1 título – Chile (5) e Equador (3)
8º) Nenhum – México (3 vices) e Peru (2)
Veja a composição final do mata-mata da Taça Libertadores da América de 2023.
⭐️🏆 O caminho da #GloriaEterna tricolor! Inesquecível, o @FluminenseFC enfim é o campeão da CONMEBOL #Libertadores. pic.twitter.com/v1hustrVTu
— CONMEBOL Libertadores (@LibertadoresBR) November 4, 2023