Eis a nova pintura do estádio rubro-negro. Fotos: George Lucena/divulgação e Paulo Paiva/Sport.
Fechada por quase onze meses, a Ilha do Retiro passou por uma reforma milionária. Inicialmente orçada em R$ 8 milhões, a obra acabou custando R$ 10 milhões ao Sport. Apesar da ideia de um “retrofit” no estádio, a direção do clube resolveu antecipar algumas ações, a partir do senso de urgência em 2024, algo que já havia sido abordado no blog. A ideia era reabrir em abril, na reta final do Estadual, mas o aval veio apenas no returno da Série B, no jogo contra o Ceará, marcado para as 21h de 7 de outubro. Nesse período, o Leão promoveu ações no gramado, nos refletores e na estrutura – veja na galeria abaixo. Vamos lá. Em relação ao campo, alvo de críticas nos últimos anos, houve uma renovação completa.
O clube trocou até o solo, escavando 70 centímetros. Foram 700 caçambas de areia retiradas. Este trabalho encontrou até manilhas da primeira drenagem, feita na década de 1950. Na nova drenagem, o Sport colocou, por exemplo, 15 cm de brita, fazendo um colchão drenante, algo que não existia na Ilha, e mais 30 cm de areia “topsoil”. O sistema de irrigação também foi refeito. Sobre o gramado propriamente dito, o rubro-negro adotou o tipo “bermuda celebration”, utilizado em várias arenas da Copa do Mundo de 2014. Só o custo dessa grama, que chegou em rolos e foi toda montada em agosto, foi de R$ 3 milhões.
LED dobrou a potência dos refletores
Na Série A, de acordo com o regulamento da edição de 2024, os estádios indicados pelos clubes precisam atender dois requisitos. Um deles é sobre a capacidade, com pelo menos 12 mil lugares. Embora siga liberada para 26,3 mil torcedores, um número restritivo por questão de segurança, a Ilha já cumpriria sem problemas em caso de acesso. O clube afirma que ainda trabalha para chegar a 33,1 mil, a capacidade máxima da estrutura. Seguindo com as normas mínimas, a outra se refere à intensidade da iluminação artificial, com pelo menos 1.300 Lux de potência. Agora, a casa rubro-negra passa a atender com sobras.
A troca das 48 lâmpadas a vapor pelos 60 painéis de LED aumentou a capacidade de 700 Lux para 1.500 Lux. Importado da China, o novo equipamento permite a interação com o público, como pode ser visto no vídeo abaixo, com a torre soletrando “SPORT”. No futuro, se subir para a primeira divisão, o clube estuda um novo incremento. Vale dizer que o Sport também trocou toda a fiação do estádio e construiu uma nova subestação de energia, que subiu a capacidade de 350 KVA para 1.000 KVA. Portanto, falta “só” terminar no G4 da Segundona.
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Duas reformas milionárias em três anos
Além da melhora do campo de jogo e da iluminação, visando atender as regras das principais competições, o Sport também reformou o vestiário do time, com a troca de vasos, chuveiros e espaço de aquecimento. Para o público, o trabalho foi focado no setor das sociais, com um novo calçamento no setor, novos bares na área interna e banheiros exclusivos para PCDs e famílias com crianças. Fica aqui a observação de que é preciso levar essa modernização interna também aos setores mais populares, como a arquibancada frontal e as gerais.
Pouco tempo antes desta obra recém-finalizada, o clube já havia investido R$ 5 milhões na recuperação de todo o setor das cadeiras centrais. Na ocasião, entre 2022 e 2023, houve a retirada de 5.311 assentos metálicos, após quase 40 anos de uso e pouca manutenção, a repaginação da arquibancada, que corrigiu inclusive os espaços entre alguns degraus, e a instalação de 5.460 cadeiras dobráveis. O novo modelo é recorrente nas arenas multiuso do país – como a Arena PE. A reinauguração do setor ocorreu em 22 de fevereiro de 2023. Logo, somando essas duas intervenções na Ilha, o rubro-negro gastou R$ 15 milhões em três anos.
Estádio já recebeu 2,3 mil jogos no Sport
Em 87 anos de história, o Sport já atuou 2.305 vezes na Ilha do Retiro, contabilizando competições oficiais e amistosos desde a inauguração em 4 de julho de 1937, numa vitória sobre o Santa Cruz por 6 x 5. O último jogo, em 25 de novembro de 2023, num 4 x 1 sobre o Sampaio Corrêa, representou a 1.411ª vitória do clube em seu reduto. Nas demais partidas foram 507 empates e 387 derrotas. Com isso, o Leão tem um aproveitamento de 68,5%.
Números da Ilha do Retiro:
Capacidade liberada em 02/10/2024: 26.345 lugares (79,5% do total)
Capacidade máxima sem restrições: 33.132 lugares
Recorde: 56.875 pessoas em Sport 2 x 0 Porto (07/06/1998)
Setorização sem restrições:
1.438 lugares – Camarotes
5.460 lugares – Cadeira central
2.050 lugares – Cadeira de ampliação (Curva de Dubeux)
2.076 lugares – Assento especial (Curva de Wanderson)
3.500 lugares – Sociais
9.373 lugares – Arquibancada frontal*
4.653 lugares – Tobogã da sede (geral)
4.582 lugares – Tobogã do placar (torcida visitante)
* Agora inclui as duas curvas menores
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As duas curvas especiais, de Wanderson e Dubeux, receberam novas cadeiras, repondo os espaços vazios pelas peças danificadas nos últimos anos. Os demais assentos foram repintados.
As autoridades exigiram a instalação de corrimões em vários setores, sobretudo na geral da sede. Além deste setor, o clube também colocou em todas as áreas que têm cadeiras.
Todo o entorno do campo de jogo foi cimentado, para evitar que outros tipos de vegetação se misturem à nova grama. O espaço foi adornado com um piso sintético verde.
Os três bancos de reservas foram reconstruídos, ficando mais distantes da arquibancada – nesta imagem ainda faltava a adesivação. Vale destacar também o novo calçamento das sociais.
A estrutura externa da Ilha, na entrada pela sede social, recebeu novos painéis com imagens customizadas de pessoas e taças ligadas à história do Sport.
Todos os refletores da Ilha do Retiro foram trocados por equipamentos mais modernos. Desde a construção da arquibancada frontal, em 1955, é a terceira geração do sistema de iluminação.