Ladeado por Ronaldo e Diógenes Braga, o presidente de La Liga, Javier Tebas. Foto: Náutico/Twitter.
Anunciada há 9 meses, a “Liga Brasileira de Futebol” segue sendo estruturada, até mesmo o nome, ainda provisório. O período vai das 19 assinaturas colhidas na primeira reunião, em 15 de junho de 2021, até a reunião em São Paulo, em 15 março de 2022, com a presença de quase todos os clubes das Séries A e B. Ou seja, com os oito clubes do Nordeste envolvidos, dois deles na primeira divisão, Ceará e Fortaleza.
Os cearenses, por sinal, chegaram a criar o subgrupo “Forte Futebol”, com dez clubes, para discutir pautas específicas sobre a liga. Porém, a situação foi contornada até a realização desta reunião, cujo objetivo foi observar a proposta de coordenação por parte de “La Liga”. Isso mesmo, a liga que gerencia as duas principais divisões da Espanha – criada em 1984 e apelidada de “Liga das Estrelas” desde 1996.
Intermediada pela XP Investimentos, a mesma que fez a ponte para as “SAFs” de Cruzeiro e Botafogo, o presidente da entidade espanhola, Javier Tebas, listou pré-requisitos para um trabalho semelhante. No caso, como a centralização na venda dos direitos de transmissão e aplicação regular do Fair Play Financeiro. Por meio de assessoria, o dirigente disse o seguinte:
“Na La Liga, temos o objetivo de ajudar o desenvolvimento do futebol e sua indústria. Com a proposta que estamos fazendo em conjunto com XP e a Alvarez & Marsal, queremos oferecer, no Brasil, todo o conhecimento que adquirimos ao longo dos anos para propor um modelo de negócio que seja financeira e administrativamente adequado para apostar no crescimento do futebol no Brasil. Hoje, apresentamos aos clubes brasileiros uma proposta que inclui as melhores práticas da La Liga e a forma como conseguimos ser uma das competições desportivas mais eficazes em termos de desenvolvimento de negócios e de estabilidade financeira”.
O valor do Brasileirão ainda não foi definido, apesar da escala bilionária já discutida algumas vezes. A XP vem buscando investidores, ainda que não tenha um papel exclusivo no negócio. A nova liga brasileira funcionaria na organização das duas principais divisões do país. Ou seja, mesmo aos não membros atuais, casos de Vitória (C) e Santa Cruz (D), basta o acesso à Série B para fazer parte do processo na divisão de receitas. Hoje, então, os representantes do NE com cadeira nas reuniões são os seguintes, a partir das colocações finais no BR de 2021: Fortaleza (A), Ceará (A), Bahia (B), Sport (B), CSA (B), CRB (B), Náutico (B) e Sampaio Corrêa (B).
Nordeste representa 1/5 do Brasileirão
Com presença razoável no mapa da bola do país, tendo 20% das participações no momento (8 de 40), os clubes da região precisam fazer parte, de fato, das discussões em andamento, como já havia ocorrido com a Bahia na largada e com os cearenses num trabalho paralelo, que forçou um acordo prévio. Tudo para evitar qualquer tipo de discrepância contratual mais à frente, uma vez que esta liga deverá fazer parte da nossa realidade num futuro breve.
Até esta publicação, o Náutico foi o único a comentar nas redes a participação na reunião, com a presença do mandatário alvirrubro: “(…) reunido, ao lado de outros dirigentes das Séries A e B do Brasileirão, com representantes da XP Investimentos e o presidente da La Liga, da Espanha, Javier Tebas. Em pauta, a criação de uma liga de clubes de futebol no Brasil”.
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