Anúncio da Betnacional
Compartilhe!

Com 101 mil m², a área do clube tem o estádio e o campo auxiliar como locais de maior interesse.

Em 2011, no auge dos projetos voltados para a Copa do Mundo no Brasil, o Sport apresentou a “Arena Sport”, que chegou a ser um desejo bem presente no dia a dia do clube, mas que alguns anos depois virou apenas um pilar de campanha nas eleições executivas, já sem muito crédito. Onze anos depois, com o milionário projeto engavetado, o Sport oficializou uma nova intenção de requalificação em relação ao seu tradicional estádio – curiosamente, também próxima a uma eleição interna.

Inaugurada em 1937, com várias ampliações e reformas desde então, a Ilha do Retiro deverá passar por um processo de “retrofit”, mais acessível. É um termo utilizado na engenharia para a revitalização de construções antigas, com a modernização paralela à preservação da arquitetura original – ou de boa parte dela. Embora hoje esteja liberado para apenas 19 mil torcedores, por questão de segurança e setores interditados, o estádio tem capacidade para até 32.983 pessoas. Ou seja, não espere ampliação, mas redução do número máximo.

As versões nacionais com “retrofit”

No país, já relacionado o tema ao futebol, é possível citar exemplos em várias escalas, da mais alta, no Maracanã (RJ), que manteve só a fachada, mas foi totalmente modificado na área interna, a processos mais suaves, como no Mineirão (MG) e no Castelão (CE), que foram modernizados sem perder a “aura” desde a inauguração, em 1965 e 1973, respectivamente. Sobre a Fonte Nova (BA), o termo não se aplica porque só o nome foi mantido no principal estádio de Salvador. Lá, a obra partiu do “zero”, com a demolição completa do antigo estádio.

Portanto, além do desejo em manter o visual clássico, obviamente há a questão financeira para a obra. Nos exemplos acima, em empreendimentos pertencentes aos governos estaduais, os valores foram de R$ 500 milhões até R$ 1 bilhão. No caso do rubro-negro, sem um financiamento naquele porte do Mundial, a conversa vem acontecendo com dois grupos empresariais de São Paulo, que já visitaram o clube, conheceram a estrutura e até as questões burocráticas à frente, como licenças necessárias junto à Prefeitura do Recife.

Obra milionária, sem valor definido

Segundo o presidente do leão, Yuri Romão, em declaração ao site do clube, em até 45 dias deve ser assinado um protocolo de entendimentos com o futuro investidor, que poderá aguardar até nove meses – ou seja, até julho de 2023 – para ter a autorização da obra, que terá o acompanhamento da direção de engenharia do Sport. No momento, com recursos próprios, o clube vem reformando o setor de cadeiras centrais, com a troca de 5.460 assentos.

Entre as obras necessárias na Ilha, com ou sem “retrofit”, estão a troca de iluminação, a troca do gramado, com possível rebaixamento do solo, e mais acessibilidade nas arquibancadas atrás dos gols. Partindo deste ponto, o “retrofit” evolui para a melhora da experiência do público, com mais conforto e serviços à disposição no estádio. Segundo o Sport, será uma “ampla revitalização e modernização”. Não será no valor da “Arena Sport”, mas também não espere algo tão barato para rejuvenescer uma estrutura de 85 anos, cuja última ampliação foi erguida há 15 anos – a “Curva de Dubeux”. Coincidência ou não, o Sport encomendou uma reavaliação patrimonial em agosto de 2022, com o valor do clube chegando a R$ 248 milhões.

Yuri Romão:
“Entendemos que o clube precisa ter receitas extras, além dos contratos de TV e patrocínios, que são rendas ainda baixas para competirmos com os times do eixo Sul-Sudeste. A nossa ideia é que um dos pilares de sustentação do Sport para o futuro seja a Ilha do Retiro, que precisa ser remodelada, é um estádio de 85 anos. Então está na hora de realmente ser feita uma reforma”.

Arena Sport, a tentativa engavetada

A ideia da “Arena Sport”, com 45 mil lugares, surgiu em 17 de março de 2011, com a Arena Pernambuco já oficializada como palco local no Mundial. Apenas o estádio estava orçado em R$ 400 milhões, com toda a reconstrução dos 10 hectares do clube da Ilha do Retiro, incluindo um shopping e um centro empresarial, chegando a R$ 750 milhões. Mesmo sem assinar com o consórcio responsável, o clube acabou levando adiante a ideia de sua própria arena. Apesar da demora, o leão chegou a conseguir receber o aval da Prefeitura do Recife, após várias mudanças no entorno, todas solicitadas pelo conselho de desenvolvimento urbano (CDU) – agora, para o “retrofit”, serão novos documentos. O projeto parou após a Engevix encerrar o contato – e a empresa acabaria investigada na Lava-Jato em 2014. Agora, engavetou de vez.

Leia mais sobre o assunto
3D: O futuro que não chegou nas arenas da Ilha do Retiro, dos Aflitos, do Arruda

Após décadas, Sport faz reavaliação patrimonial da Ilha; trio chega a R$ 820 milhões

A direção do leão recebeu 2 visitas dos investidores na Ilha. Imagem: TV Sport Recife/reprodução.

Retrofit na Ilha do Retiro


Compartilhe!